Idosa testa negativo para Covid-19 e família faz velório com caixão aberto; após dias, prefeito avisa que PCR deu positivo

Uma família que reside na cidade de Mutuípe, distante 247 km de Salvador, realizou o velório de uma idosa de 95 anos com o caixão aberto, por não constatar positivo à Covid-19 no teste rápido realizado no dia 12 de julho, no Hospital Maternidade Clélia Rebouças. O prefeito Rodrigo Maicon, mais conhecido como Digão, informou nas redes sociais neste sábado (18/7), que cinco dias após o óbito, um segundo exame realizado no Laboratório Central de Saúde Pública do Estado da Bahia RT-PCR, deu positivo ao vírus. 

A idosa que não teve a identidade revelada, foi internada no hospital com desconforto respiratório leve, onde o teste realizado para Covid-19 deu negativo. No mesmo dia, o quadro de saúde piorou ocasionando uma parada cardiorespiratótia e a idosa acabou falecendo. Segundo o prefeito, os médicos decidiram "manter a coleta já feita mesmo diante do quadro clínico e da história clínica relatada pela família associada aos problemas de saúde e idade avançada." 

Digão disse ainda que não havia "dados suficientes que justificassem uma conduta a tal ponto de evitar um velório como suspeita de Covid". O resultado do segundo exame indicou positivo para Covid-19 na última sexta-feira (17). Em nota, o prefeito informou que o "Hospital Maternidade Clélia Rebouças, junto com a Secretaria Municipal de Saúde, iniciou conforme Protocolo do Ministério da Saúde e Plano de Contingências do município, todas as medidas cabíveis sobre as orientações aos familiares" e lamentou o ocorrido. "Nós, do Hospital Maternidade Clélia Rebouças e da Secretaria Municipal de Saúde, nos sensibilizamos com a família e nos colocamos a disposição para maiores esclarecimentos", falou.

A idosa foi a primeira vítima fatal na cidade. Ao todo, segundo o último boletim divulgado na sexta-feira pela secretária de saúde Andeira Andrade, Mutípe possuía 50 casos confirmados de coronavírus.

CASO PARECIDO

O idoso Valdomiro José de Almeida, de 80 anos, morreu no dia 4 de julho e, em seu atestado de óbito constava que a causa da morte era pneumonia. A família então realizou o velório com o caixão aberto, por não saber que a causa da morte foi Covid-19. A Secretaria de Saúde de Valença foi a responsável pela liberação do corpo.

No entanto, após a divulgação do boletim epidemiológico pela prefeitura, a família descobriu que Valdomiro tinha testado positivo para o vírus. O sepultamento de Valdomiro foi realizado no dia 5, com caixão aberto, no Cemitério Municipal de Valença. Familiares, funcionários da funerária e o coveiro tiveram contato com o corpo.

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