Uldurico Jr. teria conexão com facção e chefe de presídio presa na Bahia
Ex-deputado Uldurico Jr. (MDB) teria apoiado diretora a manter controle da unidade em Eunápolis, enquanto mantinha relações com chefe de facção
Por Matheus Caldas.
O ex-deputado federal e ex-candidato a prefeito de Teixeira de Freitas, Uldurico Jr. (MDB), atuou como “padrinho político” de Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, presa e investigada por associação criminosa e facilitação de fuga de presos ligados à facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). É o que aponta denúncia do Ministério Público da Bahia à qual o Aratu On obteve acesso.
De acordo com à denúncia apresentada à 1ª Vara Criminal da Comarca de Eunápolis, “Uldurico Pinto era considerado o ‘padrinho político’ da denunciada, Joneuma Silva Neres, que era diretora do Conjunto Penal de Eunápolis.”
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A investigação aponta que Joneuma, que já envolvida com o líder do PCE, Ednaldo Pereira Souza, o “Dada”, “passou a atuar ‘politicamente’ em favor do PCE. Ela intermediava, segundo a investigação, encontros entre Dada e Uldurico Jr. O então candidato a vereador Alberto Cley Santos Lima, o “Cley da Autoescola”, também participou dos encontros.
Essas reuniões aconteciam “de forma clandestina, com a participação de Joneuma, e cercadas de ‘cuidados especiais’ para não serem registradas pelas câmeras de segurança ou arquivos da unidade, o que representava uma grave quebra dos protocolos de segurança.”
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O objetivo de Joseuma, segundo a denúncia, era "acobertar politicamente’ as atividades criminosas da facção ‘PCE’ e favorecer suas ações no interior do Conjunto Penal de Eunápolis.”
Como moeda de troca, a diretora oferecia “eleitores cativos”: “A moeda de troca entre Joneuma e Uldurico Alencar Pinto era o fornecimento de ‘eleitores cativos’. Em troca, o político fornecia apoio para que ela se mantivesse na administração do Conjunto Penal, representando os interesses do PCE. Entre esses ‘eleitores cativos’ estavam presos provisórios faccionados do PCE que podiam votar, bem como seus amigos e familiares, que seriam direcionados para esse fim. O voto comprometido era comercializado, e cada eleitor aliciado recebia a quantia de R$ 100,00.”
A denúncia também relata que “Joneuma utilizava a influência política de Uldurico Pinto junto à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) e ao governo estadual para direcionar as contratações e demissões de servidores do Conjunto Penal de Eunápolis.” Servidores contrários ao esquema eram afastados e substituídos por pessoas próximas, como sua irmã, Joceuma Silva Neres, advogada da facção.
Por fim, o Ministério Público afirma que “muitos políticos, como os já citados, apoiam o crescente desenvolvimento das atividades criminosas do PCE, permitindo que a organização interfira nas atividades da SEAP e domine a administração do Conjunto Penal de Eunápolis.”
Até o momento, não há manifestação oficial de Uldurico Pinto sobre as acusações.
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