O potencial econômioco das classes “CDE” no Brasil
As cidades brasileiras possuem inúmeras oportunidades de negócios, que podem estar embutidas em alguns segmentos econômicos específicos, originados pela vocação natural da localização regional, que transita desde a mineração, passando pelo agronegócio ao turismo. Também é comum aparecerem oportunidades pela densidade demográfica, como em conglomerados urbanos das regiões metropolitanas das capitais e interior dos estados, que atualmente somam 81 espalhadas pelo país.
Mas vamos descrever sobre o potencial econômico das classes sociais e, em particular, as classes CDE. Para que tenhamos uma visão sintética, vamos considerar apenas o total das 27 capitais, que juntas representam quase 25% da população nacional - estimada antes da conclusão do Censo 2022, entre 213 e 215 milhões de habitantes -, e as nossas capitais agrupadas, que somam 50,9 milhões de habitantes e, somente para as classes CDE, possuem uma média de 62,7% da sua população.
Quando observamos por macrorregiões, as capitais da região Norte e Nordeste, que totalizam 16 cidades, as classes CDE representam 77,1% e 75,5%, representando mais de 2/3 da população. Já a região Centro Oeste se equipara à média, com 62,9%, e nas regiões locomotivas do país, Sudeste e Sul temos 52,7% e 45,6%, respectivamente, fazendo o equilíbrio da média entre as regiões. Mas o mais importante é que estes percentuais significam muitos milhões de consumidores. No total, somente das capitais, são mais de 31,5 milhões de brasileiros. E qual empresa não gostaria de estar ligada com estes potenciais clientes? Certamente muitas.
Agora vamos aprofundar um pouco mais nos detalhes, que, por regra estratégica, sempre passam pela lupa atenta das empresas que lideram seus segmentos econômicos, pois exercitam metas e projeções do mercado a partir dos cortes e perfis da densidade demográfica, e os números começam a ficam muito mais atraentes.
Ainda, utilizando os dados das 27 capitais e seus 31,5 milhões de potenciais clientes CDE, podemos verificar que essas classes sociais das regiões Norte e Centro Oeste, se fossem cidades isoladas, seriam a 3ª e 4ª no ranking dos municípios, o Nordeste seria a 2ª, desbancando a cidade do Rio de Janeiro, que possui 6,7 milhões de habitantes, o sul do país ocuparia a 8ª posição. O Sudeste seria a 2ª cidade, ficando atrás apenas da capital São Paulo, atualmente com 12,3 milhões de habitantes. São números expressivos de brasileiros que possuem uma renda média per capita entre R$ 1.800 e R$ 6.500 reais e consumem as linhas de produtos e marcas que estão na parte de baixo das gôndolas dos supermercados das grandes redes, ou consomem as ofertas e oportunidades de crédito nas lojas próximas às suas residências.
Existem também inúmeras empresas prestadoras de serviços que estão localizadas em um raio de ação próximo onde residem esses consumidores. Faço um convite a todos para dedicarem um tempo de conhecimento em passear nos bairros da periferia das cidades e observarem, por exemplo, a quantidade de oficinas mecânicas responsáveis pela manutenção dos automóveis, que nestas classes sociais são na sua maioria seminovos com mais de dez anos de uso, e necessitam de reparos, sem contar postos de combustíveis, bancos, caixas eletrônicos 24 horas, salões de beleza, informática, internet, telefonia pré paga, e muitas marcas famosas presentes distribuindo produtos com a sua frota. Toda esta congregação, da economia formal com a informal, contribui na geração de empregos e riquezas significativas na formação do PIB, que em 2022 fechou em R$ 2,544 trilhões.
Apenas os números citados das capitais já permitem que façam suas projeções nas cidades onde sua empresa está presente, ou nas cidades com menos de 50 mil habitantes, porque a cada dez cidades temos 500 mil consumidores potenciais, e mais de 60% deles serão das classes CDE. Seja um gestor investigativo, faça novos cortes econômicos, você certamente ficará surpreso com tantas oportunidades. Não demore a fazer este tipo de exercício, porque alguém pode ser mais rápido que você, e sempre digo: concorrente é para sempre e mais um dia.
A dedicação com os dados socioeconômicos faz toda diferença para empresas que desejam ampliar seu share no mercado. A partir dos números, é que elaboramos as estratégias de marketing, e por consequência aumentam o faturamento, que simplesmente fazem o óbvio, ampliam a visão empresarial, permitindo explorar nichos com novas oportunidades de consumo.
Em sintonia com o marketing vem as estratégias de comunicação, que irão proporcionar a visibilidade assertiva em cada nicho econômico e perfil social. Não importa seu segmento, indústria, comércio ou serviços, ou tamanho da empresa, existem ferramentas promocionais acessíveis a todos. E vale um precioso destaque: o marketing e a comunicação política aprenderam a tempos como fazer esta aproximação, em discurso, obras e serviços, e o governante que não o fizer, seja no município, no estado ou federação, certamente está correndo riscos de não se reeleger ou fazer sucessores.
Mas, como neste espaço buscamos trazer conteúdo e dissertamos fazendo um link para o mercado publicitário, em especial aos veículos de comunicação e stakeholders da Mídia OOH e DOOH, vale algumas reflexões para concluirmos com exercícios de gestão. Vamos a elas:
Sua empresa está com o portfólio em sintonia com perfil social dos mercados que atua? Possui um núcleo de marketing para auxiliar sua equipe comercial? Possui sistema de gestão? Investe em conhecimento como pesquisas de audiência? Se sim, parabéns! Se não, corra, pois pode ser tarde.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.