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Sobre Rosas Colombianas

Colunista On: Fabíola MatosPedagoga, mãe, escritora e sócia-diretora da Arttha Gestão & RH
Sobre Rosas Colombianas

Foto: ilustrativa/Pexels

 


Uau! Nesta semana iremos comemorar a chegada da Primavera. Então, nossa reflexão será um mimo para nossa autoestima, bem querer, respeito e cuidado que com certeza se estende para nosso ambiente de trabalho!



Uns anos atrás, uma amiga recém-separada me liga e dispara: 

- Estou apaixonada como nunca estive antes!

A separação havia sido brusca, violenta, e fiquei feliz por minha amiga. A felicidade logo se tornaria também uma surpresa. Continua ela:

- Nunca fui tão amada como agora! Mas estou preocupada com a sua reação...

Bom, a esta altura pensei que ela tivesse resolvido voltar para o marido brucutu e já estava a preparar o sermão, quando ela continua:

- Sabe aqueles buquês de rosas colombianas que ganhei? Pois é, foram delA! É isso, estou amando e sendo muito, muito amada por uma colega do meu trabalho.


Considerando a base de respeito à diversidade como condição humana essencial para o bem viver, esclareço que minha surpresa só aconteceu porque ela nunca havia manifestado interesse por moças, mas, enfim, ela estava feliz, eu lhe disse que essa era a única coisa que importava e que não se preocupasse com a opinião de ninguém, já que estava tão encantada, amada e realizada. Bom, foi para isso que viemos a este mundo, não?


Mas, não vamos falar da relação homoafetiva da minha amiga. Voltemos às rosas colombianas. Aqui, além de felicidade e surpresa, preciso confessar que outro sentimento tomou conta de mim: inveja. Sim, um dos sete pecados capitais bem ali, juntinho de mim, tudo isso por conta das benditas rosas colombianas. Era uma inveja do bem, se é que isso existe, mas estava lá.


Primeiro é importante registrar que as rosas exercem total fascínio sobre mim. Amarelas, principalmente, mas sou apaixonada por todas e em um casamento fui apresentada às rosas colombianas. Não sei se vocês já tiveram a graça de vê-las, mas são profundamente belas. São graciosas, enormes, suaves e imponentes e, caras! Muito, muito caras! No casamento em questão, ganhei uma delas que estava no vaso na saída e fiquei ali, inebriada, olhando aquela rosinha única no meu quarto, tal qual a rosa do Pequeno Príncipe, única no Universo.


Desse dia em diante implementei uma meta para mim: iria ganhar um buquê de rosas colombianas porque isso me faria feliz. O meu príncipe encantado iria aparecer montando um cavalo branco, carregando um belo buquê de rosas colombianas vermelhas me dando o beijo que me despertaria e me salvaria da bruxa malvada. Estava decidido. Agora era só aparecer o príncipe. Já havia dado fim em alguns sapos, então era só esperar, uma hora ia chegar. 


Tive alguns outros encontros com as rosas colombianas dos outros, o que era terrivelmente frustrante. E a minha? Onde andará? Será semente ainda? Já terá sido plantada? Ou já foi colhida? Será que já foi importada? Será que os impostos de importação foram pagos direitinho para que elas chegassem aqui? Cadê? Será que viriam pessoalmente ou alguém faria a entrega? Quantas aflições!


Nada de rosa. Alguns amigos e alguns amores ao longo desse período me presentearam com rosas, nacionais. Não, eles não eram financeiramente limitados. Não era isso. É que não conheciam as tais rosas e, creio, não faziam a menor ideia da minha meta. Bom, talvez alguns conhecessem as rosas e não quisessem pagar o preço. Melhor pensar nessa possibilidade e trabalhar na terapia.


O fato é que o tempo foi passando e nada da rosa. Cheguei até a me esquecer delas. Até que hoje surpreendentemente as vi.


Nem amarelas, nem vermelhas, nem rosas. Brancas matizadas com lilás. Se alguém diz que nunca se apaixonou à primeira vista, deveria ver minha expressão ao me deparar com as rosas. O coração bateu acelerado, as mãos suaram e os olhos ficaram vidrados.


Imediatamente agradeci ao Universo aquele encontro, porque não foi à toa que reencontrei as minhas rosas. Estou em momento de reencontro e finalmente a minha meta seria atingida e da melhor maneira possível: não precisamos de um príncipe para nos fazer feliz, muito menos para nos presentear com rosas colombianas. Não estou excluindo a beleza e alegria de um momento assim, só afirmo que somos capazes de nos presentear com rosas colombianas diariamente, porque, definitivamente, só nós somos responsáveis pela nossa felicidade. Transferir isso a outras pessoas é perder riquíssimas e talvez únicas oportunidades de encontros com a Vida!


Dirigi-me à moça do stand e fiz a pergunta crucial: “Quanto custa AQUELA rosa?”


Bom, preciso informar que não foi possível comprar um buquê com 12 rosas, ficamos na metade. Até porque para a felicidade da minha conta bancária, só restavam 06 rosas na lojinha. Eu já havia comprado rosinhas nacionais para enfeitar a minha casa, então não era hora de esbanjar.


Mas, valeu a pena. Agora estou aqui, escrevendo para vocês e contemplando um pouquinho de Deus perto de mim. Completamente fascinada, embevecida, inebriada com a beleza da rosa, com meu vinho tinto a me acompanhar e agradecida ao Universo por ter me concedido olhos perfeitos para viver este momento mágico. Exagero? Loucura? Penso que não, mas respeito à opinião diversa do meu leitor, leitora amigo(a).


Se me for possível, para finalizar, queria sugerir a vocês que saíssem agora e “comprassem” suas “rosas colombianas”. Ouçam uma música, dancem, comam um doce bem gostoso, façam amor com que vocês realmente amam. Olhem nos olhos dos seus filhos e lhes digam o quanto são importantes para vocês, ou acariciem os gatinhos, os cachorrinhos, os papagaios.


Porque o meu encontro com as rosas, foi, na verdade, o meu reencontro com minha alma. Quem sabe não acontece o mesmo com vocês? Que nesta primavera, as cores, cheiros e beleza desta estação encham sua vida do que há de MELHOR. E, lembrem de levar esta energia para o seu time, seus colegas. Viva as Rosas Colombianas!


P.S.: A minha amiga continua casada com a sua ex-amiga, agora companheira, e ainda continua ganhando rosas colombianas!


*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.


Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Fabíola Matos

Fabíola Matos

Sócia-diretora da Arttha Gestão & RH, também é pedagoga, mãe, escritora, líder, semente, semeadora e profundamente apaixonada pela vida.

Instagram: @artthaoficial

 

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