Rachel Sheherazade revela que já foi ameaçada
Rachel Sheherazade revela que já foi ameaçada
Rachel Sheherazade foi a convidada de Ratinho no quadro “Dois Dedos de Prosa” na noite desta quinta, 29 de janeiro. A jornalista conversou com ele sobre diversos assuntos. Confira:
Cargo no governo
Rachel contou que não assumiria um cargo no governo, se fosse convidada: “Nenhum cargo. Minha contribuição atualmente é como jornalista. Enquanto eu tiver voz e vez como jornalista esta é minha missão e vou cumprí-la até o fim”.
Comentários
Ela contou que já recebeu ameaças por causa de seus comentários: “Muitas. Sempre pela internet”. Mas diz que nunca se arrependeu de ter feito algum comentário: “Eu me arrependi de não ter feito”.
Sobre as eleições
Para ela, o Brasil ficou dividido com o resultado das eleições: “Vai ser difícil [unir o país]. Estamos passando por um período muito difícil. Passamos quatro anos plantando inflação, números falsos, assintecialismo, corrupção. Agora, estamos colhendo fruto de todo este desgoverno do Brasil. Teremos quatro anos de muita dificuldade. Não é o governo que vai unir o povo, o povo tem que se unir em torno de um único ideal: a luta contra a corrupção, o resgate da ética, da moralidade”.
Sobre Boechat
“Achei deselegante o termo que ele usou. Um homem tão culto. Usou uma palavra de baixo calão para atacar uma colega jornalista, que usa da opinião, assim como ele usa da opinião no rádio. E opiniões não são unânimes. Assim como ele pode discordar das minhas opiniões, eu posso discordar das dele”.
Petrobras tem solução?
“Se não houver punição aos políticos que são os corruptores, as empreiteiras que foram corrompidas e aos mandantes que foram os maiores beneficiários deste que é o maior esquema de corrupção que se tem ideia no mundo inteiro, acho que não vai ter jeito pra Petrobras não. Corrupção a gente não consegue extirpar, mas a gente consegue manter sob controle. E o Brasil não tem dado exemplo”.
Crítica sobre beijo gay em culto evangélico
“Acho que há lugar e há tempo certo para tudo (…). As pessoas estavam num culto evangélico. As religiões cristãs condenam a homessexualidade, é um pecado, é proibido, o papa também considera pecado, a igreja católica considera pecado. As meninas não estavam ali em um ato de carinho, de amor. Aquilo foi um ato premeditado, foi combinado antecipadamente pelo Facebook. A intenção era agredir, não era demonstrar afeto, carinho. Não estavam ali de forma espontânea. Era uma provocação a quem estava ministrando um culto religioso. O nosso código penal e constituição protegem os locais de culto. Então, aquilo foi uma afronta para os cristão. Há local certo para tudo. O beijo das meninas talvez não causasse tanto escândalo no bar, numa rua, num ponto de ônibus, dentro de casa, mas num culto cristão sim. (…) Se a intenção era chamar a atenção do deputado Feliciano, elas teriam que ter dado esse beijo gay na Câmara dos Deputados. Lá sim é a casa do povo. A igreja é a casa de Deus. Tem que ter respeito. Você tem que respeitar a religião. Você não pode entrar num templo muçulmano sem o véu (…). Não estou preocupada se vão me chamar de homofóbica ou não. Eu tenho amigos e amigas gays, pessoas que eu amo. E eu não amo as pessoas pela sexualidade, pela escolha sexual, pela religiosidade, pela falta dela. Eu admiro as pessoas pelo caráter. A sexualidade não define quem você é”.
Visão política
Ratinho perguntou se Rachel é da direita: “Eu sou. Eu já tive um pensamento à esquerda. Como Winston Churchil costumava dizer, se você não é um liberal aos 20, é porque você não tem coração. Se você não é um conservador aos 40, é porque você não tem cérebro. Como já cheguei aos 40, agora tenho cérebro. Saí da esquerda e hoje sou da direita”.
