“Foi a coisa mais difícil que já fiz na vida”, diz Moura sobre “Narcos”
“Foi a coisa mais difícil que já fiz na vida”, diz Moura sobre “Narcos”
Antes mesmo de ser contratado oficialmente para o elenco de “Narcos”, Wagner Moura já havia se mudado para a Colômbia para aprender o espanhol de Medellín, em seu mergulho para se transformar no traficante Pablo Escobar. O processo para a série que estreou nesta sexta-feira (28), na Netflix, foi o mais difícil que o baiano diz ter feito na vida – além de ter morado um ano fora, ele precisou engordar 20kg para o papel. Mas foi essencial para que ele aceitasse o desafio.
“Não poderia ser de outra forma. Ou eu fazia isso ou dizia para o Zé que não ia conseguir fazer”, diz o ator, que retoma a parceria bem-sucedida com o diretor José Padilha, de “Tropa de Elite”. “Minha família ficou indo e voltando nesse período, não queria tirar as crianças da escola. Foi difícil para eles também, mas tenho muito orgulho dessa série”, afirma.
Narrada pelo agente americano Steve Murphy (Boyd Holbrook), que se alia ao colega Javier Peña (Pedro Pascal) no combate ao narcotráfico colombiano, a série mostra o crescimento do Cartel de Medellín a partir dos anos 80 e suas consequências na América Latina e nos Estados Unidos. Formada por um elenco internacional, a série tem um brasileiro na pele de uma das figuras mais conhecidas da Colômbia, mas o ator diz estar preparado para eventuais críticas.
“Entendo se houver. Em ‘Trash’, um filme que fiz e de que gosto muito, as críticas eram: ‘Como assim esse gringo vem pro Brasil falar de pobreza?’ É uma posição natural”, comenta Moura, comparando a situação com o longa dirigido por Stephen Daldry e escrito por Richard Curtis.
Depois de ter feito a série e também “Tropa”, o ator diz que os trabalhos só confirmaram o que ele pensa sobre legalização das drogas, que ele defende. “Essa é uma política de enfrentamento que vem dos Estados Unidos; é uma guerra que não se dá no território norte-americano. É uma política equivocada”, diz o ator.