Exercício de 1 minuto feito por astronautas ajuda a reduzir dores no joelho
Exercício de 1 minuto feito por astronautas ajuda a reduzir dores no joelho durante missões muito longas, dizem pesquisadores da Universidade John Hopkins
Por Bruna Castelo Branco.
Missões espaciais de longa duração exigem rotinas rígidas de exercícios para evitar os efeitos da baixa gravidade. A falta de movimento pode acelerar a degradação da cartilagem nas articulações, especialmente nos joelhos e quadris.
Pesquisadores da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, inspirados em programas da NASA, sugerem que saltos curtos e rápidos podem fortalecer cartilagens e ossos. De acordo com o estudo, publicado na revista npj Microgravity, um exercício de apenas um minuto, três vezes por semana, poderia ajudar astronautas a proteger as articulações dos joelhos contra dores e desgastes.
E não para por aí: um estudo publicado no The Lancet Rheumatology sugere que pequenas alterações na forma de andar podem reduzir a dor e retardar a progressão da osteoartrite no joelho. A doença, que desgasta a cartilagem das articulações, afeta quase um quarto das pessoas acima dos 40 anos e, até então, era tratada apenas com analgésicos ou, em casos graves, com cirurgia de substituição da articulação.
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Resultados em animais
Nos testes realizados, ratos submetidos ao treino de saltos três vezes por semana apresentaram aumento de 26% na espessura da cartilagem do joelho. Já os que tiveram movimento reduzido registraram queda de 14%. Os exercícios também elevaram a densidade óssea dos animais.
Os cientistas ressaltam, no entanto, que a aplicação em humanos exige cautela, já que variáveis como volume, frequência e carga precisam ser adaptadas. Além disso, não há evidências de que o método seja eficaz em casos de cartilagem já bastante comprometida, como na osteoartrite.
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Novas terapias
Em quadros graves, os tratamentos mais comuns envolvem infiltrações com ácido hialurônico ou técnicas de microfraturas, voltadas sobretudo ao alívio da dor. Nesse cenário, uma alternativa em desenvolvimento são os implantes de colágeno.
Essas membranas, geralmente compostas por colágeno tipo I, podem ser aplicadas diretamente sobre a lesão para estimular a regeneração da cartilagem hialina — responsável por cobrir as superfícies articulares dos ossos. Entre as vantagens, estão a adaptabilidade a lesões de diferentes tamanhos e a possibilidade de alcançar resultados em uma única aplicação, sem a necessidade de procedimentos mais invasivos.
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Pesquisa brasileira
Recentemente, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) anunciaram que um medicamento desenvolvido a partir da proteína laminina, extraída da placenta, apresentou resultados positivos em pacientes com paralisia causada por lesão na medula espinhal.
O estudo vem sendo conduzido há 25 anos pela professora Tatiana Coelho de Sampaio, chefe do Laboratório de Biologia da Matriz Extracelular do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.
As pesquisas indicam que a proteína laminina, presente na placenta, é capaz de modular o comportamento das células e a organização tecidual durante o desenvolvimento e a regeneração do sistema nervoso. A partir dela foi desenvolvida a polilaminina, utilizada no tratamento experimental.
Para os pacientes que passaram pelo tratamento, o medicamento devolveu parte dos movimentos e também apresentou eficácia em testes com cães. A substância estimula a regeneração de neurônios danificados.
A continuidade dos estudos depende de autorização da Anvisa para novas etapas de testes clínicos.
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