Saúde

Estudo revela que negros têm mais risco de morrer por Covid-19 mesmo estando no topo da pirâmide social; saiba mais

Foram examinados, dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, sobre 67,5 mil pessoas que morreram com a doença no ano passado.

Por Da Redação

Estudo revela que negros têm mais risco de morrer por Covid-19 mesmo estando no topo da pirâmide social; saiba maisdivulgação/Ministério da Saúde

O risco de morrer de Covid-19 é significativamente maior para homens negros e mulheres brancas e negras do que para homens brancos no Brasil. A informação foi publicada pela Folha de São Paulo, de acordo com um grupo de pesquisadores que analisou estatísticas oficiais sobre milhares de brasileiros mortos no ano passado.


Ainda segundo a publicação, o grupo ligado à Rede de Pesquisa Solidária, que reúne várias instituições públicas e privadas, concluiu que as desigualdades raciais e de gênero contribuem para aumentar o risco de morte mesmo em grupos de pessoas com atividades profissionais que as colocam no topo da pirâmide social.


"Pensávamos que a mortalidade dos negros era maior porque trabalhavam em atividades mais expostas ao vírus, mas nem sempre isso é verdade", diz o sociólogo Ian Prates, pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e coordenador do grupo responsável pelo estudo.


A Folha informou, também, que os pesquisadores examinaram dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, sobre 67,5 mil pessoas que morreram de Covid-19 no ano passado, amostra equivalente a um terço de todas as mortes causadas pelo coronavírus notificadas no período.


Foram considerados indivíduos entre 18 e 65 anos de idade e com ocupação profissional registrada no sistema do Ministério da Saúde. Os pesquisadores usaram técnicas estatísticas para evitar que comorbidades e outras características pessoais prejudicassem as comparações.


Em números absolutos, houve mais mortes por Covid em grupos ocupacionais que são grandes empregadores, como comércio e serviços (6.420), agricultura (3.384) e transportes (3.367), mas o estudo mostra que alguns setores foram muito mais afetados em termos relativos.


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