Doença crônica silenciosa já é a 9ª maior causa de morte no mundo, diz estudo

A doença renal crônica, uma doença silenciosa, se tornou a nona principal causa de morte global, segundo estudo conduzido pela NYU Langone Health

Por Bruna Castelo Branco.

A doença renal crônica (DRC) se tornou a nona principal causa de morte global, segundo um estudo conduzido pela NYU Langone Health, em parceria com a Universidade de Glasgow e o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington.

Publicado na revista The Lancet na última sexta-feira (7), o levantamento indica que mais de 1,48 milhão de pessoas morreram em 2023 em decorrência da DRC, que hoje afeta cerca de 14% da população adulta mundial. O número de casos quase dobrou desde 1990, revelando o avanço de um problema de saúde pública que muitas vezes passa despercebido.

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A doença renal crônica, uma doença silenciosa, se tornou a nona principal causa de morte global, segundo estudo conduzido pela NYU Langone Health. | Foto: Ilustrativa/Pexels

A DRC ocorre quando os rins perdem gradualmente a capacidade de filtrar o sangue, o que leva ao acúmulo de impurezas no organismo. Por ser uma condição silenciosa, muitos pacientes não apresentam sintomas até estágios avançados, quando o dano renal já é grave. Sem tratamento, a doença pode evoluir para insuficiência renal, exigir diálise ou transplante e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

Os pesquisadores apontam o envelhecimento da população e o crescimento de condições como hipertensão, diabetes tipo 2 e obesidade como os principais fatores por trás do aumento dos casos. Outro ponto crítico é o diagnóstico tardio: em muitos países, especialmente os de baixa e média renda, a DRC é descoberta apenas em fases avançadas, quando o tratamento é mais complexo e oneroso.

O levantamento indica que mais de 1,48 milhão de pessoas morreram em 2023 em decorrência da DRC. | Foto: Ilustrativa/Pexels

O estudo também destaca que a DRC contribui para até 12% das mortes por doenças cardíacas, reforçando a importância de exames regulares de sangue e urina para detectar alterações renais precoces.

Sintomas e sinais possíveis

Entre os sinais de alerta estão fadiga persistente, alterações na urina (frequência, cor ou presença de sangue), inchaço nos pés e tornozelos, pressão alta difícil de controlar, perda de apetite, náuseas, coceira na pele e dificuldade de concentração.

Prevenção e alerta global

Especialistas ressaltam que a prevenção é a principal estratégia para conter o avanço da DRC. Manter pressão arterial e glicose sob controle, adotar alimentação equilibrada, reduzir o consumo de sal e ultraprocessados e evitar o uso de medicamentos sem orientação médica são medidas essenciais para proteger os rins.

O estudo também destaca que a DRC contribui para até 12% das mortes por doenças cardíacas. | Foto: Ilustrativa/Pexels

O alerta é global, mas tem impacto direto no Brasil, onde o aumento de casos de diabetes, obesidade e hipertensão eleva o risco de problemas renais. Os autores defendem investimentos em políticas públicas de rastreamento e na ampliação do acesso a tratamentos como diálise e transplante, especialmente na rede pública.

O estudo conclui que a doença renal crônica não deve mais ser tratada como uma condição rara ou distante, pois já está entre as principais causas de morte do planeta e deve ser enfrentada com a mesma prioridade dada a outras doenças crônicas.

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