Crimes violentos intencionais aumentaram em 2020 na Bahia, mostra anuário da SSP
Mais de 50 municípios baianos não registraram sequer uma morte violenta intencional no ano. Outro aumento considerável aconteceu nos crimes de feminicídio. Em 2020, 113 casos desse tipo foram registrados à polícia baiana, um aumento de 11,9% em relação ao ano anterior.
O Anuário de Segurança Pública da Bahia, feito pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) em parceria com a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), foi lançado nesta quinta-feira (23/9). O documento apresenta as principais estatísticas criminais do estado, compiladas em dados de crimes diversos derivados dos registros policiais.
Em 2020, foram 5.420 vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), 5,8% maior do que o registrado em 2019. A taxa de vitimização, ou seja, o número de crimes deste tipo a cada 100 mil habitantes, voltou a crescer após uma queda constante desde 2016 e atingiu 36,3%.
Imagem: divulgação/SEI
Considerando apenas Salvador, o número sobe para 40,8%. Em outros 54 municípios baianos, porém, não houve sequer uma morte violenta intencional no ano. Desses, 27 municípios não registram esse tipo de ocorrência desde 2019.
Neste índice entram os homicídios dolosos (quando há intenção de matar), feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios, mas 96,4% das ocorrências de 2020 desse tipo foram de homicídios. Esse tipo de crime cresceu 6,5%, enquanto o número de lesões corporais seguidas de morte diminuiu 23,9%.
FEMINICÍDIOS
Outro aumento considerável aconteceu nos crimes de feminicídio. Em 2020, 113 casos desse tipo foram registrados à polícia baiana, um aumento de 11,9% em relação ao ano anterior. Entretanto, esse aumento pode estar relacionado a uma maior adequação, visto que ainda há dificuldade em algumas pessoas denunciarem o homicídio de mulheres por seus maridos como feminicídio.
Imagem: divulgação/SEI
As armas de fogo tiveram participação em 77,5% dos casos de CLVI em 2020.O anuário contém dados ainda de suicídios, pessoas desaparecidas, apreensão de armas de fogo, de porte e uso de entorpecentes, além de crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos de veículos e roubo em ônibus, urbanos e interurbanos.
Em relação aos crimes contra o patrimônio, o Anuário revela uma queda significativa no número de veículos subtraídos no estado da Bahia, em comparação com os dois últimos exercícios. Para veículos roubados a redução foi de 10,4%, e de 21,7% para veículos furtados.
Imagem: divulgação/SEI
METODOLOGIA
Para apresentação e estratificação desses dados, foram consideradas as delimitações geográficas de Municípios, Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP) e as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP). Ademais, optou-se por utilizar, também, os limites geográficos de Territórios de Identidade (TI), a fim de que esses dados sejam comparados a outras variáveis e indicadores no âmbito da administração pública estadual.
As informações que compõem este documento obedecem a uma rigorosa metodologia estatística, produzida por meio de softwares de análise estatística e de geoprocessamento. As fontes dos dados são oriundas de múltiplas plataformas, como Sistema de Gerenciamento Estatístico (SGE/SSP/PCBA), Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial (SIGIP), sistema de boletins informativos da Superintendência de Telecomunicações da Secretaria da Segurança Pública (Stelecom), bem como relatórios do Serviço de Investigação de Local de Crime do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (SILC/ DHPP) e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco).
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