Ministério repudia tratamento dado a Milton Nascimento no Grammy 2025
Ministério da Cultura emitiu comunicado repudiando tratamento recebido por Milton no Grammy
Por Da Redação.
O Ministério da Cultura (MinC) manifestou repúdio ao tratamento dado ao cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro Milton Nascimento, de 82 anos, durante a cerimônia do Grammy 2025, realizada no último domingo (2), nos Estados Unidos.
A pasta falou que o artista foi posicionado "em um local incompatível com sua trajetória, prestígio internacional e necessidades físicas demonstra falta de sensibilidade e respeito a um dos maiores nomes da música brasileira".
Milton Nascimento | Foto: divulgação
O MinC continuou:
"Milton Nascimento, ícone da cultura nacional, coleciona prêmios e reconhecimentos que atravessam gerações e fronteiras. Sua obra influenciou artistas em todo o mundo, elevando a música brasileira a patamares de excelência.
Com sua voz única e composições memoráveis, Milton seguirá sendo celebrado por aqueles que compreendem e respeitam sua imensa contribuição à música."
O ministério ainda reiterou a afirmação feita, em nota, pela equipe do artista: "O Brasil é gigante, tal qual é Milton Nascimento".
Entenda a situação envolvendo Milton no Grammy
Toda a polêmica se desenrolou após o cantor não ter sido colocado na parte principal do salão onde ocorre a premiação do Grammy. A atitude partiu da organização do evento, que destinou ao cantor um lugar na arquibancada superior do espaço, algo que desagradou a assessoria de Milton, que concorreu na categoria “Melhor Álbum Vocal de Jazz”, com o disco “Milton + Esperanza”, feito com a musicista norte-americana Esperanza Spalding.
Segundo a assessoria de “Bituca”, a justificativa dada pela produção para a alocação do brasileiro em outro setor, longe da área VIP, foi que só ficariam nas mesas quem eles queriam que aparecesse “no vídeo”.
“Um dia antes, quando observamos os convites, constatamos que a Academia havia destinado um lugar para Esperanza, artista com quem Milton divide o disco indicado, nas mesas, entre os artistas principais ali presentes, enquanto destinaram para a lenda brasileira um lugar na arquibancada, desconsiderando não só toda a sua trajetória e prestígio em todo o mundo, como a sua idade avançada e impossibilidade de subir ou descer escadas. Quando questionados pela equipe de Esperanza, [os produtores] alegaram que ficariam nas mesas apenas os artistas que eles queriam no vídeo”, diz a postagem.
Dessa forma, a assessoria de Milton Nascimento afirmou que “tendo em vista a carreira vitoriosa, o reconhecimento e o respeito conquistado [...] optamos pela ausência dele na cerimônia principal. Obrigado por todo o apoio, carinho e preocupação que todos estão nos dedicando.”.
Esperanza também havia se manifestado em favor de Milton, discordando da decisão do Grammy em retirar o cantor da área principal de convidados. "Estou brava porque essa lenda viva não foi considerada importante o suficiente para sentar entre os principais artistas, ou como quer que as mesas no andar principal sejam organizadas. Então, tive que trazê-lo comigo", explicou. A cantora ainda que levou uma foto de Milton para a mesa, com a frase "Essa lenda viva deveria estar sentada aqui".
O álbum "Milton + Esperanza" perdeu a premiação, sendo derrotado pelo trabalho “A Joyful Holiday”, da cantora americana Samara Joy.
Sobre Milton Nascimento
Nascido no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1942 e criado em Três Pontas, Minas Gerais, Milton Nascimento ganhou destaque nacional em 1967, quando a canção "Travessia", composta em parceria com Fernando Brant, conquistou o segundo lugar no Festival Internacional da Canção. Ao longo de sua carreira, lançou 34 álbuns e recebeu diversas premiações, incluindo cinco Grammys, consolidando-se como uma referência na MPB. Sua obra, que transita por diferentes estilos e gerações, foi interpretada por grandes nomes da música brasileira e internacional, como Elis Regina, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mercedes Sosa, Pat Metheny e Duran Duran.
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