Caso ferro-velho: polícia diz que suspeito matou outros funcionários

Na última segunda-feira (9), Marcelo Batista da Silva, proprietário do ferro-velho Prometais e principal suspeito pelo crime, se apresentou à Justiça

Por Da Redação.

O delegado Nélis Araújo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas buscas por restos mortais de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Lima Muniz, de 25, disse, em entrevista à TV Aratu, que o principal suspeito do crime, o empresário Marcelo Batista, proprietário do ferro-velho Prometais, já teria torturado e matado outros ex-funcionários do local. Relembre detalhes do caso no final da matéria.

De acordo com Nélis, durantes as investigações do duplo-homicídio dos trabalhadores, que ocorreu em novembro de 2024, a Polícia Civil descobriu que Marcelo Batista, indiciado por envolvimento nas mortes de outro ex-funcionário, identificado como Davi, e da esposa dele, Priscila, também é suspeito de tentativas de homicídio contra mais empregados.

"Há outras mortes que envolvem Marcelo Batista. Ele já foi indiciado pela morte de outro funcionário dele, além de tentativas de homicídio contra outras pessoas que ele tentou matar, mas, conforme os autos, conseguiram escapar da cena do crime. Além de muitos outros procedimentos por tortura contra funcionários dele", detalhou.

A Polícia Civil da Bahia iniciou, nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (17), com auxílio de um drone aquático, uma nova etapa das buscas pelos corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Lima Muniz, de 25, desaparecidos em novembro de 2024 no ferro-velho Prometais, em Salvador. As buscas estão sendo realizadas na represa conhecida como Bacia do Cobre, no bairro de Pirajá.

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Foto: Reprodução/TV Aratu

À repórter Daniela Mazzei, Nélis ressaltou que, hoje, o objetivo da polícia é encontrar restos mortais das vítimas. "Estamos na expectativa, agora, de análise de dados. A partir da análise de dados, teremos e uma resposta e poderemos, quem sabe, marcar uma nova incursão, se positivo o resultado. Nesse momento, o que se pretende é encontrar os restos mortais das vítimas. A gente busca também dar um resultado às famílias", relatou.

Ainda conformes as investigações, Marcelo não agiu sozinho. "No curso da investigação, nós percebemos, sim, que houve participação de outras pessoas em favorecimento pessoal. Há aqueles que ajudaram Marcelo [Marcelo Batista, proprietário do ferro-velho em que as vítimas trabalhavam e principal suspeito do crime] a ocultar, inclusive, instrumentos. Nós percebemos que ele tinha, de fato, uma estrutura que lhe propiciava e lhe permitiu, durante muito tempo, fugir do alcance da Justiça".

Marcelo Batista da Silva, proprietário do ferro-velho Prometais. | Foto: Redes Sociais

Caso ferro-velho

Paulo Daniel e Matusalém foram vistos pela última vez no dia 4 de novembro, flagrados por câmeras de segurança do ferro-velho em que trabalhavam, no bairro de Campinas de Pirajá, em Salvador.

A família de Paulo afirmou que ele chegou a trabalhar normalmente antes de desaparecer, enquanto Matusalém sumiu após sair para almoçar.

As vítimas teriam sido amarradas e torturadas com pauladas antes de serem mortas. À ocasião, Marineide Pereira, mãe de Paulo, contou que, dias antes do desaparecimento, o filho havia sido acusado pelo dono da empresa de roubar um gerador do local, mas não houve registro na Polícia.

No dia seguinte ao desaparecimento, 5 de novembro de 2024, o Corpo de Bombeiros iniciou as buscas pelos rapazes. Foram usados cães farejadores no terreno do ferro-velho, confirmando que Paulo e Matusalém estiveram no local. Uma meia e um tênis de Paulo também foram encontrados.

Na última segunda-feira (9), Marcelo Batista da Silva, proprietário do ferro-velho Prometais e principal suspeito pelo crime, se apresentou voluntariamente à Justiça após passar sete meses foragido. Ele foi ouvido e liberado.

Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Lima Muniz. | Foto: Redes Sociais

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