<a href="https://aratuon.com.br/grupo-aratu/galinho-10-vezes-que-calcinha-preta-melhorou-musicas-internacionais">"A Banda de Forr&oacute; Mais Gostosa do Brasil"</a> foi o t&iacute;tulo do primeiro &aacute;lbum da Calcinha Preta, anfitri&atilde; do Galinho 2025, lan&ccedil;ado em 1996, e que j&aacute; deixava claro que se tornaria refer&ecirc;ncia do forr&oacute; no Brasil. Quase 30 anos depois, uma coisa &eacute; certa: &ldquo;&Eacute; de Calcinha que a gente gosta.&rdquo;
Desde 1995, a banda conquista os cora&ccedil;&otilde;es dos rom&acirc;nticos com sua trajet&oacute;ria. O <a href="https://aratuon.com.br/">Aratu On</a> reuniu um pouco dessa hist&oacute;ria, que come&ccedil;ou sob os holofotes de Aracaju, capital sergipana, e agora a banda retorna a Salvador no pr&oacute;ximo dia 17 para se apresentar.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/d727502b-b736-47bf-b58f-28aa99fae5c7.png?width=1280&amp;height=768" alt="Galinho. Foto: redes sociais | @calcinhapreta">
<h3 dir="ltr">Santa Rosa &agrave; "Banda de Forr&oacute; Mais Gostosa do Brasil"</h3>
<a href="https://aratuon.com.br/cultura/galinho-2025-por-que-a-banda-calcinha-preta-tem-esse-nome">Voc&ecirc; sabia que a banda j&aacute; foi chamada de Santa Rosa?</a> O grupo, antes conhecido por esse nome, representava uma nova promessa no forr&oacute;, mas com uma proposta ousada: misturar o tradicional forr&oacute; nordestino com eletr&ocirc;nica e pop.
A banda Santa Rosa era liderada por Ulisses Andrade, primo de Gilton Andrade, atual empres&aacute;rio da Calcinha Preta, e foi ele quem ajudou a fundar o grupo em dezembro de 1995. A curiosidade do nome "Calcinha Preta" surgiu de uma revela&ccedil;&atilde;o de Gilton: ele tinha o h&aacute;bito de colecionar calcinhas, inspirado no cantor Wando, mas com uma prefer&ecirc;ncia peculiar pela cor preta.
A trajet&oacute;ria da Calcinha Preta come&ccedil;ou em dezembro de 1995, em Aracaju (SE), fruto da iniciativa de Gilton Andrade, que transformou o forr&oacute; tradicional em um espet&aacute;culo ousado.&nbsp;
<h3 dir="ltr">Calcinha Preta e Salvador&nbsp;</h3>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/e8a469db-0010-48f6-8859-6fb77095b7c3.png?width=1280&amp;height=768" alt="Calcinha Preta. Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o">
Falar sobre Calcinha Preta &eacute; tamb&eacute;m falar sobre Salvador. Foi na capital baiana, em 2003, no Parque de Exposi&ccedil;&otilde;es, que a banda gravou o primeiro DVD da carreira, reunindo um p&uacute;blico hist&oacute;rico de 125 mil pessoas. Em 2023, a cidade voltou a ser palco da <a href="https://aratuon.com.br/sao-joao/galinho-calcinha-preta-retorna-a-salvador-com-o-festival-atemporal">grava&ccedil;&atilde;o do projeto "Atemporal",</a> que acontece novamente neste ano, no Galinho 2025.
<h3 dir="ltr">Forma&ccedil;&atilde;o&nbsp;</h3>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/810bc822-8d62-4972-982d-5f9eb5f5b76a.png?width=1280&amp;height=768" alt="Calcinha Preta. Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o.">
A trajet&oacute;ria da Calcinha Preta &eacute; marcada por mudan&ccedil;as e retornos. Fundada nos anos 90 por Sidney Chicu e Luciana Linhares, ganhou proje&ccedil;&atilde;o com o Disco de Ouro em 1998. A entrada de Daniel Diau em 2000 trouxe hits como &ldquo;Desilus&atilde;o&rdquo;. Com idas e vindas de integrantes como Malba, Paulinha Abelha e Berg Lima, a banda passou por pausas e renova&ccedil;&otilde;es, incluindo carreiras no gospel.
Em 2022, a morte de Paulinha abalou o grupo. No ano seguinte, a chegada de O&rsquo;hara Ravick gerou pol&ecirc;mica, mas a banda seguiu em frente, fiel &agrave; sua capacidade de reinven&ccedil;&atilde;o.
<h3 dir="ltr">Discografia e turn&ecirc;s internacionais</h3>
Com 33 &aacute;lbuns lan&ccedil;ados e mais dois a caminho, frutos da nova fase iniciada com Atemporal, a banda sergipana acumula sucessos e n&uacute;meros impressionantes. Em 2007, o DVD Ao Vivo em Recife, apresentado por Hebe Camargo e com participa&ccedil;&otilde;es de F&aacute;bio J&uacute;nior e Tatau, vendeu mais de 800 mil DVDs e 625 mil CDs, garantindo um Disco de Diamante Duplo.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/2b8e7da7-8b94-4570-bced-9fefddb9a2cd.png?width=1280&amp;height=768" alt="Calcinha Preta, Ao Vivo no Recife. Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o">
A cenografia grandiosa, inspirada na banda U2, evidenciava a voca&ccedil;&atilde;o da banda em se inspirar em refer&ecirc;ncias internacionais.&nbsp;Fora do Brasil, a Calcinha Preta tamb&eacute;m brilhou. A banda realizou turn&ecirc;s nos Estados Unidos, Canad&aacute;, pa&iacute;ses da Europa e da &Aacute;frica, levando o forr&oacute; eletr&ocirc;nico para palcos internacionais, com um detalhe importante: sempre com casa cheia.
<h3 dir="ltr">Ousadia que virou marca registrada</h3>
Enquanto outras bandas de forr&oacute; eletr&ocirc;nico dos anos 90, como Mastruz com Leite, Magn&iacute;ficos e Lim&atilde;o com Mel, mantinham o saxofone como s&iacute;mbolo sonoro, a Calcinha Preta inovou ao destacar guitarras el&eacute;tricas, aliando o forr&oacute; ao pop e ao eletr&ocirc;nico. As vozes masculinas agudas, letras de duplo sentido e vers&otilde;es inusitadas de hits internacionais tamb&eacute;m contribu&iacute;ram para a identidade marcante do grupo.
