Mutirão oferece atendimento a vítimas de racismo e intolerância religiosa
Mutirão em Salvador oferece suporte jurídico, psicológico e registro de denúncias para vítimas de racismo e intolerância religiosa
Por Ananda Costa.
A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) realiza, na próxima segunda-feira (22), um mutirão de atendimento voltado a vítimas de racismo e intolerância religiosa. A ação aconteceu das 7h às 17h, no Campo da Pronaica, no bairro de Cajazeiras, em Salvador.
Ao longo do dia, serão oferecidos acolhimento psicossocial, escuta especializada, orientação jurídica e registro de ocorrências. O objetivo é fortalecer a rede de proteção, ampliar o acesso a direitos e garantir apoio a pessoas que sofreram discriminação de cunho racial ou religioso.
Durante o evento, está prevista a entrega oficial de uma nova unidade móvel do CRNM, que atuará de forma itinerante em diversas regiões da Bahia.
Segundo a Sepromi, o CRNM já registrou 296 casos desde 2023, sendo 199 de racismo, 83 de intolerância religiosa e 14 relacionados a outras formas de discriminação.
As ações do órgão alcançaram, até o momento, 20 Territórios de Identidade e 53 municípios baianos, incluindo Salvador, Feira de Santana, Itabuna, Cachoeira e Amargosa.
O atendimento regular do CRNM também ocorre na sede do centro, localizada na Avenida Manoel Dias da Silva, nº 2177, no bairro da Pituba, em Salvador.
Casos de racismo
Em junho deste ano, o cantor e compositor Escandurras usou as redes sociais para fazer um desabafo. Durante uma viagem marcada de última hora, o artista relatou um episódio de racismo vivido recentemente.
Escandurras contou que foi confundido com um motorista ao dirigir seu próprio carro de luxo. Segundo ele, situações como essa ainda fazem parte de sua rotina, mesmo após conquistar estabilidade financeira.
“Eu sofro essa parada aí todos os dias, sem descanso, todos os dias um episódio diferente, um olhar diferente”, afirmou o cantor
Primeira delegacia de combate ao racismo e intolerância religiosa
Em janeiro deste ano, a primeira Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa (Decrin) da Bahia foi inaugurada em Salvador.
A unidade vai funcionar dentro do Centro Policial de Cidadania e Diversidade (CPCD), com foco em investigar e reprimir crimes de racismo e intolerância religiosa de forma complexa, atendendo especificidades como LGBTfobia e violências direcionadas a pessoas idosas.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), tinha assinado o projeto de lei (PL) que autorizava a criação da Delegacia em novembro do ano passado.
“Com a Decrin, teremos uma estrutura específica e dedicada para enfrentar crimes de intolerância racial e religiosa, assegurando que nenhuma forma de discriminação fique impune”, detalhou o governador.
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