Carnaval: Rui diz que não aceita "ultimato de ninguém" e reforça que tem condições de organizar festa em um mês; "precisamos dos números"
Rui destacou ainda que apesar do avanço na vacinação no estado, os números mostram que a doença "não está caindo".
Após uma série de cobranças sobre a realização do carnaval em 2022, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi taxativo quando questionado sobre o assunto na manhã desta quarta-feira (10/11).
"Eu não aceito ultimato de ninguém quando se trata de vida humana. Quero que isso fique claro", disse o gestor, que fez questão de reconhecer a legitimidade dos empreendedores, que trabalham na folia momesca. Porém, ressaltou que "não pode ter como balizador único o interesse do empresário".
"Reconheço a legitimidade de quem é investidor, de quem tem no Carnaval sua atividade econômica , que investe em camarotes e blocos. Eu respeito isso, faz parte da atividade econômica da Bahia, isso gera empregos e renda, mas, de outro lado, eu tenho 15 milhões de pessoas que eu tenho de cuidar, da saúde dessas pessoas", ressaltou o petista.
"Nós estamos um pouco mais de um ano e meio e nós passamos por grandes turbulências. Tivemos carreatas, buzinaços, protesto de gente e nós ultrapassamos isso tudo. [...] Quando a gente olha os 27 estados do Brasil e olhamos os números de mortes de cada um, a gente vê que a Bahia é a segunda menor taxa de mortalidade do Brasil de Covid. Eu tenho que agradecer ao povo e me orgulhar do que nós fizemos. Isso tudo é por que nós tivemos a coragem de fazer aquilo que era certo", ressaltou Rui, durante entrega da reforma do Hospital Ana Nery, em Salvador.
Para ele, a prioridade ainda é a vida. O governador da Bahia destacou ainda que apesar do avanço na vacinação no estado, os números mostram que a doença "não está caindo".
"Não é agora que eu vou mudar a minha postura e meu comportamento. Vou seguir o mesmo comportamento. Ontem, no Papo Correria, eu expliquei e mostrei no gráfico. Estamos há sessenta dias com uma linha horizontal do número de contaminados. Oscilando em torno de 2,5 mil. Então, significa que a doença não está caindo", explicou.
"O vírus continua circulando fortemente. A China está fechando cidades porquê aparece um caso, um caso.... nós estamos longe de dizer que a humanidade se livrou do vírus. Então, ninguém mais do que eu gostaria de dar um anúncio de que está tudo liberado, voltando tudo à normalidade. Um último ano de governo festivo, mas não posso fazer isso. As minhas decisões serão guiadas pelo cuidado com a vida e saúde das pessoas", emendou.
Vale lembrar que a Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos da Câmara de Salvador aprovou, na segunda-feira (8/11), um relatório com recomendações à Prefeitura e ao Governo sobre o assunto.
FESTA PARA O POVÃO
Ainda em seu discurso, Rui enfatizou ainda que, com um mês, organiza o Carnaval “para o povão”, rebatendo o prefeito Bruno Reis (DEM). Na última terça-feira (9/11), o chefe do Palácio Thomé de Souza cobrou uma decisão do Governo sob a justificativa que "não dá para decidir em cima da hora".
"Não aceitarei ultimato de ninguém. Não vamos anunciar nenhuma festa de forma precipitada. Libero o Carnaval, aí em dezembro os casos explodem e o Estado será processado por milhares de pessoas. Do mesmo jeito é o contrário: se, até dezembro, os números caírem drasticamente, porque não fazer o Carnaval? Então, podemos fazer, mas precisamos dos números para tomarmos a decisão com segurança", assegurou Costa.
"Nós sabemos fazer Carnaval, nossa segurança é padronizada. Então, em um mês, nós temos capacidade para fazer o Carnaval para o povão. Tenho condições de contratar trio, artistas e fazer o Carnaval. Eu não preciso de quatro meses para fazer a festa do Carnaval para o 'povão'. É evidente de que quem precisa empresariar o Carnaval, precisa de mais tempo , pra comercializar, etc. Gostaria de poder tomar essa decisão, mas não tomatrei de forma afobada ou pressionado pelo interesse econômico", complementou o chefe do Executivo estadual.
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