O Aratu On fez uma lista com 10 vezes que a Calcinha Preta "melhorou" m&uacute;sicas internacionais. De Lady Gaga a Scorpions, a Calcinha Preta adapta hits internacionais ao forr&oacute; e embala f&atilde;s h&aacute; tr&ecirc;s d&eacute;cadas.&nbsp;
<a href="https://aratuon.com.br/grupo-aratu/galinho-10-vezes-que-calcinha-preta-melhorou-musicas-internacionais">Confira a mat&eacute;ria: + GALINHO: 10 vezes que Calcinha Preta &ldquo;melhorou&rdquo; m&uacute;sicas internacionais</a>
<h3 dir="ltr">Al&eacute;m dos palcos</h3>
O sucesso da Calcinha Preta extrapolou os palcos. Em 2010, a banda foi a primeira do forr&oacute; a se apresentar no especial de fim de ano da TV Globo ao lado de Roberto Carlos e tamb&eacute;m venceu o Trof&eacute;u Imprensa.
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A m&uacute;sica &ldquo;Dona do Barraco&rdquo; foi trilha sonora de novela da Globo, mas foi com &ldquo;Voc&ecirc; N&atilde;o Vale Nada, Mas Eu Gosto de Voc&ecirc;&rdquo;, tema da personagem Norminha (Dira Paes) em Caminho das &Iacute;ndias, que o grupo conquistou o Brasil de vez.
A can&ccedil;&atilde;o foi eleita &ldquo;M&uacute;sica do Ano&rdquo; no Melhores do Ano da TV Globo, desbancando &ldquo;Borboletas&rdquo;, de Victor &amp; L&eacute;o, e &ldquo;Shimbalai&ecirc;&rdquo;, de Maria Gad&uacute;.
<h3 dir="ltr">N&uacute;meros&nbsp;</h3>
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A trajet&oacute;ria da Calcinha Preta &eacute; traduzida em n&uacute;meros expressivos: cerca de 10 milh&otilde;es de discos vendidos ao longo da carreira, 1 bilh&atilde;o de visualiza&ccedil;&otilde;es e quase de 3 milh&otilde;es de inscritos no canal oficial da banda no YouTube.&nbsp;
<h3 dir="ltr">Calcinha Preta e Galinho&nbsp;</h3>
Com quase 30 anos de estrada e f&ocirc;lego renovado, a banda se prepara para ser anfitri&atilde; do Galinho 2025. A volta &agrave; capital baiana no pr&oacute;ximo dia 17 de maio&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cultura/arraia-do-galinho-com-calcinha-preta-abre-vendas-em-25-de-marco" target="_blank" rel="noopener">no Wet'n Wild, em Salvador</a>. Tamb&eacute;m sobem ao palco nomes como Lim&atilde;o com Mel, Ra&iacute; Saia Rodada e Eline Martins.&nbsp;<a href="https://www.boratickets.com.br/evento/346/atemporal-salvador">Os ingressos j&aacute; est&atilde;o &agrave; venda e variam entre R$ 75 e R$ 420.</a>
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Voc&ecirc; sabia que existe um lugar no Centro de Salvador que leva diretamente ao s&eacute;culo XIX (19)? &Eacute; o Gabinete Portugu&ecirc;s de Leitura (GPL), ao lado da Pra&ccedil;a da Piedade.
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O espa&ccedil;o foi fundado em 2 de mar&ccedil;o de 1863 com o objetivo de "adquirir obras de renova&ccedil;&atilde;o, escritas nos idiomas portugu&ecirc;s e franc&ecirc;s, e mais aquelas que posteriormente se julgarem mais precisas, assim como os principais jornais publicados em Portugal e no Brasil" (Ata n. 1, 1863).
Idealizado pelos irm&atilde;os comendadores Manoel Joaquim Rodrigues e Francisco Jos&eacute; Rodrigues Pedreira, o Gabinete surgiu como uma iniciativa para fortalecer os la&ccedil;os culturais entre o Reino e a comunidade luso-baiana. A proposta era estabelecer um n&uacute;cleo de cultura portuguesa na Bahia atrav&eacute;s da biblioteca.
Atualmente, o acervo da Biblioteca Infante D. Henrique re&uacute;ne mais de 25 mil volumes, incluindo livros, folhetos e peri&oacute;dicos, principalmente t&iacute;tulos de literatura e poesia.
Algumas obras s&atilde;o consideradas rar&iacute;ssimas, a exemplo de uma edi&ccedil;&atilde;o de 1898 de "Os Lus&iacute;adas", de Luiz de Cam&otilde;es, com p&aacute;ginas folheadas a ouro, e um dicion&aacute;rio da l&iacute;ngua tupi de 1858.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5cca0b52-2f80-45be-bedf-5ec6bd73b10d.png?width=1920&amp;height=1080" alt="Edi&ccedil;&atilde;o de 1898 de 'Os Lus&iacute;adas', de Cam&otilde;es, tem papel folheado a ouro (detalhe) | Fotos: Juana Castro/Aratu On">
No gabinete, o visitante tamb&eacute;m encontra t&iacute;tulos de Jorge Amado, sobre a hist&oacute;ria da Bahia, economia, cr&ocirc;nicas, literatura ind&iacute;gena, angolana, mo&ccedil;ambicana, entre outros. N&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel, no entanto, fazer retirada dos materiais. Quem quiser folhe&aacute;-los ou consult&aacute;-los precisa agendar previamente e realizar uma a&ccedil;&atilde;o durante uma visita, como explicou Priscila Pereira, que recebeu a equipe do Aratu On no local.&nbsp;
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Al&eacute;m da visita&ccedil;&atilde;o gratuita, o Gabinete oferece cursos semanais de Gram&aacute;tica e Reda&ccedil;&atilde;o, refor&ccedil;ando seu compromisso com a educa&ccedil;&atilde;o e a cultura.
Se voc&ecirc; gosta de ler ou quer apenas conhecer um lugar diferente em Salvador, vale incluir o Gabinete Portugu&ecirc;s de Leitura no roteiro. &Eacute; gratuito, hist&oacute;rico e est&aacute; de portas abertas ao p&uacute;blico.
