Após pedido da Seap, Força Nacional segue no presídio de Eunápolis
Após uma série de polêmicas no presídio de Eunápolis, permanência será estendida por mais 30 dias para reforçar ações contra o crime após pedido da Seap
Por João Tramm.
A atuação da Força Penal Nacional (FPN) no Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, foi prorrogada por mais 30 dias. A Portaria MJSP nº 991, de 28 de julho de 2025, assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, autoriza a permanência da FPN em caráter “episódico e planejado”, com foco em ações de apoio à administração prisional, treinamentos e capacitações.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, desta quarta-feira (30), e atende ao pedido da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap). A informação foi confirmada pela própria parte, que entende da necessidade deste reforço "visando fortalecer o combate ao crime organizado na região".
Os agentes da FPN estão em Eunápolis desde 31 de maio e iniciaram oficialmente os trabalhos em 11 de junho. Esta é a segunda renovação da missão – a primeira aconteceu em junho, e agora, mais uma vez, o governo estadual solicita a permanência dos profissionais, diante da instabilidade e dos graves problemas enfrentados pela unidade prisional.
A operação contará com suporte logístico e será supervisionada pelos órgãos estaduais de segurança e administração penitenciária.
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Escândalos e suspeitas na gestão da unidade
O presídio de Eunápolis tem sido palco de diversas polêmicas. Uma das mais graves foi a fuga de 16 detentos em dezembro de 2024, que escancarou falhas no sistema de segurança e levantou suspeitas sobre conivência interna.
De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), a ex-diretora do Conjunto Penal, Joneuma Silva Neres, teria lucrado cerca de R$ 1,5 milhão ao colaborar com o Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), facção criminosa que atua na região. Parte desse valor, segundo a denúncia, seria referente ao pagamento de R$ 800 mil pela facilitação da fuga em massa. Ainda segundo o MP, a então gestora intermediava regalias e favorecimentos aos presos da facção em troca de valores ilícitos.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), optou por manter José Castro no cargo de secretário da Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), mesmo diante das polêmicas recentes — entre elas, denúncia de maus tratos no presídio de Salvador e o suposto envolvimento de uma ex-diretora com um detento e um ex-parlamentar do MDB.
Apesar da permanência de Castro no comando da pasta, o chefe do Executivo estadual determinou uma reestruturação nos postos de liderança do órgão, conforme consta no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (26).
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