Mulher tem pernas amputadas após ser atropelada por ex-marido
Caso de mulher atropelada por ex-marido é investigado como tentativa de feminicídio em São Paulo
Por Ananda Costa.
A mulher atropelada pelo ex-companheiro na Marginal Tietê, em São Paulo, teve as pernas amputadas após ser arrastada por cerca de um quilômetro. O caso, registrado no sábado (29), é investigado como tentativa de feminicídio.

O suspeito, identificado como Douglas Alves da Silva, de 26 anos, foi preso no domingo (30) após reagir à abordagem policial em um hotel na capital paulista.
A vítima, Taynara Souza Santos, foi atingida depois de uma discussão em um bar no Parque Novo Mundo, na Zona Norte. Segundo testemunhas, o ex-companheiro acelerou um Volkswagen Golf preto contra ela, que caiu e ficou presa sob o veículo.
Taynara foi socorrida e encaminhada ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, na Vila Maria, em estado grave. Mãe de duas crianças, ela passou por cirurgias e teve as pernas amputadas devido à extensão das lesões. Ela permanece internada.
O suspeito deve responder por tentativa de feminicídio e outros crimes relacionados à fuga e à reação à prisão.
Casos de feminicídio e estupro de mulheres atingem recorde em 2024

O Brasil registrou, em 2024, o maior número de feminicídios e estupros de mulheres dos últimos cinco anos, segundo dados do Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
De acordo com o levantamento, o país contabilizou 1.459 feminicídios no ano passado — média de quatro mulheres mortas por dia. Trata-se do maior número da série histórica iniciada em 2020. A definição oficial do crime é o assassinato de mulheres “em razão do gênero, em contextos de violência doméstica, familiar, ou por menosprezo e discriminação relacionados à condição do sexo feminino”. O total representa um aumento de 7% em relação a 2020.
A Região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de feminicídios do país, com 1,87 casos por 100 mil mulheres, acima da média nacional (1,34). O Sudeste teve a menor taxa, com 1,16. Entre os estados, Mato Grosso (2,47) e Mato Grosso do Sul (2,39) lideram os índices. Já Amapá (0,50) e Sergipe (0,84) registraram os menores.
Paralelamente, os homicídios dolosos — quando há intenção de matar — caíram 6,33% em relação a 2023, passando de 37.754 para 35.365 vítimas. Os latrocínios, roubos seguidos de morte, também recuaram: de 972 casos em 2023 para 956 em 2024, uma queda de 1,65%.
Feminicídios na Bahia em 2025
Mais de 20 casos de feminicídio foram registrados na Bahia em 2025, segundo levantamento da TV Aratu em abril deste ano. Os dados evidenciam um cenário alarmante de violência contra a mulher no estado, marcado por crimes brutais e reincidência de agressores, mesmo após medidas judiciais.
Em entrevista ao programa Aratu Agora, a advogada Fabiane Almeida criticou a falha no sistema de proteção às vítimas. “Infelizmente a sociedade falhou, o Estado falhou, as ONGs falharam. O botão do pânico deve ser disponibilizado a todas as mulheres vítimas de violência doméstica, no qual o homem está sendo agressor e monitorado por tornozeleira eletrônica”, afirmou.
Casos semelhantes também foram registrados ao longo do mês. Ilana Ferreira do Nascimento, de 20 anos, foi encontrada morta com golpes de faca. Segundo informações, o sogro ainda tentou socorrê-la, mas ela já estava sem vida quando o Samu chegou. O principal suspeito, identificado como Lucas, está foragido.
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