Veja mais informa&ccedil;&otilde;es sobre o GPL no Instagram ( <a href="https://www.instagram.com/gabineteleiturassa/" target="_blank" rel="noopener">@gabineteleiturassa</a> ).
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No dia 21 de abril de 1792, Joaquim Jos&eacute; da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, foi executado por enforcamento no Rio de Janeiro. Mais de dois s&eacute;culos depois, seu nome segue celebrado como s&iacute;mbolo de luta pela independ&ecirc;ncia e justi&ccedil;a no Brasil. A data de sua morte se tornou feriado nacional, e sua figura permanece no imagin&aacute;rio popular como um dos maiores her&oacute;is da hist&oacute;ria do pa&iacute;s.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a5f25795-a630-4e06-aa4c-ca6aa838d243.jpg?width=1920&amp;height=1280" alt="">
Tiradentes foi um dos principais nomes da Inconfid&ecirc;ncia Mineira, movimento ocorrido entre 1789 e 1792 que buscava a independ&ecirc;ncia da Capitania de Minas Gerais do dom&iacute;nio portugu&ecirc;s. O grupo reunia intelectuais, religiosos, militares e poetas que contestavam os altos impostos impostos pela Coroa Portuguesa, entre eles Cl&aacute;udio Manuel da Costa, Tom&aacute;s Ant&ocirc;nio Gonzaga e In&aacute;cio Jos&eacute; de Alvarenga Peixoto.
Historiadores apontam o movimento como o primeiro com o objetivo de ser independente, de fato, de Portugal, ainda que a revolta n&atilde;o tenha sido colocada em pr&aacute;tica. A organiza&ccedil;&atilde;o foi delatada por um dos integrantes, o coronel Joaquim Silv&eacute;rio dos Reis, e os envolvidos foram presos e julgados, incluindo Tiradentes, um dos inconfidentes mais ativos.
De acordo com o jornalista Lucas Fiqueiredo, autor do livro "O Tiradentes", Joaquim Jos&eacute; da Silva Xavier foi respons&aacute;vel por articular alian&ccedil;as e angariar apoios ao movimento, tornando-se um l&iacute;der operacional e ideol&oacute;gico. Depois que foi preso, em 10 de maio de 1789, no Centro do Rio de Janeiro, assumiu toda a culpa pela conspira&ccedil;&atilde;o, atitude que foi interpretada como um sacrif&iacute;cio pessoal em prol dos companheiros. Da&iacute;, ent&atilde;o, a consagra&ccedil;&atilde;o como m&aacute;rtir.
A pena, ent&atilde;o, foi exemplar. Al&eacute;m do enforcamento, no dia 21 de abril de 1792,&nbsp;Tiradentes teve o corpo esquartejado e a cabe&ccedil;a exposta em pra&ccedil;a p&uacute;blica em Vila Rica (hoje Ouro Preto). Os membros dele foram espalhados pela&nbsp;estrada que ligava a cidade ao Rio de Janeiro, a fim de evitar novas tentativas de rebeli&atilde;o.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/6377479d-9e78-4fdf-af53-3c8cd34a608e.jpg?width=650&amp;height=800" alt="Imagem idealizada por Oscar Pereira da Silva de como teria sido Tiradentes (1922). Atualmente, a obra original se encontra no Museu Paulista da Universidade de S&atilde;o Paulo (USP)">
<h3>Mas quem foi, de fato, Tiradentes?</h3>
Joaqui nasceu na Fazenda do Pombal, no atual munic&iacute;pio de Rit&aacute;polis, Minas Gerais. N&atilde;o se sabe ao certo sua data de nascimento, apenas que foi batizado em 12 de novembro de 1746. Ainda jovem, exerceu diversas profiss&otilde;es, entre elas a de tropeiro e minerador. O apelido &ldquo;Tiradentes&rdquo; surgiu de sua atua&ccedil;&atilde;o como pr&aacute;tico de odontologia - profiss&atilde;o que teria aprendido com um tio, Sebasti&atilde;o Ferreira Leit&atilde;o, que era cirurgi&atilde;o-dentista.&nbsp;
Aos 29 anos, ingressou na carreira militar e se destacou por sua coragem e dedica&ccedil;&atilde;o. No Rio de Janeiro, conheceu o naturalista Jos&eacute; &Aacute;lvares Maciel, influenciado pelas ideias iluministas europeias, com quem passou a discutir os abusos fiscais da Coroa e a necessidade de independ&ecirc;ncia do Brasil.
A constru&ccedil;&atilde;o da imagem de Tiradentes como her&oacute;i, no entanto, ganhou for&ccedil;a quase um s&eacute;culo ap&oacute;s sua morte, durante a transi&ccedil;&atilde;o do Imp&eacute;rio para a Rep&uacute;blica, em 1889. Na aus&ecirc;ncia de retratos reais de Joaquim Jos&eacute; da Silva Xavier, artistas republicanos criaram uma representa&ccedil;&atilde;o idealizada do m&aacute;rtir, inspirada na figura de Jesus Cristo.&nbsp;
Ao jornal Estado de Minas, o bi&oacute;grafo Lucas Figueiredo disse que o que se sabe &eacute; que Joaquim "era um homem branco, de pai e m&atilde;e declarados como brancos, que aos 40 anos j&aacute; tinha cabelos brancos. E ponto final".
A imagem criada do homem de olhos claros, barba longa, cabelos soltos e tra&ccedil;os sim&eacute;tricos n&atilde;o foi aleat&oacute;ria. Ao contr&aacute;rio: foi pensada para remeter &agrave; iconografia crist&atilde;, como explicou o historiador Andr&eacute; Figueiredo no livro "Em Busca de Um Rosto: a Rep&uacute;blica e a Representa&ccedil;&atilde;o de Tiradentes".
&ldquo;Um personagem que morreu por ter sido tra&iacute;do por um amigo, o Silv&eacute;rio dos Reis, &agrave; semelhan&ccedil;a da tr&aacute;gica hist&oacute;ria de Jesus Cristo&rdquo;, disse Figueiredo &agrave; BBC Brasil.&nbsp;
*Com informa&ccedil;&otilde;es da National Geographic

