Saúde

OMS desacredita em imunização antes de meados de 2021, mas vacina russa consegue primeira vitória científica

OMS desacredita em imunização antes de meados de 2021, mas vacina russa consegue primeira vitória científica

Por Da Redação

OMS desacredita em imunização antes de meados de 2021, mas vacina russa consegue primeira vitória científica Tânia Rêgo/Agência Brasil

Na corrida por uma solução contra o coronavírus, nenhuma vacina conseguiu demonstrar uma evidência da sua eficácia nos olhos da Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão desacredita que aconteça alguma vacinação ampla contra o vírus antes de meados de 2021, mesmo com uma grata novidade divulgada nesta sexta-feira (4/9) sobre a vacina russa: a imunização não trouxe efeitos colaterais graves aos voluntários. 


A porta-voz da OMS, Margaret Harris, disse que, até agora, nenhum sinal claro de eficácia, em nível mínimo de 50%, como é  buscado pela OMS,  foi alcançado no planeta. "Realmente não estamos esperando ver uma vacinação ampla até meados do ano que vem", disse Harris durante um briefing da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra.


"Esta Fase 3 (de testes clínicos) tem que ser mais longa, porque precisamos ver quão realmente protetora a vacina é e também precisamos ver quão segura ela é. Muitas pessoas foram vacinadas e o que não sabemos é se a vacina funciona. Neste momento não temos um sinal claro se tem ou não o nível se eficácia e segurança necessários." informou a porta voz sem especificar nenhuma vacina em potencial. 


Os Estados Unidos e a Pfizer disseram na quinta-feira (3/9) que a vacina pode estar pronta para distribuição até o final de outubro, antes da eleição presidencial norte-americana de 3 de novembro. Já a Rússia deu aprovação regulatória para uma vacina contra a Covid-19 em agosto após menos de dois meses de testes em humanos, levando alguns especialistas ocidentais a questionaram a eficácia e a segurança do imunizante.


VACINA RUSSA 


Mas há um alento. Os primeiros resultados da vacina contra o novo coronavírus que está sendo produzida pelo Instituto Gamaleya foram divulgados nesta sexta-feira (4/9), na revista científica The Lancet. Segundo o estudo, a “Sputnik V” foi capaz de induzir resposta imune nos voluntários.


Os testes foram feitos de forma randomizada com 76 pessoas em hospitais russos, com idades de 18 a 60 anos, que praticaram o distanciamento social a partir do momento que se voluntariaram para os testes e ficaram no hospital por até 28 dias. A publicação afirma que a vacina não causou nenhum efeito colateral grave em 42 dias após a vacinação e conseguiu induzir a resposta dos anticorpos em todos os participantes em até 21 dias.


Os resultados, que passaram por revisão de pares, também sugerem que a vacina russa conseguiu produzir uma resposta das células T em até 28 dias, mas mais estudos precisam ser feitos para comprovar a hipótese.


A vacina teve duas fases pequenas de 42 dias — uma delas estudou uma formulação congelada e a outra uma versão desidratada da vacina. O que foi descoberto é que a vacina congelada é melhor para ser produzida em larga escala e preencher os estoques globais, enquanto a segunda opção é melhor para regiões de difícil alcance.


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