'Preocupação nenhuma', diz Bolsonaro sobre julgamento do STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não está preocupado com o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que poderá torná-lo réu por tentativa de golpe de Estado. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da União (PGR) no início de 2025, começará a ser analisada pela Primeira Turma da Corte na manhã desta terça-feira (25).

Bolsonaro enfrenta acusações de cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Além dele, 33 outras pessoas, incluindo militares e ex-autoridades do governo, também foram denunciadas.

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Em entrevista ao podcast “Inteligência LTDA”, Bolsonaro afirmou: “Não tem como eu participar de uma organização criminosa armada se não tiver nenhuma arma no 8 de janeiro, não existe essa possibilidade. Eu não tenho preocupação nenhuma do que estou sendo acusado. Tenho bons advogados e eles vão explorar a questão da tecnicidade.” 

Sobre a delação premiada de seu ex-ajudante de ordem Mauro Cid, Bolsonaro questionou a regularidade do depoimento, alegando que seus advogados ainda não tiveram acesso a todos os documentos relacionados. O ex-presidente sugeriu que Cid teria sido pressionado pelos investigadores, levantando um “ponto de alerta” sobre a validade da delação. “Na última vez que o Cid foi depor, o Ministério Público foi pronto para anular a delação e até prender o Cid. Mas se prender ele, não teriam, já não tem no momento, menos materialidade ainda de chegar até mim. Eles querem só eu”, afirmou.

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O julgamento desta terça-feira decidirá se Bolsonaro se tornará réu pela tentativa de golpe de Estado. A sessão será presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e incluirá a apresentação da denúncia pela PGR, seguida pela defesa do ex-presidente. Após as apresentações, será realizada a votação das preliminares, com a posição do relator. A votação do mérito da denúncia ocorrerá logo após. Se as denúncias forem aceitas, Bolsonaro e seus aliados se tornarão réus e o processo avançará para a fase de instrução, com depoimentos. Se as denúncias forem rejeitadas, o caso será arquivado.

Caso as denúncias sejam aceitas, a expectativa é de que o julgamento seja concluído no primeiro semestre de 2025, evitando que se estenda até 2026, ano eleitoral. Se condenado, Bolsonaro poderá ser preso até o final de 2025, quando as sentenças forem anunciadas e os recursos, esgotados.