Werner cita investigação contra Tormes e que fará 'atuação necessária'
Tormes está sendo investigado pelo desvio de fuzis e possível envolvimento na morte de dois informantes
Por, Bruna Castelo Branco e Matheus Caldas.
O secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, comentou, na manhã desta quinta-feira (27), o caso do delegado Nilton Tormes, exonerado do cargo de coordenador do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) na quarta-feira (26). Tormes está sendo investigado pelo desvio de fuzis e possível envolvimento na morte de dois informantes. A investigação corre em segredo de justiça.
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Segundo o secretário, caso Tormes seja responsabilizado pelos fatos no final das investigações, a SSP-BA irá "fazer a atuação necessária":
"Houve o afastamento do delegado Tormes do caso para que ele pudesse fazer, inclusive, a sua defesa pelos fatos que estão sendo investigados. O que posso destacar é que, sim, foi aberta não só a investigação, mas o procedimento da Corregedoria. O processo segue o trâmite normal, um eventual processo criminal. As investigações definirão a responsabilidade, ou não, da autoridade policial", informou. A exoneração de Tormes do cargo de coordenador não impede que ele atue como delegado. Assista:
Nesta quarta-feira (26), o Depom e a casa do investigado, no bairro da Pituba, foram alvos de um mandado de busca e apreensão. Lá, foram apreendidos um computador, um pen drive e um celular.
A investigação, iniciada pela Corregedoria da Polícia Civil, sob o comando da então delegada-geral Heloísa Brito, também envolveu a Polícia Militar. Além de Tormes, um cabo da Polícia Militar lotado no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA) teve mandados cumpridos na casa em que mora. A Corregedoria da Polícia Militar participou da ação.
Em nota, a Polícia Civil da Bahia afirmou que "confirma ter realizado o cumprimento de um mandado de busca visando apurar denúncias sobre conduta irregular de policiais" e destacou que "as investigações continuam em sigilo visando total esclarecimento dos fatos".
Nilton Tormes e os supostos crimes
A operação investiga o desvio de parte de um arsenal de fuzis apreendido em julho de 2024, durante uma ação policial no bairro do Caji, em Lauro de Freitas, em um local utilizado por traficantes para esconder armas e drogas. Na ocasião, seis fuzis foram apresentados ao Depom, mas uma denúncia apontou que o número real seria de, pelo menos, 20.
A investigação também está vinculada às mortes de dois informantes, Jeferson Sacramento Santos e Josenal Santos Souza, que, de acordo com a denúncia, teriam sido sequestrados e executados em uma "queima-de-arquivo".
A denúncia revelou que a esposa de uma das vítimas procurou a Delegacia Especializada em Antissequestro, alegando extorsão por parte de policiais militares. A partir dessa denúncia, a investigação foi ampliada para as corregedorias das polícias Civil e Militar. Em 29 de agosto do ano passado, um capitão do Departamento Pessoal, um soldado da 37ª CIPM/Liberdade e um PM da reserva foram presos durante cumprimento de mandados de busca, apreensão e prisão nos bairros de Brotas, Nova Brasília, Itapuã, e no Caji, em Lauro de Freitas.
Além dos fuzis, foram apreendidos uma submetralhadora e 10 kg de pasta-base de cocaína.
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