Mãe e filha morrem após consumir bolo de festa de aniversário

Mãe e filha morreram em junho e julho, mas o caso voltou a ganhar repercussão após a Polícia Civil cumprir novos mandados de busca e apreensão

Por Anna Caroline Santiago.

Mãe e filha morreram após consumirem um pedaço de bolo de uma festa de aniversário no bairro do Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. O caso, ocorrido nos dias 8 e 9 de junho, voltou a ganhar repercussão após mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Civil na última quarta-feira (8). A principal suspeita é de intoxicação alimentar.

As vítimas foram identificadas como Ana Maria de Jesus, de 52 anos, e Larissa de Jesus Castilho, de 21, ambas ausentes da celebração. Segundo as investigações, o bolo foi levado até a residência da família pelo sobrinho de Ana, atendendo a um pedido de Larissa.

Mãe e filha morrem após consumir bolo de festa de aniversário.Foto: Reprodução

De acordo com familiares, o bolo foi encomendado para uma comemoração e, após o fim da festa, pedaços foram distribuídos entre os convidados. A confeiteira responsável declarou em depoimento que havia entregue o doce lacrado e em perfeitas condições.

Na noite em que as vítimas consumiram o bolo, Larissa e uma prima procuraram atendimento médico após Ana passar mal e ser internada. 

Já na madrugada do dia 9, após retornarem para casa, Larissa e a prima comeram o bolo e começaram a manifestar sintomas. A prima sentiu falta de ar e dor no estômago. Larissa, no entanto, apresentou um quadro mais grave, com tonturas, dificuldade para respirar, vômitos e convulsões.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e tentou a reanimação por cerca de 40 minutos, mas ela não resistiu, tendo o óbito constatado no local.

Ana Maria permaneceu internada por seis dias no Hospital Heliópolis e, posteriormente, foi transferida para o Hospital São Paulo. Seu falecimento foi causado por insuficiência respiratória decorrente da intoxicação, e o óbito foi registrado pela polícia em 29 de julho.

Foto: Imagem Ilustrativa | Freepik

Bolo de pote envenenado

Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, morreu após consumir um bolo de pote em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo. Segundo a investigação, a suspeita confessou ter colocado arsênio no doce por ciúmes.

De acordo com a polícia, o bolo foi entregue por um motoboy na residência de Ana Luiza como um "presente", acompanhado de um bilhete: "Um mimo para a garota mais linda que eu já vi". Poucos minutos após consumir o doce, a vítima começou a passar mal e foi levada ao hospital pelo pai. No local, foi diagnosticada com quadro de intoxicação alimentar, medicada e liberada. No entanto, no dia seguinte, voltou a apresentar sintomas e foi levada a um pronto-socorro, onde chegou sem vida.

Foto: Redes Sociais

Substância ligada a mortes por bolo envenenado

De acordo com a perícia, o bolo de pote consumido por Ana Luiza estava contaminado com arsênio — substância altamente tóxica.

Esse não é um caso isolado. No final de 2024, três pessoas da mesma família morreram após ingerirem um bolo de Natal envenenado com a mesma substância, no Rio Grande do Sul. Assim como Ana Luiza, as vítimas passaram mal poucos minutos após a ingestão. Tia e sobrinha morreram na mesma noite; a terceira vítima faleceu horas depois.

Os dois episódios recentes levantam uma questão alarmante: como uma substância de alta toxicidade tem sido acessada com tamanha facilidade? 

O que é o arsênio?

O arsênio é um elemento químico naturalmente presente no meio ambiente. Pode ser encontrado em rochas, solos, água, ar, plantas e até em alguns animais. No cotidiano, está presente em alimentos industrializados em quantidades mínimas, controladas por normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa estabelece limites seguros para diversos alimentos. No caso de cereais, o máximo permitido é de 0,15 miligrama por quilo; no café solúvel, 0,50 mg/kg; no arroz, 0,30 mg/kg; e no açúcar, apenas 0,10 mg/kg.

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