O prejuízo que causamos ao país por não acreditar na educação pública
Foto: ilustrativa/Camila Souza/GOVBA
É preciso que acreditemos verdadeiramente na educação como caminho para o desenvolvimento econômico e social do nosso país. Termos a convicção de que a produção de riqueza e o bem estar social dependem da capacitação intelectual do nosso povo.
É comum ouvirmos frases como “só através da educação nosso país tem solução” ou “a educação é a única forma para diminuir a desigualdade social”. Porém, mal informados, acreditamos que faltam recursos financeiros e estruturas nas escolas, com computadores, livros e professores capacitados.
A realidade mostra que temos estrutura e muito dinheiro, inclusive com folga, já que a verba para os investimentos em educação é uma das maiores no orçamento público brasileiro. O que falta de verdade é eficiência na gestão e que cada cidadão passe a acreditar na educação pública, aprender que é um direito assegurado. Uma conquista que só alcançaremos com um maior nível de consciência participativa de toda sociedade civil organizada.
Vocês sabem que garantir educação eficiente é uma obrigação legal de todos os prefeitos, governadores e do próprio presidente da República? No entanto, conhecemos e convivemos com os baixíssimos índices de aprovação das nossas escolas públicas e com a vergonhosa posição em relação ao mundo. Sabemos que temos uma educação pública ineficiente, salvo raras exceções, e que esta situação piorou muito com a pandemia. Nossos estudantes estão passando de ano mesmo sem aprender nada. Uma situação que tem causado desmotivação, e o que é bem pior: perda de credibilidade do nosso sistema educacional. Um problema gravíssimo pois, ao não confiar nas escolas, os alunos se afastam, desistem de um direito tão fundamental para o desenvolvimento social e econômico da nossa nação.
Sabemos que, geralmente, os secretários municipais e estaduais de educação, e até mesmo o nosso ministro da educação, não matriculam seus filhos nas escolas públicas. Nossos superintendentes e diretores escolares, assim como todo cidadão brasileiro, luta para ter condições de matricular seus filhos em uma escola privada. Com isso, diminuímos radicalmente a participação dos pais que podem contribuir com a melhoria dos colégios e dos professores.
Por isso, reforço que precisamos de consciência participativa. Não estou dizendo que precisamos assumir o papel do estado. Muito pelo contrário: tenho consciência que a educação é primordial e que só alcançaremos a todos de forma igual através do estado. Teoricamente, nossa estrutura educacional deveria funcionar como foi pensada. O que defendo é que a sociedade civil organizada precisa despertar para o sentimento de pertencimento, entender que a escola pública é nossa e, principalmente, que é um direito nosso. Por isso temos que participar, cobrar , fiscalizar e exigir.
Precisamos assumir esse compromisso de acreditar na educação pública. E isso é possível, principalmente com os bons exemplos que temos, como as universidades federais que, na contramão, é frequentada pelos filhos daqueles que conseguiram pagar por uma boa escola particular, uma total inversão de valores.
Não estou aqui dizendo para tirar seu filho da escola particular e colocar na pública. Quero é estimular a participação de todos para, juntos, promovermos a transformação da educação pública. Pagamos muito caro por ela, não usamos e somos obrigados a pagar novamente por este direito, quando matriculamos nossos filhos em uma escola privada.
Reafirmo: se acreditamos verdadeiramente que o Brasil só tem solução através da educação, precisamos participar da gestão pública e contribuir com o estado brasileiro. É com inteligência, planejamento estratégico e conhecimento da legislação que vamos mudar este quadro.
Nosso movimento Via Cidadã é um caminho para esta conquista. Conheça, se inscreva, participe e nos ajude a garantir um futuro melhor para nossas crianças e adolescentes. Só com conscientização e participação transformaremos a educação no nosso país.
Vamos juntos!
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.