Se a gente j&aacute; acha que viveu muito e viu muita coisa antes dos 30, imagina uma cidade de 476 anos? A aniversariante do dia, Salvador, j&aacute; protagonizou momentos hist&oacute;ricos que mudaram o Brasil e o mundo: al&eacute;m de ter sido a primeira capital do pa&iacute;s, Soter&oacute;polis, a Terra do Sol, j&aacute; foi motivo de disputa entre outras na&ccedil;&otilde;es e a principal respons&aacute;vel pela Independ&ecirc;ncia do Brasil.
Para marcar os <a href="https://aratuon.com.br/cidade/aniversario-de-salvador-tera-pablo-vittar-e-russo-passapusso-veja-lista" target="_blank" rel="noopener">476 anos da capital baiana</a>, o historiador Rafael Dantas, especialista em Salvador, respondeu &agrave; seguinte pergunta: se voc&ecirc; tivesse que apontar cinco momentos hist&oacute;ricos para recontar a hist&oacute;ria da cidade, quais seriam? No final, foi tanta coisa que n&atilde;o deu para ficar s&oacute; em cinco.&nbsp;"&Eacute; dif&iacute;cil, porque s&atilde;o v&aacute;rios momentos de muita atua&ccedil;&atilde;o, de muitas viv&ecirc;ncias, de muitas trocas", comentou ele. Confira, abaixo, os fatos levantados pelo historiador.
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cidade/cultura-esporte-e-mais-veja-programacao-do-aniversario-de-salvador" target="_blank" rel="noopener">Cultura, esporte e mais: veja programa&ccedil;&atilde;o do anivers&aacute;rio de Salvador</a>
+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/cidade/salvador-476-anos-conheca-as-maiores-lendas-urbanas-da-capial-baiana" target="_blank" rel="noopener">Salvador 476 anos: conhe&ccedil;a as maiores lendas urbanas da capital baiana</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/c34c94df-48fd-467e-879d-0e024cb1702d.jpg?width=838&amp;height=625" alt="Foto: Lucas Moura/Secom">
<h2 style="text-align: justify;">Salvador e a chegada dos primeiros navios</h2>
"Primeiro, teria que elencar esse momento de in&iacute;cio, n&eacute;? Da chegada do ent&atilde;o governador Tom&eacute; de Sousa, em mar&ccedil;o de 1549, para a cria&ccedil;&atilde;o da Fortaleza do Salvador, que se tornaria a cidade do Salvador", come&ccedil;ou Dantas. De l&aacute; at&eacute; aqui, a cidade nunca deixou de ter habitantes, e est&aacute; entre as mais antigas continuadamente habitadas do continente americano, al&eacute;m de ser o primeiro munic&iacute;pio planejado do Brasil.
"Esse momento marca, evidentemente, o in&iacute;cio da ocupa&ccedil;&atilde;o, e de todas as viol&ecirc;ncias inseridas nesse processo, al&eacute;m da imposi&ccedil;&atilde;o do poder portugu&ecirc;s", detalhou ele.
+ <a href="https://aratuon.com.br/cidade/em-primeiro-lugar-momentos-em-que-salvador-foi-pioneira-na-historia" target="_blank" rel="noopener">Em primeiro lugar: momentos em que Salvador foi pioneira na hist&oacute;ria</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/82d26b33-45e8-43b0-92b5-3d002ef3a76a.png?width=2299&amp;height=1744" alt="Imagem: Arquivo P&uacute;blico">
<h2 style="text-align: justify;">Salvador e invas&atilde;o holandesa</h2>
Portugal tomou a Bahia dos povos origin&aacute;rios que viviam aqui, e os holandeses quase tomaram Salvador de Portugal 75 anos depois da funda&ccedil;&atilde;o da capital, em 1624. Em 9 de maio daquele ano, 26 navios e cerca de 3.400 holandeses chegaram &agrave; Bahia e, com o objetivo de enfraquecer os colonizadores ib&eacute;ricos e fincar ra&iacute;zes por aqui para controlar a produ&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&uacute;car, bombardearam Salvador, trazendo preju&iacute;zos &agrave; cidade.
Mas, menos de um ano depois, em mar&ccedil;o de 1625, uma armada luso-espanhola de mais de 50 navios pegou a cidade de volta.
Para Rafael Dantas, esse evento tamb&eacute;m est&aacute; entre os mais importantes da nossa hist&oacute;ria. "Esse momento foi muito relevante, a reconquista da cidade do Salvador pelos portugueses e espanh&oacute;is, l&aacute; em 1625. Isso &eacute; algo muito significativo para recordarmos, que marcou a hist&oacute;ria e os rumos da cidade naquele contexto", destacou.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/6fda7937-e8bd-4623-b293-090d4ebd4dde.jpg?width=2400&amp;height=1865" alt="Foto: Atlas do Patrim&oacute;nio M&uacute;tuo e da Biblioteca Nacional dos Pa&iacute;ses Baixos">
<h2 style="text-align: justify;">Mudan&ccedil;a de capital</h2>
