Trump atribui culpa de acidente de avião a governos Obama e Biden
Donald Trump, presidente dos EUA, sugeriu culpa a governos anteriores durante coletiva de imprensa; ele também questionou políticas de diversidade
Fonte: Da Redação
O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, sugeriu que os governos anteriores, de Barack Obama e Joe Biden, são responsáveis pelo acidente aéreo ocorrido na capital, Washington, na quarta-feira (29). Sem apresentar provas, Trump também associou o caso a políticas de diversidade, apesar de as investigações ainda estarem em andamento e nenhuma evidência ter sido divulgada pelas autoridades.
Durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (30), Trump afirmou ter restabelecido "padrões de qualidade" para o controle de tráfego aéreo. "Eu mudei os padrões da administração de Obama de medíocre para extraordinário. Depois, quando Biden assumiu, ele piorou. Eu coloquei a segurança em primeiro lugar. Obama, Biden e os democratas colocam a política na frente", declarou.
O presidente também sugeriu, sem embasamento, que diretrizes anteriores teriam priorizado critérios raciais em contratações. "Eles, na verdade, surgiram com uma diretiva: 'branco demais'. E queremos as pessoas que são competentes", afirmou, sem fornecer evidências para a declaração.
Donald Trump fez declarações em coletiva de imprensa | Imagem: reprodução/vídeo/X
Medidas controversas e acusações
Poucos dias antes do acidente, Trump havia congelado a contratação de controladores de voo. No dia 20 de janeiro, logo após sua posse, ele assinou um decreto que suspendia novas contratações no funcionalismo federal, com exceção das Forças Armadas e do controle migratório.
O presidente também criticou políticas de diversidade e inclusão implementadas em administrações anteriores. "A FAA [Administração Federal de Aviação] está recrutando ativamente trabalhadores que sofrem de deficiências intelectuais graves, problemas psiquiátricos e outras condições mentais e físicas sob uma iniciativa de contratação de diversidade e inclusão descrita no site da agência", afirmou, citando que o programa permitia a admissão de pessoas com deficiência auditiva e visual, epilepsia e nanismo.
Para Trump, a função de controlador de tráfego aéreo exige talentos excepcionais. "Eles têm que ser naturalmente talentosos, verdadeiros gênios", disse. "Você não pode ter pessoas comuns fazendo esse trabalho."
As declarações do presidente foram recebidas com críticas por especialistas do setor. O Comitê de Transporte e Infraestrutura da Câmara denunciou, no dia 22, as medidas assinadas por Trump. O deputado democrata Rick Larsen afirmou que a contratação de controladores de voo é "a questão de segurança número um" para toda a indústria da aviação.
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"Em vez de trabalhar para melhorar a segurança aérea e reduzir custos para as famílias trabalhadoras americanas, o governo está espalhando falsas alegações sobre diversidade, equidade e inclusão para justificar essa decisão. O governo deve reverter esse curso e permitir que a FAA faça seu trabalho de proteger o público", declarou Larsen em nota oficial.
Investigação sobre o acidente
Na coletiva, Trump confirmou que não houve sobreviventes e pediu um minuto de silêncio pelas vítimas. Ele também lamentou a morte de patinadores russos que estavam a bordo. "Pessoas talentosas estavam naquele voo. Sinto muito por isso", disse.
O presidente afirmou que as autoridades ainda investigam as causas da colisão. "Temos fortes opiniões e ideias sobre o acidente. Estamos todos buscando uma resposta", declarou, acrescentando que medidas serão tomadas para evitar que tragédias semelhantes ocorram no futuro.
Imagem: reprodução/X
Apesar de reforçar que as investigações seguem em andamento, Trump sugeriu que o piloto do helicóptero poderia ser o responsável pelo acidente. "O avião estava no trajeto correto, mas, por algum motivo, o helicóptero estava na mesma altura e em um ângulo inacreditavelmente ruim", afirmou.
Nas redes sociais, o presidente também questionou a atuação dos controladores de voo e da tripulação do helicóptero. "O helicóptero estava indo diretamente para o avião por um longo período de tempo. Era uma noite clara, as luzes do avião estavam acesas. Por que o helicóptero não subiu, desceu ou virou?", escreveu na plataforma Truth Social.
O chefe da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo pediu cautela e afirmou, em comunicado aos seus membros, que ainda é "prematuro especular sobre a causa raiz do acidente".
Acidente deixou ao menos 30 mortos
O chefe dos Serviços Médicos de Emergência e Incêndio do Distrito de Columbia, John Donnelly, afirmou, nesta quinta-feira (30), que, com base nas informações obtidas até o momento, não há expectativa de sobreviventes do acidente aéreo ocorrido na noite de quarta-feira (29) entre um avião comercial da American Airlines e um helicóptero militar dos Estados Unidos, no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, D.C.
"Não acreditamos que haja sobreviventes", disse Donnelly à imprensa.
Mais cedo, a CBS News informou que ao menos 30 corpos foram resgatados após a colisão. No total, 64 pessoas estavam a bordo do jato e três soldados estavam no helicóptero. No entanto, as autoridades ainda não confirmaram oficialmente essa informação.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, afirmou, segundo a agência Associated Press, que ainda não pode comentar sobre os detalhes da operação de resgate. Ela também se recusou a divulgar informações sobre o estado da aeronave da American Airlines, que ficou submersa no Rio Potomac. O chefe do Corpo de Bombeiros, John A. Donnelly, afirmou que as equipes ainda não têm informações sobre possíveis sobreviventes. Veja, abaixo, o vídeo da colisão: