Diretora de presídio presa em Eunápolis seria amante de líder de facção

Segundo denúncia do MP-BA, Joneuma era diretora do presídio em Eunápolis e tinha envolvimento afetivo e criminal com líder de facção

Por, Matheus Caldas e João Tramm.

A promotoria de Justiça da Comarca de Eunápolis revelou uma trama que mistura romance proibido, corrupção e aliança criminosa dentro do Conjunto Penal da cidade. A protagonista: Joneuma Silva Neres, ex-diretora da unidade prisional, agora acusada de se tornar peça central da facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). Jounema já está presa pelo caso.

Segundo denúncia formal do Ministério Público da Bahia, obtida pelo Aratu On, ao assumir a direção do presídio em março de 2024, Joneuma não apenas se aproximou do interno Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dada, como se envolveu emocionalmente com o líder do PCE. O relacionamento, que começou em busca de “vantagens financeiras”, logo evoluiu para um laço afetivo que escancarou as portas do presídio para o crime organizado.

As investigações apontam que Joneuma passou a receber ordens diretas de Dada e promovia encontros frequentes e sigilosos com ele dentro da sala da diretoria ou da videoconferência — sempre sem vigilância e com as janelas cobertas. Detentos e funcionários não só comentavam como já davam como certo que o casal mantinha relações sexuais dentro da unidade, sem qualquer discrição.

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Segundo denúncia do MP-BA, Joneuma era diretora do presídio em Eunápolis e tinha envolvimento afetivo e criminal com líder de facção; Reprodução | Redes Sociais

Amante e aliada

O romance virou aliança estratégica. A diretora, agora “amante e aliada”, passou a agir politicamente em favor da facção e teria intermediado ações que renderam à organização mais de R$ 2 milhões em fugas e articulações. Ela própria teria recebido cerca de R$ 1,5 milhão por seus serviços, segundo relatos de internos e delações de comparsas.

Durante a prisão de Joneuma, em janeiro deste ano, foram apreendidos pouco mais de R$ 8 mil em espécie, além de um caderno de anotações revelador: nele, estavam registrados os contatos da esposa oficial de Dada e da filha dele, além de recibos de compras — incluindo um Macbook pago via pix com recursos ligados a uma empresa criada, segundo a denúncia, exclusivamente para lavagem de dinheiro do PCE.

Para ocultar a origem dos recursos, Joneuma usava a identidade falsa de Barbara Thais de Jesus Ramos, movimentando dinheiro e ajudando a esconder os rastros financeiros da organização. A empresa envolvida no esquema, segundo as investigações, estava registrada em nome de Ramon Vitor Ferreira dos Santos, ligado à facção.

Jounema ainda é acusada de colaborar com fuga no presídio de Eunápolis. A ação, batizada de Operação Redenção, teve como objetivo localizar materiais ilícitos e apurar denúncias sobre o uso de celulares por internos. Veja imagens da fuga.

Diretora se apaixona e engravida

E como se não bastasse, há indícios de que Joneuma estaria grávida de Dada. O plano, seria fugir para o Rio de Janeiro e reencontrar o parceiro, que estaria sob proteção do Comando Vermelho, facção com quem o PCE mantém conexões.

A denúncia ainda cita a participação do coordenador de segurança do presídio, Welington Oliveira Sousa, que teria se aliado ao grupo ao perceber os lucros obtidos pela diretora. A prisão de lideranças, as fugas orquestradas e a circulação de milhões em dinheiro sujo revelam a profundidade da infiltração da facção nas estruturas do sistema carcerário local.

Traficante Dada; Reprodução

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