Salvador carregou o t&iacute;tulo de capital do Brasil por 214 anos, at&eacute; que, em 1763, o governo foi transferido para o Rio de Janeiro. A capital baiana havia sido primeiramente escolhida por estar na regi&atilde;o Nordeste, que era a principal produtora de a&ccedil;&uacute;car e pau-brasil, e pela facilidade de exportar os produtos no porto da cidade.
Mas, dois s&eacute;culos depois, os interesses mudaram: agora, Portugal queria ouro, e a descoberta do metal e de pedras preciosas em Minas Gerais fez a coroa portuguesa levar o centro administrativo do Governo Geral do Brasil para o sudeste.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/4f6be26f-c107-4c36-9652-d5f9fe2330c1.jpg?width=3888&amp;height=5184" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">
<h2 style="text-align: justify;">Conjura&ccedil;&atilde;o Baiana</h2>
A Conjura&ccedil;&atilde;o Baiana, tamb&eacute;m conhecida como Revolta dos Alfaiates ou Revolta dos B&uacute;zios, foi um movimento de car&aacute;ter libert&aacute;rio que aconteceu no final do s&eacute;culo 18. Diferente da Inconfid&ecirc;ncia Mineira, considerada uma "revolta elitista", a Conjura&ccedil;&atilde;o Baiana foi um movimento popular, com a participa&ccedil;&atilde;o de diversos segmentos da popula&ccedil;&atilde;o, incluindo sapateiros, bordadores, ex-escravos, escravos e alfaiates.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/d62007fb-f85f-4a48-af3f-ed06397277f5.webp?width=685&amp;height=391" alt="Foto: Arquivo P&uacute;blico">
Os participantes da revolta defendiam a independ&ecirc;ncia do Brasil e maior igualdade racial, a cria&ccedil;&atilde;o de um governo republicano e democr&aacute;tico, al&eacute;m da abertura dos portos e do aumento dos sal&aacute;rios para os soldados. "Foi um evento que marcou toda uma &eacute;poca", ressaltou Rafael Dantas.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/9201d96b-e037-4d06-a274-ae8e9baf985b.jpg?width=800&amp;height=521" alt="Foto: Acervo Art&iacute;stico-Cultural dos Pal&aacute;cios do Governo">
<h2 style="text-align: justify;">Independ&ecirc;ncia</h2>
Se a chegada dos colonizadores portugueses em Salvador mudou a hist&oacute;ria do pa&iacute;s, da Am&eacute;rica Latina e do mundo, a sa&iacute;da, ou melhor, expuls&atilde;o, tamb&eacute;m deixou um marco. A Independ&ecirc;ncia do Brasil na Bahia aconteceu em 2 de julho de 1823, e at&eacute; hoje &eacute; uma das principais datas comemorativas do estado, especialmente em Salvador e no Rec&ocirc;ncavo Baiano.
"Toda a movimenta&ccedil;&atilde;o pela nossa independ&ecirc;ncia aconteceu com a participa&ccedil;&atilde;o popular de negros e de diversos agentes, como mulheres, por exemplo", disse o historiador.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/002254b5-d6e2-4682-9c0d-d092e5ec3e27.jpg?width=6720&amp;height=4480" alt="Foto: Bruno Concha/Ascom">
<h2 style="text-align: justify;">Revolta dos Mal&ecirc;s</h2>
A Revolta dos Mal&ecirc;s foi um levante de escravizados que aconteceu em Salvador, em 24 de janeiro de 1835, e at&eacute; hoje &eacute; considerada a maior revolta de escravizados da hist&oacute;ria do Brasil. O movimento foi realizado por africanos de origem mu&ccedil;ulmana, conhecidos como "mal&ecirc;s", que lutavam, de forma bem estruturada, contra a escravid&atilde;o e &agrave; opress&atilde;o nas fazendas. "Foi um levante extremamente significativo para a nossa hist&oacute;ria", comentou ele.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5e7769df-3bf6-47ef-ae9d-f7482db80529.webp?width=1170&amp;height=700" alt="Foto: Ag&ecirc;ncia Brasil">
<h2 style="text-align: justify;">Uma nova cidade</h2>
Para terminar, vamos dar um pulo de 1835 para os anos 1960. Nesse per&iacute;odo, Salvador passou por diversas reformas urbanas, e a Regi&atilde;o Metropolitana ganhou um polo petroqu&iacute;mico, transformando a geografia, pol&iacute;tica e economia da regi&atilde;o. "Foi um dos momentos mais significativos da hist&oacute;ria da cidade no sentido de se pensar uma cidade diferente", concluiu o historiador.
Hoje, o lugarzinho que come&ccedil;ou como uma fortaleza, virou a primeira capital do imp&eacute;rio e se tornou palco das revolu&ccedil;&otilde;es mais importantes do pa&iacute;s, al&eacute;m de ser um ber&ccedil;o de cultura, &eacute; a quinta maior cidade do Brasil - e o baiano sempre foi, e continua a ser, um povo a mais de mil.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/61d7eff9-5748-4748-9ad5-ce5d9bcc1acb.jpg?width=6000&amp;height=4000" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">

