Terceiro envolvido na morte de técnicos de internet é preso em Salvador
O terceiro envolvido na morte de técnicos de internet em Salvador, foi localizado e preso no Alto do Cabrito, nesta segunda-feira
Por Lucas Pereira.
O terceiro envolvido na morte de técnicos de internet em Salvador, no último dia 16 de dezembro, foi preso nesta segunda-feira (22), no Alto do Cabrito, no Subúrbio da cidade. Ele é apontado como responsável por monitorar as vítimas antes do sequestro e execução.

Além do preso hoje, outros dois envolvidos foram alcançados: Jeferson Caíque Nunes dos Santos, conhecido como “Badalo”, que entrou em confronto com as equipes policiais no bairro de Massaranduba e morreu; e Jonatas Amorim Nascimento, conhecido como “Jon”, que foi preso em São Marcos.
A motivação das mortes tem relação com a suspeita de que as vítimas estariam instalando dispositivos de monitoramento para grupos rivais. De acordo com a PCBA, o detido foi responsável por gravar um vídeo para os líderes da facção Bonde do Maluco (BDM), enquanto questionavam a natureza do serviço prestado pelos técnicos.
Inclusive o grupo que autorizou o crime contra os técnicos foi identificado após a prisão de “Jon”. Os suspeitos de serem mandantes do crime são George Ferreira Santos, o “Capenga”; Venício Bacelar Costa, o “Fofão”; Antônio Dias de Jesus, o “Colorido”; e Édson Silva de Santana, o “Jegue”. Os três primeiros estão custodiados no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Jegue, que chegou a figurar no Baralho do Crime, está foragido e segue sendo procurado pela Polícia.
O envolvido detido nesta segunda-feira foi submetido aos exames de praxe e permanece custodiado à disposição da Justiça. Também foi requisitada a coleta de material genético e de impressões papiloscópicas para confronto técnico-científico com vestígios biológicos e impressões colhidas nos locais do crime e nos veículos periciados durante a fase inicial do inquérito.
A advogada de um adolescente suspeito de envolvimento no crime compareceu, na manhã desta segunda-feira, à Delegacia do Adolescente Infrator (DAI) para tratativas legais ligadas ao caso, comprometendo-se a apresentar o cliente na unidade especializada nos próximos dias.
Morte de técnicos de internet
As vítimas foram identificadas como Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, de 41, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 anos. Os três técnicos teriam sido sequestrados e mortos após criminosos suspeitarem da instalação não autorizada de câmeras de segurança na região conhecida como “Inferninho de Pirajá”, local onde ocorreu o sequestro.
Ainda conforme a apuração policial, Ricardo conhecido como Barriga, chegou a gravar um áudio minutos antes do crime, relatando ameaças feitas por criminosos da região.
“A gente não é daqui, a empresa não é daqui. Quando a gente começou a fazer a descida na rua lá embaixo, desceu um galego com a camisa do Vitória, camisa dos Imbatíveis. O cara na bruxa, o cara tá cheiradão: ‘Quem mandou vocês fazer, desgraça?’”, diz o trecho do áudio.
As investigações seguem em andamento para identificar e responsabilizar outros possíveis envolvidos no crime. Nos últimos dias, a SSP deflagrou a Operação Signum Fractum para investir contra o grupo criminoso que atua na região do crime.
No domingo (21), a ação desmobilizou um ponto de tráfico de drogas no bairro de Campinas de Pirajá. Segundo a polícia, o ponto era utilizado por integrantes de uma facção criminosa envolvida em homicídios e no tráfico de drogas na região.
Empresa investigada pela morte de técnicos de internet
O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA) instaurou um procedimento para apurar eventuais responsabilidades trabalhistas relacionadas à morte de três técnicos de internet .
De acordo com o MPT, a apuração preliminar tem como objetivo verificar quais medidas foram adotadas pelo empregador dos trabalhadores, identificado inicialmente como a empresa Planet Internet. O órgão informou que irá requisitar informações de outros órgãos públicos, além de esclarecimentos da própria empresa.
A investigação busca identificar possíveis irregularidades relacionadas ao vínculo empregatício, às condições de trabalho e ao cumprimento das normas de segurança, a fim de apurar se houve responsabilidade trabalhista no caso.
Conforme as investigações, os técnicos teriam sido capturados por traficantes após realizarem um serviço durante a tarde nas imediações do bairro de Marechal Rondon. Em seguida, foram levados à força para o Alto do Cabrito, área conhecida por moradores e investigadores como local de execuções e desova de corpos.
Familiares relataram que Ricardo Antônio da Silva Souza já vinha sendo alvo de ameaças enquanto trabalhava nas ruas. Segundo uma parente, traficantes abordavam os técnicos e enviavam recados intimidatórios à empresa para a qual eles prestavam serviço, exigindo o pagamento de um “pedágio” para permitir a atuação em áreas dominadas pela facção.
As investigações indicam que a cobrança era direcionada à Planet Internet, provedora que atua em bairros da região de Pirajá e do Subúrbio Ferroviário.
No entanto, a empresa responsável pelo serviço informou que não houve qualquer irregularidade ou cobrança relacionada às instalações realizadas na área. A informação também foi confirmada pelos investigadores.
Na nota, a empresa negou que estaria sofrendo ameaças por parte de uma facção criminosa e que não pagava nenhum “pedágio” para acessar o bairro, como havia circulado nas redes sociais.

Siga a gente no Insta, Facebook, Bluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).