Familiares denunciam negligência e maus-tratos no presídio de Salvador
Manifestação ocorre após morte de detento em meio a denúncias de condições precárias
Amigos e familiares de detentos realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (16), em frente à Penitenciária Lemos Brito, no bairro da Mata Escura, em Salvador. A manifestação foi motivada pelo o que eles apontam como condições precárias enfrentadas pelos internos, especialmente após a morte de Rafael Ribeiro dos Santos, de 43 anos, conhecido como “Fuscão”, apontado como líder do tráfico de drogas em Santo Amaro. Ele morreu no último dia 7 de julho.
A reportagem do programa Alô Juca, da TV Aratu, acompanhou o protesto, que foi marcado por tensão entre manifestantes e agentes penitenciários. Uma família presente ao ato ressaltou que a mobilização sempre teve caráter pacífico. "Não viemos pedir nada além dos nossos direitos. Não estamos aqui para atrapalhar ou fazer vandalismo", disse uma das manifestantes.
Segundo os familiares, há uma onda de negligência dentro da unidade, com detentos adoecendo sem receber atendimento adequado. O ato foi liderado pela advogada criminalista Desirée Ressutti, que atua na defesa de presos da penitenciária.
Durante a cobertura, a advogada cobrou a apuração das condições de trabalho impostas aos internos. Ressutti afirmou ter recebido informações de que os galpões onde os presos prestavam serviço seriam de propriedade do secretário do presídio, José Antônio Maia Gonçalves.
Ela também denunciou a postura agressiva da gestão da penitenciária em relação aos familiares e à imprensa. "Os repórteres foram agredidos aqui hoje, mas isso acontece sempre com os familiares", denunciou.
Durante o protesto, um homem, aparentemente funcionário da unidade, agrediu manifestantes e também o repórter Diego Macedo, da equipe do Alô Juca, derrubando seu microfone.
Posicionamento da Seap
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou apenas a morte de “Fuscão”, ocorrida no início de julho, mas não se pronunciou sobre as demais denúncias de negligência dentro da unidade. A pasta afirmou ainda que não houve omissão ou demora no socorro ao interno e que todos os procedimentos técnicos, médicos e legais foram cumpridos, conforme os relatórios oficiais.
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