Revoltas populares pelo direito &agrave; moradia, em uma Salvador retratada nos anos 1990, &eacute; tema da hist&oacute;ria em quadrinhos (HQ) &quot;Her&oacute;is da Terra&quot;, que ser&aacute; lan&ccedil;ada no s&aacute;bado (21), no Bairro da Paz. O evento come&ccedil;a &agrave;s 15h, na Ag&ecirc;ncia de Not&iacute;cias das Favelas, localizada na rua da Uni&atilde;o, n&ordm; 5.

Com texto e cria&ccedil;&atilde;o de L&uacute;cio Lima e ilustra&ccedil;&atilde;o de Beto Barbosa, Her&oacute;is da Terra &eacute; uma trilogia em quadrinhos voltada para o p&uacute;blico infanto-juvenil, que revisita revoltas populares que aconteceram na capital baiana. Das p&aacute;ginas da HQ emergem tr&ecirc;s hist&oacute;rias in&eacute;ditas:

- &quot;O Nascimento de Saramandaia&quot;, que mostra como os moradores resistiram at&eacute; a a&ccedil;&otilde;es daPol&iacute;cia Federal (PF),&nbsp;para poder ter suas casas;

- &quot;O Batismo do Bairro da Paz&quot;, que trata da mudan&ccedil;a do nome da localidade que antes fazia refer&ecirc;ncia &agrave; uma guerra (Malvinas);

- e &quot;A Ascens&atilde;o do Beiru&quot;, sobre a resist&ecirc;ncia dos moradores utilizando o nome original, mesmo ao ser trocado para Tancredo Neves.

De acordo com L&uacute;cio Lima, os&nbsp;leitores &quot;viajar&atilde;o no tempo testemunhando os detalhes desses movimentos, conhecendo e se conectando com her&oacute;is an&ocirc;nimos que ajudaram a forjar esses acontecimentos&quot;.

&quot;Al&eacute;m de combater o apagamento hist&oacute;rico das lutas populares, Her&oacute;is da Terra, por meio da linguagem dos quadrinhos, busca proporcionar uma experi&ecirc;ncia l&uacute;dica e educativa para crian&ccedil;as e adolescentes, gerando empatia e ao mesmo tempo contribuindo para manter vivo o legado de her&oacute;is populares an&ocirc;nimos, como forma de despertar a reflex&atilde;o a respeito da import&acirc;ncia da auto afirma&ccedil;&atilde;o&quot;, acrescenta.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128853/mg/lucio-lima.jpg" style="width: 500px; height: 490px;" />

Durante o lan&ccedil;amento, o n&uacute;cleo de teatro do Grupo Cultural Art&#39;Mandaia, far&aacute; uma conta&ccedil;&atilde;o de hist&oacute;ria da HQ que ter&aacute; distribui&ccedil;&atilde;o gratuita em ongs, escolas e bibliotecas comunit&aacute;rias. Al&eacute;m disso, a HQ tamb&eacute;m ser&aacute; desenvolvida em audiodescri&ccedil;&atilde;o e ser&aacute; disponibilizada no canal do YouTube do Art&#39;Mandaia. &nbsp;A HQ Her&oacute;is da Terra foi contemplada pelo edital Territ&oacute;rios Criativos, com recursos financeiros da Funda&ccedil;&atilde;o Greg&oacute;rio de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador, e da Lei Paulo Gustavo, do Minist&eacute;rio da Cultura, Governo Federal.

&quot;Ao trazer &agrave; tona esses eventos, frequentemente esquecidos, &#39;Her&oacute;is da Terra&#39;&nbsp;preenche lacunas sobre o conhecimento hist&oacute;rico e se ocupa da miss&atilde;o de manter viva a hist&oacute;ria de muitos que foram autores reais, mas n&atilde;o documentais das narrativas, ciente de que &eacute; importante que a hist&oacute;ria seja contada, n&atilde;o s&oacute; por historiadores, mas tamb&eacute;m por quem a vivenciou&quot;, complementa&nbsp;L&uacute;cio Lima.

Cr&eacute;ditos:

Realiza&ccedil;&atilde;o: Art&#39;Mandaia e Kimbula produ&ccedil;&otilde;es 
Cria&ccedil;&atilde;o e Texto: L&uacute;cio Lima 
Ilustra&ccedil;&atilde;o: Beto Barbosa 
Script-doctor: J&atilde;o Rodrigo Mattos 
Produ&ccedil;&atilde;o executiva: Juliana Pereira 
Dire&ccedil;&atilde;o de produ&ccedil;&atilde;o: Marta Teixeira 
Coordena&ccedil;&atilde;o de Produ&ccedil;&atilde;o: Bira Mends 
Design gr&aacute;fico: Gabriela Borges 
Assessoria de Imprensa: Oliveira Comunica&ccedil;&atilde;o 
Pesquisa: L&uacute;cio Lima e Roberto Salles 
Dire&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica: Renato Lima 
Foto Still: Bira Mends 
Elenco: Alana Leite ; Gabriela Texeira; Renato Lima, Marta Teixeira, The Miki, Van Silva. 
Assistente de produ&ccedil;&atilde;o: Tatiana Franco, Larissa Lima, Evellin Carolaine, Clarine Novais, Jedjane Mirtes, Lavinia Lima, Maria Andrade, L&eacute;o Vinicius e Islan Rocha. 
Produ&ccedil;&atilde;o multim&iacute;dia: Luciano Rocha, Andr&eacute; Pereira e Rodrigo Alves.