Execução na Indonésia
Rachel falou sobre a execução de Marcos Archer na Indonésia: “No Brasil, eu sou contra a pena de morte. Queria deixar isso muito claro porque nós temos um sistema injusto, uma justiça elitista, cheia de falhas. Agora, o traficante que foi executado na Indonésia não era um menino, era um cara tarimbado, ele fazia isso há somente 25 anos. No aeroporto da Indonésia, tem um outdoor avisando: “Traficantes, para vocês aqui a pena é de morte”. E fazia tempo que ele fazia essa rota. Então, ele sabia da consequência. Ele não é vítima, não é um coitadinho. A Indonésia é um país que tem suas leis, é um país soberano. Ele foi julgado, condenado por um crime que ele mesmo confessou, foi preso em flagrante. Então, acho que foi feito o que tinha que ser feito”.
Ratinho comentou que no Brasil há muito mais penas de morte do que na Indonésia: “No dia da execução do rapaz, aqui morreu uma menina de 9 anos com bala perdida na cabeça e ela não fez nada para receber isso”, falou o apresentador.
Rachel completou: “Aqui a pena de morte é contra o cidadão de bem. O bandido está vivo. O cidadão de bem que é condenado à morte todo os dias. Primeiro, foi tirado de nós o direito de defesa. Nós tínhamos o direito de portar arma. Um cidadão brasileiro poderia pedir e ter o porte de arma. Hoje não. Nós fomos ouvidos em plebiscito e dissemos ‘não, somos contra o desarmamento’. E o que governo fez? Enfiou goela abaixo o estatuto do desarmamento. Hoje, você não pode ter um porte de arma, não pode se defender. Falaram que com o estatuto do desarmamento haveria uma redução na criminalidade porque a arma do cidadão de bem ia parar com o traficante. Mentira. A arma do traficante vem de fora, vem das fronteiras que não são vigiadas, que estão abertas para qualquer traficante. O cidadão de bem não mata. Quem mata é o bandido. É por isso que desde o estatuto do desarmamento a violência só vem crescendo. Porque antes o bandido tinha dúvida do que ele ia encontrar pela frente. Eu sou a favor de armar quem queira se defender. Eu já trabalhei no Tribunal de Justiça e eu tinha o direito de requerer porte de arma e eu disse que não tinha condições de ter o porte de arma. Não teria condições psicológicas de ter uma arma. Mas acho que isso cabe ao cidadão e não ao Estado”.
Entretanto, ela disse que atualmente teria uma arma: “Hoje eu andaria armada. Faria um curso de tiro para a minha proteção e da minha família”.
Cadeia para punir ou reeducar
Rachel também deu sua opinião sobre o sistema prisional: “Tem gente que defende que cadeia não é para punir, é para reeducar. Se fosse para reeducar, o nome não era pena, era reeducação. Você pegava o assassino, o estuprador colocava na faculdade, na escola, num curso para ele aprender. Cadeia é para castigar. Pena é castigo”.
Pedrinhas
“Acho que tem que ter um mínimo de dignidade. Acho que as pessoas têm que ser tratadas primeiro como seres humanos. Até mesmo esses desumanos têm que ser tratados com o mínimo de humanidade. Agora, tem que ficar encarcerado sim. E não tem essa de querer colchão de água… Porque tem um tal de um estatuto do presidiário que quer dar regalias para esse pessoal e às nossas custas. Porque quem paga a hospedagem do bandido somos nós. O Brasil gasta mais com um presidiário do que com uma criança na escola”.
Bate-bola
Uma tristeza: O Brasil de hoje.
Uma saudade: Minha avó.
Prato preferido: Pizza. Sempre. Todo dia.
Maior medo: De que aconteça alguma violência com meus filhos, minha família.
Time: Corinthians.
Ricardo Boechat ou Fábio Porchat: Nenhum dos dois.
João Pessoa ou São Paulo: João Pessoa.
O que te deixa irritada: Mentira.
Maior defeito: Muito crítica, inclusive comigo.