Nós por nós pela redução das desigualdades sociais
Foto: ilustrativa/Pexels
O cenário da desigualdade social no Brasil segue sendo um dos grandes desafios a serem enfrentados na atualidade. Um quarto da população brasileira, cerca de 52,7 milhões de pessoas, vive em situação de pobreza ou extrema pobreza, segundo o IBGE. Infelizmente, esse quadro de miserabilidade continua, ano após ano, a ser uma grande marca negativa em nosso país.
Não é mais novidade para ninguém que, nesses quase dois anos de pandemia, os problemas sociais têm sido ainda mais agravados. Aqui, de Campinas de Pirajá, onde nasci, cresci e vivo até os dias de hoje, olho à minha volta e vejo o quanto as famílias têm sofrido com impactos mais fortes na diminuição de renda e bem-estar social. Não que as coisas por aqui já tenham sido fáceis algum dia, porém, agora, tudo tem ficado ainda mais difícil.
Realidade como essa nos diz muito sobre o quanto nosso país, ao longo dos anos, tem tido governos incapazes de implantar programas de gestão com políticas públicas de combate à desigualdade social de forma eficiente. Por inúmeras vezes o que acaba amparando aqueles que mais precisam é a união e força de mobilização dos mais próximos. Não foram poucas as vezes, por exemplo, em que vi vizinhos da comunidade que moro ajudando uns aos outros nos momentos mais delicados.
São em circunstâncias assim que observamos a importância da solidariedade e do voluntariado em prol das comunidades. Além de boa parte dessas ações demonstrarem a empatia e força daqueles que também vivem em uma realidade de muitas restrições, revelam o quanto o nosso povo é solidário e entende que a união pode fazer a diferença na superação das dificuldades.
O engajamento de uma comunidade em uma causa e a criação de espaços que visam gerar novas oportunidades de vida para aqueles que ali vivem são fundamentais para que vidas sejam transformadas e muitos sonhos se tornem realidades.
Diante de um cenário conturbado das relações sociais, econômicas, políticas e culturais que vivemos atualmente, as ações solidárias se tornaram, cada vez mais, um relevante elemento modificador da realidade que enfrentamos no Brasil. Capaz de promover soluções inovadoras e redesenhar um novo sistema que amplie nossas expectativas de vida e visão de mundo.
Óbvio que nosso país necessita muito de mudanças estruturais profundas, sobretudo de ordem política para viabilizar uma sociedade mais igualitária. Entretanto, os trabalhos comunitários são uma ferramenta fundamental para atenuar dificuldades em comunidades por todo o Brasil. É através de ações solidárias que também preservamos vidas, estimulamos sonhos e construiremos uma realidade que oportunize o mínimo de dignidade aos que mais necessitam.
Enquanto mudanças estruturais mais profundas ainda não ocorrem, façamos o que tiver ao nosso alcance para reduzir as desigualdades sociais. Muitas vezes, são nessas realidades tão desiguais que conseguimos perceber o tamanho da nossa força coletiva para realizar ações genuinamente humanas e virar um jogo tão dramático.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.