IA agiliza processos em 77% das empresas, aponta estudo da Microsoft
Apesar do otimismo em agilidade de processos, as empresas reconhecem que a falta de mão de obra qualificada ainda é um obstáculo
Por Rosana Bomfim.
As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) brasileiras estão cada vez mais otimistas quanto ao impacto da Inteligência Artificial (IA) em seus negócios. De acordo com a pesquisa “IA em micro, pequenas e médias empresas: tendências, desafios e oportunidades”, encomendada pela Microsoft à Edelman Comunicação, 77% dos tomadores de decisão afirmam que a IA agiliza os processos em suas empresas.

Apesar do otimismo, as empresas reconhecem que a falta de mão de obra qualificada ainda é um obstáculo: 28% das MPMEs afirmam ter dificuldades para contratar talentos especializados em IA e 24% enfrentam desafios para capacitar seus times, número que chega a 33% nas médias empresas.
O estudo revela, ainda, que 75% das companhias estão otimistas em relação aos efeitos dessa tecnologia no trabalho, o que se reflete nos planos de investimento: 73% pretendem continuar investindo ou começar a investir em IA e 61% já possuem metas ou planos de ação voltados para esse propósito.
Produtividade, qualidade e satisfação do cliente em alta
Os benefícios práticos da inteligência artificial já são sentidos no dia a dia das MPMEs. Segundo o levantamento, 77% das empresas observam melhoria na qualidade do trabalho, 76% registram aumento de produtividade e 70% percebem maior satisfação dos clientes. Além disso, 65% relatam que a IA tem elevado a motivação e o engajamento dos colaboradores.
As principais aplicações da IA estão concentradas em assistência virtual ao cliente (73%), pesquisa na internet (66%) e serviços personalizados (65%), evidenciando o potencial da tecnologia para otimizar rotinas e aprimorar a experiência do consumidor.
“As empresas brasileiras estão cada vez mais cientes de que a IA pode ser uma aliada no crescimento do negócio. É por isso que vemos o otimismo se traduzir em planos de ação”, destaca Andrea Cerqueira, vice-presidente de Vendas Corporativas para Clientes e Startups na Microsoft Brasil.
Pequenas lideram investimentos e familiaridade com a tecnologia
O estudo também mostra que o conhecimento sobre IA tem se expandido entre os empresários. 52% dos tomadores de decisão afirmam estar muito ou extremamente familiarizados com a tecnologia um avanço que estimula novos investimentos.
As pequenas empresas (10 a 99 funcionários) lideram esse movimento, com 85% delas dispostas a investir em IA, seguidas pelas microempresas (71%) e médias (64%).

As motivações variam conforme o porte da empresa. Entre as médias, 59% apontam ganhos de eficiência e produtividade como principal incentivo, enquanto 60% das microempresas priorizam a melhoria do serviço e a satisfação do cliente. A redução de custos, por outro lado, aparece em segundo plano, sendo citada por apenas cerca de 12% das companhias.
Marketing, TI e atendimento lideram adoção de IA
A pesquisa destaca que as áreas de marketing (17%), tecnologia da informação (16%) e atendimento ao cliente (14%) são as mais envolvidas na adoção da inteligência artificial nas MPMEs. Em empresas não nativas digitais, o marketing lidera o uso e a administração participa da decisão de compra; já nas nativas digitais, a responsabilidade é da TI.
Outras áreas também vêm ganhando protagonismo nesse processo, como finanças (28%), serviço ao cliente (27%), recursos humanos (25%) e vendas (16%). A IA generativa, por sua vez, tem sido usada em criação de soluções (57%), agilização de tarefas (52%), processamento de dados (45%), tradução de documentos (42%) e apoio em marketing (39%).
“A IA está transformando a forma que trabalhamos, facilitando processos antes complexos e liberando tempo dos profissionais para serem mais criativos e estratégicos”, reforça Andrea Cerqueira.
Capacitação e inclusão digital: os novos desafios
As habilidades em IA já são a principal demanda de 63% das empresas de médio porte, enquanto pequenas e micro ainda equilibram essa necessidade com o desenvolvimento de soft skills, como colaboração e comunicação interpessoal.
Para enfrentar esse desafio, a Microsoft lançou o programa ConectAI, em setembro de 2024, com o objetivo de treinar 5 milhões de pessoas no Brasil até 2027 em competências relacionadas à IA. O projeto faz parte de um investimento de R$ 14,7 bilhões em infraestrutura de nuvem e IA no país, voltado para impulsionar um futuro digital mais inclusivo e produtivo.
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Cibersegurança e governança digital em foco
O avanço da IA também exige atenção redobrada à cibersegurança. O estudo aponta que 48% das empresas temem o roubo ou mau uso de dados, enquanto 33% se preocupam com manipulação de modelos de IA e 30% com softwares maliciosos. Além disso, seis em cada dez empresas reconhecem a necessidade de promover mudanças culturais para usar a tecnologia de forma segura e responsável.
Atualmente, 53% dos tomadores de decisão afirmam estar familiarizados com o panorama regulatório da IA — embora essa taxa caia para 31% entre as microempresas. Isso reforça a importância de políticas claras de governança e proteção de dados.
Um futuro promissor para a IA nas empresas brasileiras
A pesquisa revela que a transformação digital das MPMEs está em pleno curso no Brasil. A combinação de otimismo, investimentos crescentes e foco em capacitação cria um cenário favorável para o avanço da IA no ecossistema empresarial.
Mais do que uma tendência tecnológica, a inteligência artificial se consolida como uma ferramenta estratégica para o crescimento sustentável, o aumento da competitividade e a inclusão produtiva das empresas no país.
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