E-mail indica que Bolsonaro recebeu caixa com pedras preciosas em MG; itens não foram cadastrados
Mauro Cid, "faz-tudo" de Bolsonaro, teria pedido que pedras fossem "entregues em mão" para ele
E-mails trocados por militares vinculados à Presidência da República sugerem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, receberam um envelope e uma caixa supostamente com pedras preciosas na cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, no ano passado.
As mensagens foram obtidas pela CPMI do 8 de Janeiro e indicam, ainda, que os objetos não teriam sido cadastrados de forma oficial. Quem mandou os e-mails foram os primeiros-tenentes do Exército, Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti, e pelo segundo-tenente da Força, Cleiton Henrique Holzschuk. Eles foram ajudantes de Ordem da Presidência da República durante o governo Bolsonaro.
Crivelatti era considerado "braço direito" do tenente-coronel Mauro Cid, tido como um "faz-tudo" de Bolsonaro. Cid foi preso em maio por inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.
Em um dos e-mails, Holzschuck pediu para outros colegas ajudantes de ordens que pedras preciosas recebidas pelo então presidente fossem entregues em mãos para Mauro Cid. Além disso, pediu para que os itens não fossem catalogados no acervo. Conforme Holzschuck, a determinação foi do próprio Cid.
Confira o texto do e-mail:
"Foi guardado no cofre grande, 01 (um) envelope contendo predas preciosas para o PR [presidente] e 01 (uma) caixa de pedras preciosas para a PD [primeira-dama], recebidas em Teólifo Otoni em 26/10/22. A pedido do TC [tenente-coronel] Cid, as pedras não devem ser cadastradas e devem ser entregues em mão para ele [Cid]. Demais duvidas, Sgt Furriel está ciente do assunto".
Ao todo, foram trocados oito e-mails sobre o assunto, mas não foi dito quem deu as joias ao ex-presidente.
EM TEMPO - JOIAS SAUDITAS
Bolsonaro e Mauro Cid são investigados pela Polícia Federal pelos pacotes de joias milionárias da Arábia Saudita, que entraram no país de forma ilegal com uma comitiva do governo do então presidente.
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