SUS incorpora vacina contra vírus sincicial respiratório
O nirsevimabe é destinado a proteger bebês prematuros e crianças com até 2 anos que apresentem comorbidades
Por Bruna Castelo Branco.
O Ministério da Saúde anunciou a incorporação de duas tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, como bronquiolite. As tecnologias incluem o anticorpo monoclonal nirsevimabe e uma vacina recombinante contra os vírus sinciciais A e B.
O nirsevimabe é destinado a proteger bebês prematuros e crianças com até 2 anos que apresentem comorbidades, enquanto a vacina para gestantes tem como objetivo proteger os bebês nos primeiros meses de vida, por meio da transferência de anticorpos da mãe para o feto. Ambas as tecnologias foram avaliadas durante a 137ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que concluiu que as medidas podem reduzir hospitalizações e óbitos infantis.
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Segundo o Ministério da Saúde, a vacina para gestantes pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais, enquanto a estratégia combinada de imunização pode beneficiar cerca de 2 milhões de bebês, reduzindo a vulnerabilidade nos primeiros meses de vida. A portaria incorporando as duas tecnologias será publicada nos próximos dias.
O nirsevimabe é um anticorpo monoclonal que oferece proteção imediata contra o VSR, sem a necessidade de estimular o sistema imunológico da criança a produzir seus próprios anticorpos, sendo particularmente útil para bebês prematuros e crianças com comorbidades. A vacina para gestantes induz uma resposta imunológica na mãe, garantindo que o recém-nascido receba anticorpos durante a gestação.
Estudos indicam que o VSR é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonia em crianças menores de 2 anos. A estimativa é que uma em cada cinco crianças infectadas pelo vírus precise de atendimento ambulatorial, e uma em cada 50 seja hospitalizada. Entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros causadas por complicações relacionadas ao VSR.
Até o momento, o palivizumabe era a principal opção de prevenção no SUS, destinado a bebês prematuros extremos e crianças com doenças pulmonares ou cardíacas graves. A incorporação do nirsevimabe deve ampliar a proteção para 300 mil crianças adicionais, enquanto a vacina para gestantes tem o potencial de beneficiar cerca de 2 milhões de nascidos vivos.
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