Ex-ministro de Bolsonaro, João Roma diz que PF persegue ex-presidente

Em nota enviada à imprensa, João Roma afirma que “narrativas não sustentam sentenças”

Por Matheus Caldas.

Ex-ministro de Bolsonaro, João Roma diz que PF persegue ex-presidenteMarcos Corrêa/PR

Ex-ministro da Cidadania da gestão Jair Bolsonaro, o presidente do PL na Bahia, João Roma, sugeriu que a Polícia Federal persegue o ex-presidente da República e o chefe do partido nacionalmente, Valdemar Costa Neto, indiciados pela PF no âmbito da investigação que aponta tentativa de golpe de Estado.

Em nota enviada à imprensa, o dirigente do PL no estado afirma que “narrativas não sustentam sentenças”. “Suposições tendenciosas e com evidente fundo persecutório fragilizam a legitimidade de nosso ordenamento jurídico”, acusa.

Na visão de Roma,  “não só era esperado, como representa sequência o processo de incessante perseguição política ao espectro político que [Bolsonaro e Valdemar] representam”.  “Espera-se que a Procuradoria-Geral da República, ao ser acionada pelo Supremo Tribunal da República, possa cumprir com serenidade, independência e imparcialmente sua função”, acrescenta.

O ex-ministro ainda classifica a investigação como “espetáculo midiático”.  “Tem colocado o presidente Jair Bolsonaro no centro dessa trama perigosa é mais uma tentativa contra a democracia, sem jurisprudência”, conclui.

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Indiciamentos em massa

O relatório da PF, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), indicia Bolsonaro e outras 36 pessoas (ver ao fim da matéria) por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. 

Entre os indiciados estão o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, além de nomes como Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL; Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin; e Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).  

"O relatório final foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal com o indiciamento de 37 pessoas", informou a PF em nota, destacando que o inquérito será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.  

Estrutura da conspiração

As investigações apontaram uma divisão de tarefas estruturada em núcleos específicos:  

- Desinformação e ataques ao sistema eleitoral; 

- Incitação de militares ao golpe de Estado;

- Apoio jurídico às ações golpistas;

- Inteligência paralela;

- Apoio operacional às medidas coercitivas

De acordo com a PF, as provas foram obtidas por meio de interceptações telemáticas e telefônicas, quebras de sigilo bancário e fiscal, buscas e apreensões, e delações premiadas.  

Planos golpistas e resistência militar

As investigações revelaram que, em reuniões realizadas no final de 2022, Bolsonaro discutiu com aliados no Palácio da Alvorada a possibilidade de editar um decreto que invalidasse o resultado das eleições sob alegações infundadas de fraude nas urnas eletrônicas. O texto inicial foi apresentado por Filipe Martins, então assessor presidencial.  

O ex-presidente teria convocado os chefes das Forças Armadas para discutir o plano. Segundo depoimentos, o general Freire Gomes, então comandante do Exército, chegou a alertar que prenderia Bolsonaro caso ele avançasse com o golpe. Em contrapartida, o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria colocado tropas à disposição do ex-presidente, mas permaneceu em silêncio durante seu depoimento à PF. 

Veja a lista dos 37 indiciados pela PF, em ordem alfabética:

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Alexandre Castilho Bitencourt da Silva

Alexandre Rodrigues Ramagem

Almir Garnier Santos

Amauri Feres Saad

Anderson Gustavo Torres

Anderson Lima de Moura

Angelo Martins Denicoli

Augusto Heleno Ribeiro Pereira

Bernardo Romao Correa Netto

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Carlos Giovani Delevati Pasini

Cleverson Ney Magalhães

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Fabrício Moreira de Bastos

Filipe Garcia Martins

Fernando Cerimedo

Giancarlo Gomes Rodrigues

Guilherme Marques de Almeida

Hélio Ferreira Lima

Jair Messias Bolsonaro

José Eduardo de Oliveira e Silva

Laercio Vergilio

Marcelo Bormevet

Marcelo Costa Câmara

Mario Fernandes

Mauro Cesar Barbosa Cid

Nilton Diniz Rodrigues

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Rafael Martins de Oliveira

Ronald Ferreira de Araujo Junior

Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros

Tércio Arnaud Tomaz

Valdemar Costa Neto

Walter Souza Braga Netto

Wladimir Matos Soares

Com informações do jornal Folha de S. Paulo

 

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