Rui Costa critica Tarcísio e reforça que Bolsonaro não pode ficar impune

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros réus do núcleo central da suposta trama golpista de 2022 não podem permanecer impunes. Ele também criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por afirmar que concederia indulto a Bolsonaro caso se tornasse presidente.

“Lamentável e triste ver um governador de estado empossado pela Justiça dizer que não confia na Justiça. Esse tipo de comportamento é um absoluto retrocesso em qualquer ambiente democrático e legal. Se não há lei, não há justiça, vale tudo. Ele não seria governador de São Paulo se não houvesse Justiça. O país não sobrevive sem lei, sem regras. É surpreendente e lamentável essa postura do governador de São Paulo”, disse Costa em entrevista à Rádio Valença.

Fala de Tarcísio

Na última sexta-feira, Tarcísio declarou ao Diário do Grande ABC que, se eleito presidente, seu primeiro ato seria conceder indulto a Bolsonaro. O governador também afirmou não confiar na Justiça e disse não ver elementos suficientes para condenar o ex-presidente.

"Na hora. Primeiro ato. Porque eu acho que tudo isso que está acontecendo é absolutamente desarrazoado — disse o governador, ao ser questionado se anistiaria Bolsonaro caso fosse eleito presidente. — Não acredito em elementos para ele ser condenado, mas infelizmente hoje eu não posso falar que confio na Justiça, por tudo que a gente tem visto".

Pesquisa Atlasintel: Tarcísio x Lula 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aparece à frente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um eventual segundo turno das eleições presidenciais. Segundo pesquisa da LatAm Pulse, realizada pela AtlasIntel a pedido da Bloomberg News e divulgada nesta quinta-feira (27), Tarcísio registra 48,4% das intenções de voto, enquanto Lula tem 46,6%.

O cenário representa uma mudança em relação ao mês de julho, quando o presidente liderava com folga de cerca de quatro pontos percentuais na mesma sondagem. Em outras projeções testadas, Lula surge empatado com Jair Bolsonaro, ambos com 48,3% — embora o ex-presidente esteja atualmente inelegível e à espera de julgamento por suposta tentativa de golpe de Estado. Já em um confronto com Michelle Bolsonaro, cotada como possível candidata, Lula teria vantagem estreita: 48,8% contra 47,9%.