Bolsonaro diz "estar muito bem" com uso de cloroquina e reconhece que isolamento "retardou contágio"
Bolsonaro diz "estar muito bem" com uso de cloroquina e reconhece que isolamento "retardou contágio"
Em isolamento em casa após contrair o novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta quarta-feira (8/7), "estar muito bem". Em postagem em suas redes sociais, ele atribui a ausência de sintomas mais graves da doença ao uso da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada no tratamento da covid-19. Bolsonaro tem 65 anos e faz parte do grupo de risco.
D- Aos que torcem contra a Hidroxicloroquina, mas não apresentam alternativas, lamento informar que estou muito bem com seu uso e, com a graça de Deus, viverei ainda por muito tempo. pic.twitter.com/koydDXoHUT
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 8, 2020
MUDANÇA DE POSTURA
Na sequência de mensagens, Bolsonaro admitiu que as medidas de isolamento social adotadas por prefeitos e governadores, constantemente criticadas por ele, "sempre visaram retardar o contágio" da doença no País.
A declaração é uma mudança de tom em relação às menções anteriores. No fim de março, após fazer um pronunciamento criticando o confinamento e defendendo a abertura de comércios, o presidente afirmou que iria pedir ao Ministério da Saúde uma mudança na orientação de isolamento da população durante a pandemia. A recomendação defendida por ele era que o isolamento fosse adotado apenas para pessoas no grupo de risco.
No início de abril, Bolsonaro disse que discordava do fechamento do comércio, defendeu que aqueles fora do grupo de risco deveriam trabalhar normalmente e responsabilizou governadores. "Por demagogia, há uma disputa entre algumas autoridades sobre quem está mais preocupado com a vida de vocês", disse a apoiadores. Dias depois, o então ministro da Saúde, Luiz Mandetta, acabou demitido por divergências com o presidente.
Depois, em maio, Bolsonaro voltou a reclamar do isolamento social e afirmou que "não dá para continuar assim". Após dizer que testou positivo para o novo coronavírus, Bolsonaro cancelou compromissos presenciais e fará reuniões por videoconferência ao longo do dia.
No Twitter, o presidente voltou a dizer que o governo "atendeu a todos com recursos e meios necessários" durante a pandemia, citando como exemplo o auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais. Segundo ele, "nenhum país fez como o Brasil". Ontem (7/7), o Brasil registrou 1.312 mortes pela covid-19 em 24 horas; o total de óbitos chegou a 66.868.
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