Casos de demência devem triplicar e atingir 139 milhões de pessoas em 2050, alerta OMS
Síndrome é sétima causa de mortes no mundo e a OMS pretende criar uma estratégia para apoiar as pessoas com demência e suas famílias
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu nesta quinta-feira (2/9) um alerta sobre o aumento do número de casos de demência em todo o mundo nas próximas décadas. A síndrome, que já é a sétima causa de mortes no mundo em 2019, afeta 55 milhões de pessoas, deve triplicar até 2050.
A condição geralmente é de natureza crônica ou progressiva, resulta de lesões ou de doenças que afetam o cérebro. Assim como o Alzheimer, a síndrome atinge a memória, o pensamento, a orientação, a compreensão, a capacidade de aprendizagem e linguagem, entre outras funções.
A demência leva à deterioração da função cognitiva além do esperado em circunstâncias normais de envelhecimento. "Apenas um quarto dos países de todo o mundo tem uma política, uma estratégia ou um plano nacional para apoiar as pessoas com demência e suas famílias", diz o relatório da OMS que analisa a resposta global de saúde pública à demência.
Metade desses países estão localizados na Europa, mas muitos planos e estratégias nacionais para a demência necessitam ser atualizados e renovados por parte dos respectivos governos, conforme o documento.
Ainda segundo o relatório da OMS, o número de pessoas com demência cresce em todo o mundo, estimando-se que atualmente 55 milhões de pessoas com mais de 65 anos sofram da síndrome, valor que deve aumentar para 78 milhões em 2030 e para os 139 milhões em 2050.
"O crescimento populacional e a maior longevidade, combinados com o aumento de certos fatores de risco de demência, levaram a um crescimento dramático do número de mortes causadas pela síndrome nos últimos 20 anos. Em 2019, 1,6 milhão de mortes ocorreram em todo o mundo devido à demência, tornando-se a sétima causa de morte", destaca o documento.
Vale lembrar que pessoas com doenças neurológicas, incluindo demência, são mais vulneráveis à infecção pelo vírus SARS-CoV-2, correndo maior risco de internações prolongadas e de sofrerem uma forma grave de Covid-19 e de morte. Para a organização, é urgente reforçar o apoio a nível nacional, tanto às pessoas com demência, que precisam de cuidados primários e especializados de saúde, de serviços sociais, de reabilitação e de cuidados a longo prazo e paliativos, quanto no apoio aos seus cuidadores formais e informais.
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