Empresa nega ter recebido ameaças antes da morte de técnicos de internet
Morte de técnicos de internet no Alto do Cabrito foi registrada na noite da última terça-feira (16) após tentativa de instalação de internet
Por Ananda Costa.
A empresa ‘Planet Internet’ publicou nesta quarta-feira (17) uma nota nas redes sociais após a morte de três técnicos de internet no bairro do Alto do Cabrito, em Salvador, na noite da última terça-feira (16).
Na nota, a empresa negou que estaria sofrendo ameaças por parte de uma facção criminosa e que não pagava nenhum “pedágio” para acessar o bairro, como havia circulado nas redes sociais.
“A Planet Internet encontra-se consternada com o ocorrido e vem prestando todo o apoio necessário às famílias dos funcionários. Destaca, ainda, que em momento algum a empresa foi contactada, por quem quer que seja, muito menos recebeu qualquer pedido de resgate ou de pagamento para acesso de suas equipes à localidade”, diz o comunicado.
De acordo com a Polícia Civil, os três homens usavam fardamento de uma empresa de telefonia. Os corpos foram localizados em via pública, com mãos e pés amarrados e marcas compatíveis com disparos de arma de fogo.
Quem eram os três técnicos de internet

Os três técnicos de internet executados no bairro do Alto do Cabrito, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, foram identificados como Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos; Jackson Santos Macedo, de 41; e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28.
Horas antes do crime, os três chegaram a gravar um vídeo para as redes sociais, no qual aparecem brincando antes do início do expediente. Conforme as investigações, os técnicos teriam sido capturados por traficantes após realizarem um serviço durante a tarde nas imediações do bairro de Marechal Rondon. Em seguida, foram levados à força para o Alto do Cabrito, área conhecida por moradores e investigadores como local de execuções e desova de corpos.
Familiares relataram que Ricardo Antônio da Silva Souza já vinha sendo alvo de ameaças enquanto trabalhava nas ruas. Segundo uma parente, traficantes abordavam os técnicos e enviavam recados intimidatórios à empresa para a qual eles prestavam serviço, exigindo o pagamento de um “pedágio” para permitir a atuação em áreas dominadas pela facção.
As investigações indicam que a cobrança era direcionada à Planet Internet, provedora que atua em bairros da região de Pirajá e do Subúrbio Ferroviário. A empresa foi procurada, mas não se manifestou até a publicação desta reportagem. A polícia aponta que a execução dos trabalhadores pode ter sido uma forma de punição imposta pelo grupo criminoso diante da recusa ou da falta de pagamento da taxa ilegal.
Operação em Marechal Rondon
O policiamento reforçado em Marechal Rondon está em andamento desde a noite de segunda-feira (17), após a deflagração da Operação Dominus Areae – Marechal Rondon, da Polícia Militar da Bahia. A ação ocorre sem prazo definido para encerramento e abrange também localidades vizinhas, como Inferninho, Lígia Maria e Osório.
De acordo com a PM, o policiamento tem como objetivo ampliar a presença policial, fortalecer a prevenção de crimes e aumentar a sensação de segurança da população. As equipes atuam de forma contínua, com viaturas posicionadas estrategicamente nos pontos de maior circulação.
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