Uma semana depois: o que se sabe sobre o crime no Alto do Cabrito

Técnicos de internet foram encontrados mortos na última terça-feira, no Alto do Cabrito, em Salvador

Por Anna Caroline Santiago.

Nesta terça-feira (23), completa-se uma semana da morte de três técnicos de internet no bairro do Alto do Cabrito, em Salvador. As vítimas, Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos; Jackson Santos Macedo, de 41; e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28, foram assassinadas após realizarem a instalação de cabos de fibra óptica no bairro de Marechal Rondon, na região conhecida como “Inferninho de Pirajá”.

Veja o que se sabe uma semana após morte de três técnicos de internet.Foto: Reprodução

A versão inicial sugeria que as mortes estavam atribuídas a recusa do pagamento de "pedágio" ao tráfico, no entando, a hipótese foi descartada tanto pela empresa para a qual as vítimas prestavam serviço quanto pela Polícia. A motivação do crime está ligada à suspeita de instalação de equipamentos de monitoramento a serviço de facções criminosas.

Um dos suspeitos, preso na segunda-feira (22), foi responsável por gravar um vídeo destinado a líderes da facção Bonde do Maluco (BDM), no qual questionava a natureza do serviço realizado pelos técnicos.

Assista: 

Sequestro e execução

Os três profissionais foram sequestrados em Marechal Rondon, mas os corpos foram deixados no bairro do Alto do Cabrito. Segundo fontes policiais ouvidas pelo Aratu On, a escolha do local teria sido estratégica, funcionando como uma provocação à facção rival Comando Vermelho (CV), que os criminosos acreditavam estar monitorando a área.

Na quinta-feira (18), o veículo utilizado pelos técnicos, pertencente à empresa em que trabalhavam, foi encontrado abandonado na região das Granjas Rurais.

Vídeo Veículo Usado Pelos Três Técnicos Assassinados É Localizado Pela Polícia. | Foto: Alberto Maraux / Ascom SSP

Suspeitos alcançados

O quarto suspeito de envolvimento no triplo homicídio de técnicos de internet, confessou o crime após se apresentar à delegacia nesta terça-feira. De acordo com a Polícia Civil, o homem admitiu participação direta na execução dos profissionais.

Outros três suspeitos foram identificados. Jeferson Caíque Nunes dos Santos, conhecido como “Badalo”, morreu após entrar em confronto com policiais no bairro de Massaranduba, no último domingo (21). Ele possuía passagens pela polícia por roubo a banco com uso de explosivos e tráfico de drogas e foi solto após ganhar livramento condicional. 

O grupo que autorizou o crime contra os técnicos foi identificado após a prisão de Jonatas Amorim Nascimento, o “Jon”, também no domingo. Os suspeitos de serem mandantes do crime são George Ferreira Santos, o “Capenga”; Venício Bacelar Costa, o “Fofão”; Antônio Dias de Jesus, o “Colorido”; e Édson Silva de Santana, o “Jegue”. Os três primeiros estão custodiados no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. 

Mandante foragido no Rio de Janeiro

Jegue, que chegou a figurar no Baralho do Crime, está foragido e segue sendo procurado pela Polícia. mandante da execução já integrou o Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Conforme apuração do Aratu On, ele é apontado como uma das lideranças do Bonde do Maluco e está foragido no Rio de Janeiro.

Durante as investigações, a Polícia Civil teve acesso a conversas de WhatsApp que detalham a articulação do crime, desde a chegada dos técnicos ao bairro até a ordem final para a execução. As mensagens indicam que, mesmo após os profissionais terem sido inicialmente liberados, o líder da facção determinou a morte das vítimas à distância.

“Eles foram sequestrados perto do bairro onde pararam para almoçar. Se tivessem ido embora, nada disso teria acontecido. Outro detalhe é que os quatro suspeitos fazem um comunicado para esse líder dizendo que havia pessoas instalando câmeras e que haviam expulsado os técnicos. O líder responde que, se estavam instalando câmeras, fosse para facção rival ou para a polícia, deveriam ser mortos. A partir daí, eles voltam e executam os três homens”, relatou, com exclusividade, uma fonte policial ao Aratu On.

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