Estudos afirmam que variante britânica do coronavírus não aumenta gravidade da doença
No entanto, os autores concluíram que o índice de transmissibilidade (Rt) é 1,35 vez superior na variante B.1.1.7.
Dois estudos publicados nesta terça-feira (13/4) afirmam que a variante britânica do novo coronavírus não aumenta a gravidade da doença, em comparação com outras cepas, contradizendo pesquisas anteriores, mas confirmando que a variante é muito mais contagiosa.
Os estudos foram feitos por observação, analisando a situação de pessoas infectadas com a variante do Reino Unido por meio de declarações de cerca de 37 mil pessoas com Covid-19 e do acompanhamento de sintomas.
Em artigo publicado no boletim The Lancet Infectious Diseases, foram analisados 341 doentes admitidos no hospital da University College e no hospital da Universidade de North Middlessex em novembro e dezembro passado. A conclusão foi que os infectados com a variante não ficaram doentes com maior gravidade, mas a carga viral foi superior.
“Não se detectou prova de uma associação entre a variante e doença mais grave, com 36% dos doentes com a B.1.1.7. a ficarem gravemente doentes e a morrerem, quando comparado com os 38% dos que tinham uma variante diferente”, concluíram os pesquisadores, que reconhecem a necessidade de investigação mais aprofundada.
Em outro estudo, divulgado na publicação The Lancet Public Health, foram analisados dados submetidos entre setembro e dezembro de 2020, que foram cruzados com as análises genéticas regionais conduzidas pelas autoridades de saúde britânicas destinadas a detectar a presença de variantes.
“A análise revelou que não há associações estatisticamente significativas entre a proporção da B.1.1.7. entre regiões e os tipos de sintomas que as pessoas tiveram”, concluíram os pesquisadores.
Além disso, a proporção de pessoas que tiveram casos prolongados da Covid-19, com sintomas persistentes, não foi alterada pela presença da variante. No entanto, os autores concluíram que o índice de transmissibilidade (RT) é 1,35 vez superior na variante B.1.1.7.
A pesquisadora Britta Jewel, do Imperial College, comentou que o estudo contribui para o consenso de que a B.1.1.7. aumenta a transmissibilidade, o que levou, em grande parte, ao aumento exponencial de casos no Reino Unido e em outros países europeus.
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