30 anos de Axé: com Faraó, Margareth Menezes conquistou seu lugar no Axé Music
30 anos de Axé: com Faraó, Margareth Menezes conquistou seu lugar no Axé Music
No ano em que se comemora os 30 anos do Axé Music, o Aratu Online homenageia os grandes nomes que marcaram a história do ritmo no Bahia e no Brasil. Faltando apenas 26 dias para o Carnaval, o portal realiza uma contagem regressiva, onde a cada dia um artista será o protagonista desta história de muito sucesso.
A história do Axé Music se confunde com o início da carreira de Margareth Menezes. No tempo em que abadá ainda era chamado de mortalha, a voz marcante da soteropolitana nascida na península de Itapagipe, em 13 de outubro de 1962, conquistava o país com a música ?Faraó??. Mais tarde, seria a vez de sucessos como Elejibô, Dandalunda e Toté de Maianga.
A relação de Margareth com a música começou por influência do teatro. Apesar de cantar no coral da igreja durante a infância, a primogênita dos cinco filhos de Dona Diva e Adelício Soares da Purificação recebeu o convite de Djalma de Oliveira para gravar o LP single ??Faraó ? Divindade do Egito??, dois anos após ter começado a revelar sua expressividade no teatro amador.
Interpretada na voz grave e marcante de Margareth, a música desponta no Carnaval de 1987. À frente do bloco “20 VÊ, do “Projeto Astral”, e do “Simpatia Quase Amor”, a cantora arrastou multidões e foi aclamada pela crítica imprensa e público. Além disso, o sucesso renderia no ano seguinte um Troféu Caymmi como “Melhor Show do Ano”, o primeiro show internacional, além de um contrato com a gravadora Polygram do Brasil.
A música Elegibô, que faz parte do CD de mesmo nome lançado apenas no Estados Unidos, Eruropa e Japão, alcançou o topo da Billboard World Albums em 1992.
O álbum Kindala, que em Yorubá quer dizer ?lábios grandes?, foi lançado no ano seguinte e consolidou ainda mais a carreira internacional. A turnê passou pelos Estados Unidos, Europa e Japão, e no mesmo ano ainda rendeu a Margareth Menezes a indicação ao Grammy de Melhor Álbum de World Music.
Como forma de homenagear o aniversário de 450 anos da cidade de Salvador, Margareth cria em 1999 ” Os Mascarados”. O bloco resgatou o uso das fantasias e a alegoria dos antigos festejos da folia momesca para o circuito Dodô.
A independência
O ano de 2001 foi um divisor de águas na carreira de Margareth Menezes. Após cinco anos sem gravadora, ela resolveu ser independente e ter seu próprio selo, criou então a produtora “Estrela do Mar”.
A coragem rendeu bons frutos. Em 2003, Margareth estoura nas paradas com a música ??Dandalunda??, uma das 11 faixas do álbum Afropopbrasileiro. A composição de Carlinhos Brown foi eleita a melhor música do carnaval e rendeu à cantora um Troféu Dodô e Osmar daquele ano.
É também a partir desse álbum que Margareth lança mão do movimento de mesmo nome que defende o fortalecimento da cultura afro-brasileira
O show realizado durante o Festival de Verão, em 2004, foi palco para gravação do primeiro DVD da carreira. O projeto contou com a participação de Alcione juntamente com a bateria da Mangueira e teve 50 mil cópias vendidas.
O lado intimista de Margareth foi explorado em Naturalmente, 12ª álbum da carreira. O projeto contou com a participação de Nando Reis, Zeca Baleiro, Gilberto Gil, Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Chico César.
O CD ?Voz de Talismã?? é o trabalho mais recente a artista. Ele foi lançando em 2013 e é composto por 17 faixas, incluindo ?Arcará?, que deve ser a aposta deste carnaval.
Margareth é casada com artista plástico Robson Costa desde 2008 e não possui filhos.
Projetos e Engajamento social
A inquietação musical não é apenas uma das características de Margareth Menezes. A cantora participa ativamente de iniciativas culturais e sociais.
Com a proposta de ser um espaço plural com a reunião das diversas expressões culturais baianas, Maga, como é carinhosamente chamada no meio artístico, inaugurou no dia 14 de dezembro de 2014 o Mercado Iaô.
O novo centro, localizado na Ribeira, oferece uma programação diferente a cada domingo com intuito de prestigiar algum artista da Península de Itapagipe. O espaço é opção para quem busca entretenimento, gastronomia, programação infantil e exposição de artes no período das 10h às 19h.
O projeto é de responsabilidade da Associação Fábrica Cultural, ONG da própria Margareth que atua desde 2008 na região da Península de Itapagipe. O objetivo da instituição é promover a inclusão sócio-produtiva de jovens de 16 a 24 anos a partir da promoção de cursos profissionalizantes.
Confira a galeria com imagens de momentos da carreira de Margareth: