Cidadania

A participação de líderes empresariais na política

Colunista On: Paulo CavalcantiVice-presidente na Associação Comercial da Bahia

Desde que tomei posse como presidente da Associação Comercial da Bahia, tenho ouvido palavras de apoio e estímulo, comentários sobre como é importante podermos contar com líderes que erguem bandeiras de esperança e mostram que a mudança é possível.


Bem antes de assumir essa nova missão à frente desta bicentenária instituição, o meu propósito já estava bem definido e bastante claro. Liderar um movimento nacional de consciência cidadã participativa transformadora, focado na participação coletiva de toda sociedade brasileira para que todos passem a contribuir e participar propositivamente da gestão pública do nosso país.


Assim, inspirado em capítulos do meu livro “E aí? Isso é da minha conta?”, como combinamos, o tema da nossa coluna desta vez trata justamente sobre a participação de líderes empresariais na política.


É comum vermos empresários dos mais diversos setores afirmarem que não participam dos processos políticos porque acreditam que sua contribuição está concentrada em gerenciar seus negócios, gerar emprego e renda, recolher impostos. Sem dúvida, este é um grande desafio, principalmente no Brasil atual, onde a insegurança jurídica atormenta o ambiente empresarial. No entanto, temos muitos bons exemplos de prefeitos, governadores e parlamentares que vieram da iniciativa privada e conseguiram repetir o mesmo sucesso na atividade pública. Participar da gestão pública é uma obrigação social de todos e não implica apenas em ter um cargo público. Hoje, temos clareza de que se afastar da política é um erro.


Acredito que todo empresário, até mesmo para defender o seu negócio, precisa ser um ativista da função social da empresa. E como ativista, participar da construção de um ambiente que assegure a sobrevivência, o crescimento e o sucesso do empreendimento. As lideranças empresariais precisam assumir o seu papel de participação. Por trás de todo CNPJ, há uma pessoa física que precisa assumir a sua função social.


Sabemos que uma má gestão pública e um ambiente hostil podem destruir uma pessoa jurídica e, consequentemente, levar ao aumento do desemprego, perda de arrecadação, queda na receita do Estado, tão necessária para manutenção dos salários dos servidores públicos e suas instituições. Sem esse dinheiro, não temos eficiência. Por essa razão, a importância de termos bons gestores públicos.


Se traçarmos um paralelo entre os gestores públicos e privados, faremos uma observação interessante: para conseguir um emprego você tem que estar qualificado, ter formação adequada, experiência acumulada e, assim, ir conquistando crescimento dentro de uma estrutura privada. Já na atividade pública, você pode ser um diretor de escola mesmo sem a devida qualificação, ser um bom presidente da república mesmo sem nenhuma formação. Esse é o nosso país.


Faço esta análise para deixar claro que precisamos contribuir e participar da gestão pública. Aliás, esta é nossa obrigação, um dever social.


A falta de consciência cidadã, deixar as responsabilidades sociais nas mãos dos gestores públicos, é destruir a nossa oportunidade de contribuir para a construção de um ambiente capaz de promover desenvolvimento econômico e social, de criar oportunidades de emprego e geração de renda.


Só se constrói riqueza com consciência participativa. Seja um ativista da função social da empresa e participe da gestão do país que queremos ter.


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Paulo Cavalcanti

Paulo Cavalcanti

Ativista da função social da empresa, vice-presidente da Associação Comercial da Bahia, empreendedor e advogado.

Instagram: @paulosergiocavalcanti

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