iFood vai permitir remuneração diária a entregadores e lançar bônus

O iFood anunciou, nesta quarta-feira (11), um novo pacote de melhorias para entregadores, que inclui repasse diário de ganhos, criação de um programa de recompensas e a opção de escolha de rotas com destino final. As medidas começam a ser implementadas em julho, inicialmente na cidade de São Paulo, com expansão gradual para outras regiões do país.

“A principal novidade é que não haverá nenhum custo para o entregador que quiser receber por dia. Isso oferece mais liquidez e pode evitar empréstimos com juros altos ou pedidos a familiares. É um passo importante em direção à autonomia financeira”, afirmou Johnny Borges, diretor de Impacto Social do iFood.

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Atualmente, o pagamento aos entregadores é feito semanalmente. Segundo a empresa, a nova opção de repasse estará disponível no próprio aplicativo, permitindo que o trabalhador escolha entre os modelos de recebimento.

Outra mudança é a possibilidade de definir uma área de destino no fim do expediente, funcionalidade semelhante à utilizada por motoristas de aplicativos de transporte. “Se ele morar no Jardim Ângela, por exemplo, pode terminar o dia no Morumbi, que tem uma grande concentração de pedidos”, explicou Borges.

O pacote também inclui um programa de recompensas para entregadores com maior dedicação. A plataforma levará em conta o número de pedidos e as avaliações recebidas nos últimos três meses. Profissionais com desempenho destacado — classificados como “super entregadores” — terão direito a bônus, descontos em telefonia, atendimento prioritário no SAC e participação em sorteios.

Segundo o iFood, 400 mil entregadores estão ativos mensalmente na plataforma — 90% atuam com carga horária de até 20 horas semanais, como complemento de renda. “O programa foi pensado para valorizar esses profissionais mais engajados, que ajudam a sustentar a operação”, disse Borges. A empresa atende 120 milhões de pedidos por mês.

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Com base em dados internos, o ganho bruto médio por hora em 2024 é de R$ 28. Um entregador que trabalha 3 horas por dia pode somar mais de R$ 2.500 mensais, enquanto os que trabalham mais de 40 horas por semana alcançam uma média de R$ 5 mil.

As medidas foram anunciadas dois meses após paralisações de entregadores por melhores condições de trabalho e um mês após o reajuste anual da remuneração. Atualmente, os valores mínimos para entregas são de R$ 6,50 para bicicletas e R$ 7,50 para motocicletas.

Estudo recente do Cebrap em parceria com a Amobitec mostra que os entregadores de plataformas como iFood e Zé Delivery trabalham, em média, 39 horas por mês em entregas, sem considerar o tempo de espera. Mais da metade (54%) tem nos aplicativos sua principal fonte de renda.

Com informações do SBT News