Candidato 'Adolf Hitler' é reeleito na Namíbia e explica origem do nome

No sudoeste da África, um cenário incomum voltou a chamar a atenção global durante as eleições regionais na Namíbia. Adolf Hitler Uunona, político de 59 anos, foi reeleito como conselheiro regional. Ele era o favorito para conquistar mais um mandato no distrito eleitoral de Ompundja, na região norte do país. 

A coincidência entre seu nome e o do ditador nazista, figura central da Segunda Guerra Mundial, gerou curiosidade internacional. Em entrevista à imprensa local, Adolf contou que removeu formalmente o “Hitler” dos documentos de identidade.

Segundo ele, o patriarca provavelmente não entendia o que o líder nazista Adolf Hitler, da Alemanha, representava na história mundial. A escolha, então, foi feita em um contexto local onde o conhecimento do Holocausto e do Nazismo não era generalizado.

"Considerava um nome perfeitamente normal", declarou Uunona. Apenas quando ele cresceu que entendeu a dimensão histórica do nome. "Não tenho nada a ver com isso", acrescentou.

Adolf Uunona tem proposta anti-apartheid

Esta é a quinta vez que Uunona é eleito conselheiro regional, consolidando-se como uma figura política local relevante. Segundo veículos locais, o político é reconhecido por sua atuação em pautas ligadas aos esforços anti-apartheid, diferente da visão de mundo do líder nazista.

"O fato de eu ter esse nome não significa que eu queira conquistar Oshana," afirmou, descartando qualquer associação com ambições autoritárias ou ideologias de ódio.

Nomes alemães na Namíbia

Não é incomum encontrar nomes de origem alemã na Namíbia. Isso porque o país foi uma colônia da Alemanha entre 1884 e 1915, sob o nome de Sudoeste Africano Alemão. A adoção de nomes germânicos - como Adolf, Otto ou Günter - persistiu em diversas comunidades locais, mesmo após o fim do domínio alemão e, em muitos casos, sem a profunda carga histórica que carregam na Europa. 

Em tempo: curiosidade na relação entre Namíbia e Brasil

Em maio deste ano, Namíbia, Albânia e Índia anunciaram a suspensão de importações de frangos do Brasil após a identificação de um foco de influenza aviária em uma granja comercial em Montenegro (RS). A informação foi divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. À época, a pasta reforçou, porém, que o o consumo de carne de aves e de ovos não apresentava risco para a saúde.