O que os meus erros me ensinaram
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Uau! Vamos começar a reflexão desta semana já assim, nesta provocação? Vamos!
Ainda ontem, ao assessorar uma executiva quando aplicava a devolutiva de um assessment que ela fez conosco, contei a ela uma história. Falava sobre a importância da nossa presença junto aos nossos times e como contribuímos para os seus aprendizados. Acredito fortemente que nós ensinamos pelo exemplo, aprendemos com os outros, o que fazer e o que não fazer. Aos meus liderados, sempre disse que levassem só o melhor de mim, mas, acima de tudo, que fossem melhores do que eu e não cometessem os meus erros.
No competitivo mundo corporativo somos sempre impulsionados a falar das nossas conquistas, dos nossos méritos, das nossas contribuições. E, tudo bem, realmente precisamos conhecer e reconhecer nossas forças, inclusive e para que possamos fazer as escolhas certas, sobre quais desafios topar e onde empregaremos melhor nossos talentos.
Mas, como estamos lidando com nossas fragilidades e, nessa estrada da vida profissional o que temos aprendido com nossos erros?
Para estimulá-los, vou falar de alguns dos meus erros, do que eles me ensinaram e deixar algumas amorosas recomendações. Se vocês puderem aprender com meus erros, acredito que teremos a chance de produzir resultados mais favoráveis. Se estivermos dispostos a renunciar ao orgulho e a vaidade, estes tropeços do caminho, se tornarão saudáveis reflexões para nosso processo de aprimoramento.
Erro 1: Excesso de sinceridade
A transparência é uma virtude, de fato, mas como qualquer coisa na vida, o excesso traz grandes prejuízos. Acreditei por muito tempo que tinha que dizer tudo que pensava e que, desta forma, as pessoas saberiam que eu seria sempre verdadeira. Agir assim, não me fez perceber a gravidade de não escolher o momento certo ou de ser levada pelas emoções. Me machuquei e magoei pessoas ao meu redor. A meditação foi, para mim, um caminho transformador. Continuo não renunciando à transparência, à integridade e ao respeito, mas hoje, me mantenho vigilante para: primeiro, silenciar; depois, refletir e, só no terceiro momento, me posicionar. Recomendo que possamos aprender isso, do jeito que for possível, com meditação, oração, controle emocional, terapia, uma cervejinha, um bom papo com quem confiamos, enfim, como pudermos, precisamos aprender a controlar as demonstrações do que sentimos e do que pensamos. Na maior parte do tempo tem dado certo, às vezes, dou uma escorregadinha, mas, juro, muito menos que antes!
Erro 2: A tal ansiedade.
Pois é... esse aí está vinculado a duas boas competências do meu perfil, meu forte sentido de urgência e minha alta orientação para resultados, somadas à minha fraca gestão do momento presente! Aí, a coisa complica e o que era bom, já passa a causar resultados desfavoráveis. Os especialistas em saúde mental dizem que as pessoas depressivas vivem no passado e as pessoas ansiosas no futuro, portanto, duas competências que são valorosas se bem utilizadas, no meu caso, em muitas vezes, foram anuladas pela excessiva preocupação com o futuro. Aqui, minha primeira estratégia para minimizar os prejuízos, em especial causados a mim, foi buscar ferramentas de autoconhecimento. Entender a raiz do problema, os gatilhos e que estratégias poderia adotar para lidar melhor com eles. A partir daí, comecei a fazer um diário registrando a situação, como reagi, como gostaria de ter reagido e o que poderia fazer diferente da próxima vez.
Não existe receita de bolo para lidar com algo que é um sério problema no mundo atual, porém isso causa uma série de estragos e precisamos tratar disso com carinho.
Busque o que funciona para você, mas se movimente, peça apoio, procure um profissional da área, mas faça alguma coisa. A meditação mindfulness é uma poderosa ferramenta, se você comete o mesmo erro que eu.
Outro ponto, tal qual os budistas pregam, é saber encontrar o caminho do meio. No meu caso, não quero perder meu senso de urgência, muito menos minha capacidade resolutiva, mas escrever no diário me fez perceber que posso “tirar o peso” e dedicar minha total energia à única coisa que efetivamente tenho nas minhas mãos: o momento presente. Muitos erros cometidos no dia a dia, são por vezes, apenas fruto da nossa ansiedade. Se conseguirmos tratar isso, estaremos muito à frente! Seremos muito melhores! Teremos uma enorme vantagem competitiva nas nossas carreiras e, o melhor, teremos paz nas suas vidas pessoais.
Erro 3: Excesso de confiança...no outro.
Então...deixa eu te contar uma coisa: lamentavelmente, nem todas as energias do mundo são boas. Às vezes, saímos por aí compartilhando nossos projetos, sucessos, conquistas e aspirações. Ainda mais em tempos de excessiva exposição nas redes sociais. Mas...descobri novamente que é fundamental aprender a silenciar. Este, sem sombra de dúvidas, foi um dos meus grandes erros e quando consegui silenciar, vi os resultados maravilhosos desta escolha. Compartilhar felicidade é legal, mas, lembre-se, por uma variada série de motivos, os outros não estarão tão dispostos a sentir esta felicidade. E, quando falamos dos nossos liderados e pares, precisamos aprender a dosar as expectativas para não sair por aí, gerenciando frustrações. Não estou propondo com isso que você tenha uma atitude pessimista perante o outro, perante a vida. De jeito algum! Sou otimista por natureza, mas, recomendo, que sejamos pelo menos, um pouco mais realistas e cautelosos na esfera do que iremos partilhar e o que podemos esperar do outro.
Acima de tudo e, especialmente falando da vida corporativa, penso ser imprescindível a capacidade de mantermos a chama da paz, do otimismo, da alegria, da fé e do amor em seus corações. Isso tornará a jornada mais significativa. E, para todos nós que lideramos pessoas, sempre é uma honra, ver nossos liderados trilharem um caminho de evolução, realizações e sucessos nas suas vidas. Espero que alguns dos meus erros sirvam como um insight para você refletir sobre tudo que pode avançar. Desejo também que o pensamento nos seus times, nas pessoas que dependem de você na vida corporativa e nos seus projetos de vida, sejam o seu farol a te guiar para um caminho de aprimoramento e realização pessoal e profissional. Não é mal falar dos nossos erros. Complicado é não querer fazer nada a respeito.
Até a próxima semana!
Fabíola Matos, aprendiz do hoje!
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.