Sente dores no joelho? Você pode estar andando da forma errada, indica estudo

A osteoartrite no joelho, que desgasta a cartilagem das articulações, afeta quase um quarto das pessoas acima dos 40 anos

Por Bruna Castelo Branco.

Um estudo publicado no The Lancet Rheumatology sugere que pequenas alterações na forma de andar podem reduzir a dor e retardar a progressão da osteoartrite no joelho. A doença, que desgasta a cartilagem das articulações, afeta quase um quarto das pessoas acima dos 40 anos e, até então, era tratada apenas com analgésicos ou, em casos graves, com cirurgia de substituição da articulação.

Pesquisadores da Universidade de Utah testaram a técnica conhecida como retreinamento da marcha, que consiste em modificar levemente o ângulo do pé durante a caminhada. O ajuste, de 5 a 10 graus, foi personalizado para cada paciente — alguns giraram o pé para dentro, outros para fora.

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Pesquisadores da Universidade de Utah testaram a técnica conhecida como retreinamento da marcha. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Após um ano de acompanhamento, os participantes que receberam a orientação específica apresentaram redução da dor semelhante ao efeito de analgésicos comuns e opioides, além de menor desgaste da cartilagem em comparação ao grupo placebo. Segundo os autores, trata-se do primeiro ensaio clínico randomizado e controlado a demonstrar a eficácia da estratégia.

“Sabemos que, para pessoas com osteoartrite, cargas maiores no joelho aceleram a progressão, e que mudar o ângulo do pé pode reduzir a carga no joelho. Portanto, a ideia de uma intervenção biomecânica não é nova, mas não houve estudos randomizados e controlados por placebo para mostrar que ela é eficaz”, afirmou Scott Uhlrich, professor assistente de engenharia mecânica da universidade e um dos autores da pesquisa.

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Após um ano de acompanhamento, os participantes que receberam a orientação específica apresentaram redução da dor. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Além da melhora nos sintomas, os voluntários relataram satisfação por conseguirem controlar a dor sem depender de medicamentos ou dispositivos externos. Outro ponto destacado foi a adesão ao novo padrão de marcha, que se manteve mesmo fora do ambiente supervisionado.

Apesar dos resultados positivos, os cientistas alertam que a técnica ainda não está pronta para aplicação clínica em larga escala. Atualmente, a definição do ângulo do pé exige equipamentos de laboratório, como esteiras sensíveis à pressão e câmeras de movimento. A equipe trabalha no desenvolvimento de alternativas mais acessíveis, como sensores portáteis, vídeos de smartphones e calçados inteligentes.

O objetivo é que, no futuro, o ajuste da marcha possa ser prescrito em consultórios de fisioterapia e praticado em situações cotidianas. No entanto, os pesquisadores ressaltam que novos estudos são necessários antes da adoção ampla da intervenção.

Além da melhora nos sintomas, os voluntários relataram satisfação por conseguirem controlar a dor sem depender de medicamentos ou dispositivos externos. | Foto: Ilustrativa/Pexels

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