Intoxicação por metanol: Ministério da Saúde encerra sala que monitorava casos
Fim da sala de monitoramento de casos de intoxicação por metanol foi publicado no Diário Oficial da União
Por Juana Castro.
O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira (8) o encerramento da sala de situação, criada em outubro para monitorar casos de intoxicação por metanol. A portaria que formaliza o fim da estrutura foi publicada no Diário Oficial da União.

Em nota, a pasta informou que o último caso confirmado foi registrado em 26 de novembro de 2025, referente a uma pessoa que apresentou os primeiros sintomas no dia 23 do mesmo mês. “Com a redução expressiva de novos casos e óbitos, o ministério considera que um cenário de estabilidade epidemiológica está consolidado”, destacou o comunicado.
O órgão também afirmou que todos os estados contam atualmente com estoque garantido de antídotos e maior capacidade de realizar diagnósticos. “Agora, a assistência e o acompanhamento voltam ao fluxo rotineiro da vigilância de intoxicações exógenas, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”.
Sala de monitoramento de casos suspeitos de intoxicação por metanol
A sala de situação foi instalada em 1º de outubro, poucos dias após o surgimento dos primeiros casos de intoxicação por metanol. O alerta inicial foi emitido no dia 26 de setembro pelo Sistema de Alerta Rápido da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O grupo de monitoramento reuniu representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), além dos ministérios da Agricultura e Pecuária e da Justiça e Segurança Pública.

Intoxicação por metanol: números do monitoramento
Durante o período de monitoramento ampliado, o Ministério da Saúde distribuiu insumos clínicos considerados essenciais para o atendimento das intoxicações por metanol, incluindo 1.500 ampolas de fomepizol e 4.806 unidades de etanol. A pasta informou ainda ter mantido estoque estratégico de 2,6 mil ampolas de antídoto.
Entre 26 de setembro e 5 de dezembro de 2025, foram registradas 890 notificações relacionadas à intoxicação por metanol. Desse total, 73 casos foram confirmados, 29 seguem como suspeitos e estão em análise, e 788 foram descartados.
Os estados com maior número de ocorrências foram São Paulo (578 notificações; 50 confirmadas), Pernambuco (109 notificações; oito confirmadas), Paraná (seis confirmadas), Mato Grosso (seis confirmadas), Bahia (duas confirmadas) e Rio Grande do Sul (uma confirmada).
Ao todo, foram confirmados 22 óbitos por intoxicação por metanol: 10 em São Paulo, três no Paraná, cinco em Pernambuco, um na Bahia e três em Mato Grosso. Outros nove óbitos continuam em investigação — cinco em São Paulo, três em Pernambuco e um em Alagoas. Mais de 20 notificações de morte foram descartadas.
Suspeita de casos de intoxicação por metanol na Bahia
O último caso suspeito de intoxicação por metanol na Bahia foi registrado em outubro, após balanço do Ministério da Saúde. A atualização incluiu um caso no município de São Félix, no Recôncavo. Com isso, o estado somou quatro notificações. Além de São Félix, os outros casos ocorreram em Irecê, Salvador e Feira de Santana - esses três últimos já descartados.
Em Feira de Santana, a vítima foi Marcos Evandro Santana da Costa, de 56 anos, que morreu na madrugada do dia 3 de outubro, após ser atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Queimadinha. Segundo familiares, ele tinha histórico de dependência alcoólica e foi encontrado em casa com alteração do nível de consciência e palidez.
No mesmo dia, Salvador também entrou na lista de cidades com suspeitas de intoxicação, posteriormente descartadas pelo Ministério da Saúde.
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