+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geek/quadrinistas-baianos-faturam-o-hqmix-maior-premiacao-de-hqs-do-brasil" target="_blank">Quadrinistas Baianos faturam o HQMIX, maior premia&ccedil;&atilde;o de HQs do Brasil</a>

Nascida em Feira de Santana, a psicóloga e pedagoga Fabiana Cardeal estreia no universo literário infantil com um livro que fortalece a autoestima das crianças e traz um protagonismo negro para o crescimento dos pequenos. Através da literatura, a educadora resgatou sua criança interior e escreveu seu primeiro livro: Era uma vez uma menina preta.

Aos 41 anos, a autora colocou no papel sua essência ao trazer Bia, uma menina sonhadora que tinha muitas ambições desde pequena. Ressaltando o protagonismo negro em sua primeira obra, Fabiana anseia seguir escrevendo novas histórias com representatividade para os pequenos. "Adoro ver o brilho no olhar das crianças ao se identificarem com Bia. Depois que escrevi o livro, percebi que me tornei uma inspiração para meus alunos e isso me alegra constantemente".

As imagens de personagens negras no cenário cultural brasileiro e mundial sempre foram tratadas em segundo plano. Desde princesas da Disney até livros e contos clássicos, a supremacia dos brancos era quase unanimidade. Mas, poupo a pouco, essa história vem mudando.

SERVIÇO

O que: Lançamento do livro Era uma vez uma menina preta (Editora Usina de Textos)
Quanto: R$ 40,00 (preço de capa do livro) que também pode ser adquirido no Instagram da autora ou no Mercado Livre.

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/geral/2024-10-28/concentracao-de-gases-de-efeito-estufa-volta-a-bater-recorde-em-2023-diz-estudo/">Concentração de gases de efeito estufa volta a bater recorde em 2023, diz estudo</a>

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Contando a história da emblemática "Dama da Rua Chile", o  professor, psicólogo e escritor Adson Brito do Velho lança sua nova obra “Quem Tem Medo da Mulher de Roxo?” neste sábado (8/8), às 18h, na Livraria do Glauber, Cine Glauber Rocha, em Salvador.

A Mulher de Roxo, durante mais de 30 anos, entre 1960 e 1997, perambulava pela icônica Rua Chile, no Centro Histórico de Salvador, cujo ponto predileto era em frente à antiga Casa Sloper, onde vivia pedindo esmolas aos transeuntes que por ali passavam e não aceitava moedas.

Em “Quem Tem Medo da Mulher de Roxo?” o autor narra a história de uma das figuras mais emblemáticas e misteriosas da cidade de Salvador, entre os anos de 1960 a 1990 e que, até hoje, povoa o imaginário coletivo dos baianos. O título do livro faz referência aos mais diversos sentimentos que a Mulher de Roxo despertava nas pessoas, como curiosidade, admiração, perplexidade, respeito, compaixão, receio, e nas crianças, na grande maioria das vezes, muito medo.

O livro também retrata obras que imortalizaram a Mulher de Roxo, como o painel da Assembleia Legislativa da Bahia, intitulado de “Procissão do Bom Jesus dos Navegantes”, obra do artista plástico Carlos Bastos. Além disso, ela aparece no lendário filme “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” (1969) do genial cineasta baiano Glauber Rocha e na música “Aleluia” (2012), parceria da banda Cascadura com a cantora Pitty.

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Artefatos indígenas de mais de 50 etnias retidos na França há mais de 20 anos voltam ao Brasil. Ao todo, 585 objetos - máscaras, cocares, mantos, adereços, instrumentos musicais, cestarias, armas, esculturas e outros itens etnográficos - vão integrar o acervo do Museu do Índio, no Rio de Janeiro.

Parte dos artefatos já retornou ao Brasil no último dia 10, após atuação conjunta do Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Ministério das Relações Exteriores (MRE). Segundo o MPF, os bens foram adquiridos em 2003 e levados ao Museu de História Natural e Etnografia da cidade de Lille, na França, sem seguir os trâmites legais.

O retorno foi possível depois de diversas tratativas, durante uma década, com as autoridades francesas e a instauração de um inquérito civil público no MPF do Rio de Janeiro. Agora, as peças passarão por um período de quarentena para evitar possíveis contaminações, como é de praxe com acervos museológicos. No Museu do Índio, vinculado à Funai, será também verificado o estado das peças em comparação com os relatórios emitidos quando os objetos saíram da França. A ideia é que elas sejam exibidas ao público.

Sem autorização
O MPF explicou que os artefatos foram adquiridos em 2003 por representantes do museu de Lille em uma loja em São Paulo, que não tinha autorização para comercializar esse tipo de produto.

Entre os itens etnográficos, há adornos Kayapó e Enawenê-Nawê, considerados raros ou inexistentes nas coleções brasileiras, além de objetos Araweté como chocalhos, arcos e brincos emplumados produzidos a partir das penas do anambé azul e da arara vermelha.

