Cidadania

O prejuízo que causamos ao país por não acreditar na educação pública

Colunista On: Paulo CavalcantiVice-presidente na Associação Comercial da Bahia
O prejuízo que causamos ao país por não acreditar na educação pública

Foto: ilustrativa/Camila Souza/GOVBA


É preciso que acreditemos verdadeiramente na educação como caminho para o desenvolvimento econômico e social do nosso país. Termos a convicção de que a produção de riqueza e o bem estar social dependem da capacitação intelectual do nosso povo.


É comum ouvirmos frases como “só através da educação nosso país tem solução” ou “a educação é a única forma para diminuir a desigualdade social”. Porém, mal informados, acreditamos que faltam recursos financeiros e estruturas nas escolas, com computadores, livros e professores capacitados.


A realidade mostra que temos estrutura e muito dinheiro, inclusive com folga, já que a verba para os investimentos em educação é uma das maiores no orçamento público brasileiro. O que falta de verdade é eficiência na gestão e que cada cidadão passe a acreditar na educação pública, aprender que é um direito assegurado. Uma conquista que só alcançaremos com um maior nível de consciência participativa de toda sociedade civil organizada.


Vocês sabem que garantir educação eficiente é uma obrigação legal de todos os prefeitos, governadores e do próprio presidente da República? No entanto, conhecemos e convivemos com os baixíssimos índices de aprovação das nossas escolas públicas e com a vergonhosa posição em relação ao mundo. Sabemos que temos uma educação pública ineficiente, salvo raras exceções, e que esta situação piorou muito com a pandemia. Nossos estudantes estão passando de ano mesmo sem aprender nada. Uma situação que tem causado desmotivação, e o que é bem pior: perda de credibilidade do nosso sistema educacional. Um problema gravíssimo pois, ao não confiar nas escolas, os alunos se afastam, desistem de um direito tão fundamental para o desenvolvimento social e econômico da nossa nação.


Sabemos que, geralmente, os secretários municipais e estaduais de educação, e até mesmo o nosso ministro da educação, não matriculam seus filhos nas escolas públicas. Nossos superintendentes e diretores escolares, assim como todo cidadão brasileiro, luta para ter condições de matricular seus filhos em uma escola privada. Com isso, diminuímos radicalmente a participação dos pais que podem contribuir com a melhoria dos colégios e dos professores.


Por isso, reforço que precisamos de consciência participativa. Não estou dizendo que precisamos assumir o papel do estado. Muito pelo contrário: tenho consciência que a educação é primordial e que só alcançaremos a todos de forma igual através do estado. Teoricamente, nossa estrutura educacional deveria funcionar como foi pensada. O que defendo é que a sociedade civil organizada precisa despertar para o sentimento de pertencimento, entender que a escola pública é nossa e, principalmente, que é um direito nosso. Por isso temos que participar, cobrar , fiscalizar e exigir.


Precisamos assumir esse compromisso de acreditar na educação pública. E isso é possível, principalmente com os bons exemplos que temos, como as universidades federais que, na contramão, é frequentada pelos filhos daqueles que conseguiram pagar por uma boa escola particular, uma total inversão de valores. 


Não estou aqui dizendo para tirar seu filho da escola particular e colocar na pública. Quero é estimular a participação de todos para, juntos, promovermos a transformação da educação pública. Pagamos muito caro por ela, não usamos e somos obrigados a pagar novamente por este direito, quando matriculamos nossos filhos em uma escola privada. 


Reafirmo: se acreditamos verdadeiramente que o Brasil só tem solução através da educação,  precisamos participar da gestão pública e contribuir com o estado brasileiro. É com inteligência, planejamento estratégico e conhecimento da legislação que vamos mudar este quadro. 


Nosso movimento Via Cidadã é um caminho para esta conquista. Conheça, se inscreva, participe e nos ajude a garantir um futuro melhor para nossas crianças e adolescentes. Só com  conscientização e participação transformaremos a educação no nosso país. 


Vamos juntos!


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Paulo Cavalcanti

Paulo Cavalcanti

Ativista da função social da empresa, vice-presidente da Associação Comercial da Bahia, empreendedor e advogado.

Instagram: @paulosergiocavalcanti

Relacionadas

Aratu On

O Aratu On é uma plataforma focada na produção de notícias e conteúdos, que falam da Bahia e dos baianos para o Brasil e resto do mundo.

Política, segurança pública, educação, cidadania, reportagens especiais, interior, entretenimento e cultura.
Aqui, tudo vira notícia e a notícia é no tempo presente, com a credibilidade do Grupo Aratu.

Siga-nos

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.