Mais oito mulheres denunciam personal trainer por abuso sexual em Salvador

Novos registros contra o personal trainer por abuso sexual foram confirmados pela Polícia Civil nesta segunda-feira

Por Anna Caroline Santiago.

Após a denúncia da enfermeira e influenciadora digital Maria Emília contra o personal trainer Maurício Brasil, investigado por importunação sexual, outras oito mulheres procuraram a polícia para registrar boletim de ocorrência contra o profissional. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (1º).

Segundo a 16ª Delegacia Territorial (DT/Pituba), responsável pela investigação, os novos registros foram feitos entre sexta-feira (28) e domingo (30).

Primeira denúncia

As denúncias começaram após Maria Emília utilizar as redes sociais para relatar o caso. Sem mencionar o nome do suspeito, ela explicou que, em janeiro, iniciou um plano de acompanhamento com o personal, bastante conhecido entre influenciadoras de Salvador, e que, já na primeira consulta, foi obrigada a usar biquíni e a realizar procedimentos que faziam o homem se aproximar de suas partes íntimas.

“Eu estava extremamente desconfortável, mas pensei que fizesse parte do exame. Ele chegava muito perto, sem tocar, e eu permaneci paralisada, tentando agir naturalmente”, relatou.

Mais oito mulheres denunciam personal trainer por abuso sexual em Salvador. Foto: Redes sociais

Mesmo desconfiando, ela seguiu com a avaliação por desconhecer o procedimento. Trinta dias depois, retornou para uma nova consulta após cumprir os treinos enviados pelo personal. Ao dizer que preferia permanecer com roupa de academia, ouviu dele que isso não seria possível, e que deveria ficar de biquíni ou apenas de calcinha e sutiã.

Segundo a influenciadora, o comportamento do personal piorou ainda mais nesta segunda sessão. Ela afirma ter sido mantida apenas de calcinha e sutiã e percebeu que estava sendo vítima de assédio quando o suspeito se aproximou ainda mais de suas partes íntimas e passou a fazer movimentos de conotação sexual.

“Eu dei um tapa na mão dele e pedi para parar. Foi quando ele pegou minha mão, colocou no órgão genital dele e disse: ‘Veja só como eu fico com você’”, contou.

Após o episódio, Maria Emília se vestiu e deixou imediatamente o local. Em seguida, conversou com outras mulheres que já haviam sido atendidas pelo personal e diz ter recebido mais relatos de abuso.

Veja fotos:

Foto: Redes sociais

Academia se manifesta 

Diante da repercussão do caso, a academia Hammer Fitness Club, que possui diversas unidades na capital baiana, se pronunciou sobre as denúncias de assédio contra o personal, que já teria atuado em uma de suas unidades.

Segundo a academia, o personal trainer citado na denúncia, identificado como Maurício Brasil, nunca foi contratado pela instituição, apenas utilizava o espaço como instrutor particular. Ainda de acordo com a Hammer, ele não frequenta nem atua em nenhuma unidade da rede desde 2022.

“Reforçamos que a Hammer não oferece serviço de personal trainer e que a contratação desses profissionais é realizada diretamente entre aluno e personal, sem qualquer gestão ou responsabilidade por parte da academia”, informou em nota.

Ao final do comunicado publicado nas redes sociais, a academia acrescentou: “Repudiamos qualquer forma de assédio e incentivamos que casos como este sejam denunciados imediatamente aos estabelecimentos e às autoridades competentes”.

Maurício Brasil, personal foi acusado de assédio sexual por nove mulheres. Foto: Reprodução

Violência contra mulher

Mulheres negras com idades entre 30 e 39 anos são a maioria das vítimas de violência doméstica na Bahia, segundo revelou levantamento feito pelo Grupo de Pesquisas Judiciárias, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). No último dia 19 de fevereiro, foi divulgado um estudo sobre as Medidas Protetivas de Urgência (MPUs) no órgão.

Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 registrou 63.330 atendimentos na Bahia em 2024, um aumento de 42% em relação ao ano anterior, quando 44.594 foram computados. Violência contra mulheres entre 40 e 44 anos (1.471 vítimas) representa o maior número de denúncias.

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