Crianças: que futuro está sendo preparado para elas?
Foto: ilustrativa/Pexels
O ser social que elas serão depende do presente que está sendo proporcionado
Os últimos acontecimentos têm me feito refletir sobre o futuro que queremos entregar para as nossas crianças. Parei para pensar sobre o que eu, você, nós estamos preparando neste presente para o amanhã dos infantes. A minha preocupação com os ‘pequenos’ não é em vão, afinal, eles são “o futuro da nação”, conforme a máxima popular. E é verdade! Eu já fui a criança e estou fazendo o hoje, deixando consequências para o depois.
A intolerância, o desrespeito, o apelo à violência, os repetidos atos de racismo, homofobia, xenofobia e diversos outros preconceitos, me afligem. Esse sentimento se fundamenta no fato de que crianças são seres sociais em formação, e por isso, absorvem tudo que está em seu meio social para si, como umas esponjinhas. E aí eu me pergunto: que adulto se tornará uma criança que vê seus pais, parentes e pessoas próximas reproduzindo os comportamentos supracitados no início deste parágrafo? Esse é cerne da do texto que quero chamar a atenção, queridos leitores.
Os meus pais sempre se perguntavam “que futuro essa criança vai ter?”. Hoje sou eu que me pergunto: que futuro as crianças brasileiras terão? Estamos nos preocupando em garantir educação, alimentação, segurança e saúde para elas? Ou só estamos nos importando com nossos próprios interesses no presente, sem querer saber o que elas terão, e se terão alguma coisa, daqui a alguns anos? Já temos essa resposta, desde antes da pandemia. No entanto, esquecemos que só conseguimos avançar se prepararmos muito bem o terreno, por assim dizer.
É necessário formar adultos com acesso à educação de qualidade, consciência ambiental, social e política, com direito à saúde, uma boa rotina alimentar e vivendo em segurança. Para quê? A resposta é óbvia, queridos: para termos um futuro de melhorias: da qualidade de vida, tecnológica, e consequentemente da saúde e educação, promovendo o bem-estar social. Formando também o caráter das crianças, o bom caráter, teremos como resultado pessoas boas, que buscarão promover o bem, usando seus conhecimentos em prol do bem das pessoas.
A questão ambiental, que mencionei no parágrafo anterior é a mais importante a se tratar. A questão climática tem deixado cientistas e ambientalistas extremamente preocupados. De acordo com o sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), se nada for feito em relação às emissões de carbono e elas dobrarem até o fim deste século, a temperatura do planeta chegará a catastróficos 4,4ºC e seremos extintos. Antes disso, caso o ritmo das emissões não diminuam, as mortes por calor tendem a aumentar em 3%, no Brasil, até 2050. Ou seja: o desastre está desenhado.
O país já sente as consequências do descaso com o clima por parte dos empresários e do Estado. O que dizer do aumento de ondas de calor na região Sul do país? Das inúmeras inundações na região Norte, especialmente no Pará, Amazonas e Acre? E a infindável seca que tem se espalhado, e piorado, pelo país? Os biomas sabem, eles sentem. E sofrem. Várias espécies de animais e plantas não conseguem resistir às severas mudanças climáticas. E o que está sendo feito para minimizar a crise climática? Eles estão desmatando e incendiando as florestas, poluindo rios e mares, caçando e matando os animais, destruindo seus habitats. Contém ironia.
Com isso, eu indago a você que está lendo esse texto: que futuro está sendo preparado para as crianças? Bom, até a publicação desse artigo não há certeza nem se haverá planeta para viver. E se a Terra tiver resistido, estará sob quais condições? Se não existe uma garantia nem mesmo do básico, que é a existência da vida humana, como falar em garantia de outras coisas, conforme citadas acima? Antes de tudo, precisamos cuidar da nossa casa. Aí poderemos falar a respeito dos outros campos de garantia para os nossos pequeninos que, tão jovens, já enfrentam tanta insegurança sobre o amanhã. Mas que ações você pode efetuar para mudar essa realidade? Vamos pensar juntos, leitores. Vamos fazer diferente!
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.