Os bens são protegidos pela Convenção das Nações Unidas sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), de 1973. Essa Convenção atribui aos países produtores e consumidores sua parte na responsabilidade comum e estabelece mecanismos necessários para garantir a exploração não prejudicial das populações.

Para o MPF, além da Cites, a Convenção da Unesco sobre importação e exportação de bens culturais (1970) e a Convenção de Unidroit sobre bens culturais ilicitamente furtados (1995) garantem o regresso dos bens culturais ao seu local de origem, independentemente da boa-fé do adquirente.

A solução encontrada à época pelas autoridades francesas foi a doação do acervo ao Museu do Índio, no Rio de Janeiro, seguida da assinatura de um contrato de comodato com prazo de cinco anos, renovável por igual período, autorizando o museu francês a exibir a coleção. Isso ocorreu em novembro de 2004. Após esse prazo, o acordo previa que a prefeitura de Lille arcaria integralmente com os custos de transporte, seguro e devolução do acervo.

Segundo o MPF, o contrato não foi cumprido e, por isso, foi instaurado um inquérito civil público em 2015 para obter o retorno dos artefatos indígenas. Em 10 anos, houve inúmeras reuniões e trocas de comunicações entre o MPF, Funai, Itamaraty e o museu francês para negociar a repatriação do acervo.

Ao final, o museu francês disse que não arcaria com os custos do retorno, que incluíam transporte, despacho e seguro das peças. A Funai, então, assumiu a responsabilidade de trazer as peças de volta e os itens finalmente aportaram no Brasil, onde aguardam a liberação aduaneira e o prazo de quarentena para finalmente serem apresentadas.

Manto Tupinambá
Também este mês, o Museu Nacional recebeu o Manto Tupinambá, artefato indígena que estava na Dinamarca desde o século 17 e retornou ao Brasil. O manto é uma vestimenta de 1,80 metro de altura, confeccionada com penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural e chegou ao Museu Nacional da Dinamarca (Nationalmuseet) há mais de três séculos, em 1689. Provavelmente foi produzido quase um século antes.

Estudo da pesquisadora norte-americana Amy Bueno, da Universidade de Chapman, mostra que há ainda outros dez mantos semelhantes, também confeccionados com penas de guará que continuam expatriados em museus europeus. Apenas no Museu Nacional da Dinamarca, existem outros quatro além do que foi devolvido ao Brasil.

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/cultura/2024-07-11/manto-tupinamba-feito-na-bahia-ha-cerca-de-400-anos-e-devolvido-pela-dinamarca/">Manto tupinambá feito na Bahia há cerca de 400 anos é devolvido pela Dinamarca</a>

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Agentes da Polícia Federal conseguiram recuperar um exemplar do livro "Simiarum et vespertilionum Brasiliensium species novae", de 1823, do alemão Johann Baptist von Spix, que havia sido roubado do Museu Emílio Goeldi, no Pará, em 2008.
A obra faz parte de uma coletânea produzida pelo autor sobre a fauna e a flora brasileiras, com foco predominante em macacos. As investigações relacionadas ao furto no Museu Emílio Goeldi tiveram início no mesmo ano do crime. Três servidores do museu foram denunciados por peculato culposo em 2011, em decorrência das investigações.
Em dezembro de 2023, a obra a “Reise in Chile und auf dem Amazonstrome” foi recuperada na Argentina, em ação de cooperação jurídica com o país vizinho. Em março deste ano, a obra holandesa intitulada “De India utriusque re naturali et medica”, de Guilherme Piso, também foi recuperada em Londres.
O item foi encontrado por meio da ação entre a adidância da PF (que tem como missão representar o Brasil no Reino Unido), e a Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard). A PF segue trabalhando para localização e repatriação das obras furtadas e para identificar a autoria do furto e eventuais responsáveis pela venda dos livros.
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/cultura/2024-05-01/arte-que-vem-do-mar-com-conchas-e-buzios-obras-de-artista-baiana-sao-destaques-de-paineis-em-salvador/" target="_blank" rel="noopener">Arte que vem do mar: com conchas e búzios, obras de artista baiana são destaques de painéis em Salvador</a>
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O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) está com uma exposição de telas dos séculos XIX e XX, que passaram recentemente por restauração. As obras retratam figuras da história baiana como Joana Angélica, Lord Cochrane e até D. Pedro II.

O processo de restauração consistiu na fixação da policromia, obturação de lacunas, reentelamento, reintegração cromática, limpeza química e mecânica das pinturas, confecção de chassi e nova moldura, além de aplicação de verniz protetor nas telas.

O acervo do IGHB retrata fatos e personagens que tomaram parte no desenvolvimento social de nosso povo, sendo constituída por quase 200 obras, que retratam figuras da Independência da Bahia e outras personalidades históricas como membros da família real portuguesa, além de condes, viscondes e barões do Recôncavo.

Além disso, há retratos de governadores da Bahia, generais, cavaleiros e damas do período colonial, imperial e republicano, bem como intelectuais baianos como Rui Barbosa, Castro Alves.

O IGHB está aberto a visitação gratuita sempre de segunda a sexta, das 13h às 17h. Um tour virtual ao acervo está disponível no site do <a href="http://www.ighb.org.br" target="_blank" rel="noopener">Instituto</a>.

LEIA MAIS:<a href="https://aratuon.com.br/cultura/2024-04-26/foco-da-bienal-2024-publico-jovem-e-alvo-de-livrarias-e-editoras-baianas-em-meio-a-sucesso-de-livros-digitais/" target="_blank" rel="noopener"> Foco da Bienal 2024, público jovem é alvo de livrarias e editoras baianas em meio a sucesso de livros digitais</a>

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