MADE IN COREIA: Bandas asiáticas rompem barreira do idioma e viram sucesso entre baianos
MADE IN COREIA: Bandas asiáticas rompem barreira do idioma e viram sucesso entre baianos
Parece que a capital baiana deixou de ser a terra onde somente o axé predomina nas festas e nos shows. Entre diversas opções musicais(pagode, arrocha, funk, samba e sertanejo), eis que surge mais um gênero. Desta vez, a febre que tem feito a cabeça da galera é o K-pop, que, para quem não sabe, é música pop coreana.
A técnica em vestuário, Julieth Souza, de 25 anos, contou que conheceu o movimento na Bahia em 2008 por meio de uma prima, mas somente em 2012 participou de um evento desse segmento. “Eu já consumia música oriental, mas através de amigos o interesse aumentou”, diz.
Veja vídeo sobre o ritmo coreano que virou sucesso em Salvador:
Ela ainda revela que os maiores eventos acontecem três vezes por ano e reúnem jovens de idades que variam entre 13 e 28 anos. Segundo ela, muitos deles vão aos eventos usando roupas dos vocalistas das bandas.
“As vezes, eu me visto como as bandas, e a maioria das coisas para criar o figurino eu compro em brechó. O valor das peças ficam em torno de R$ 60”, conta.
O estudante de Ciências da Computação, Junot Neto, de 20 anos, é líder do grupo Kpopers Baiano, criado em 2014, em Salvador. Ele conta que a intenção, inicialmente, era fazer apenas eventos pequenos durante todo o ano, mas que, por conta das parcerias com outros estados, o projeto se tornou grandioso.
“A comunidade foi se formando de uns cinco anos pra cá, quando conheci o K-pop. Antes, a gente se encontrava nas praças onde o pessoal fazia piquenique e conversavam sobre os grupos que mais gostavam”, revelou.
Neto explica também que atualmente, o grupo mudou a proposta e quer misturar encontros, gastronomia e até atividades valendo prêmios.
“Nosso foco ainda são os encontros nas praças, mas só que colocamos a música para o pessoal dançar. A gente também chama uma galera que faz cover de banda para se apresentar”.
Ele destaca, ainda, que o K-pop Bahia é uma espécie de refúgio para jovens que curtem esse tipo de música e vestuários, e não são aceitos pela família e sociedade. Ele explica também que, apesar muitas pessoas não falarem o idioma, a música é consumida da mesma maneira.
“Aqui em Salvador tem um curso de coreano e algumas pessoas do movimento participam. Mas como é uma língua difícil, a maioria das pessoas não aprendem e aí recorrem as legendas”.
ENTENDA O QUE É O K-POP
O K-pop nada mais é que música pop coreana, e foi originalmente criado na Coreia do Sul, em 1992. No Brasil, o primeiro show de K-pop foi o United Cube, em 2011, e reuniu os grupos B2ST, 4Minute e cantora G.NA. Nesse segmento, não existem bandas, e sim grupos que se encontram para interagir, cantar e dançar.
O estilo musical pode ser confundido com o pop americano, mas o que muda mesmo são as roupas com temáticas asiáticas. Dentre os grupos que se destacam estão: SHINee, GOT7, Girls Generantion e TWICE.
No Brasil, na região Sul e Sudeste, os principais pólos desse gênero são São Paulo, Rio de Janeiro e Curtiba. Já no Nordeste, os estados da Bahia, Pernambuco e Ceará estão em destaque.
A divulgação dos eventos acontece através das redes sociais, onde são definidos os locais e programação. Na capital baiana, o próximo encontro será o festival K-pop Meeting Bahia, que vai acontecer no dia (11/2/2017), na Faculdade Ruy Barbosa, no Rio Vermelho, das 9h às 15h. A entrada vale 1kg de alimento não perecível.
“Este ano nós fizemos quatro eventos com salas temáticas. Um desses eventos foi especial chamado K-pop Colorful Day, onde fizemos brincadeira com pó colorido como no festival Holi da Ásia, mas mantendo as apresentações dos grupos e a música”, conta Junot Neto, que é líder do movimento na Bahia.