Loja em Caetité causa revolta após anunciar vaga de emprego para mulher branca e 'dócil'
O Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Caetité emitiu uma nota de repúdio sobre o caso
Um lojista da cidade de Caetité, no sudoeste da Bahia, causou revolta nas redes sociais após publicar um anúncio de vaga de emprego com pré-requisitos considerados racistas e misóginos nesta quinta-feira (25/1).
Na publicação, que já foi excluída, a loja informa que precisa de uma funcionária "solteira, sem filhos, que se declare expressivamente de cor branca e seja dócil e gentil". Os predicados para a vaga também incluíam idade mínima de 18 anos e ensino médio completo.
Veja o anúncio:
O Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Caetité emitiu uma nota de repúdio sobre o caso. No comunicado, a pasta diz que recrimina "qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito ou quaisquer outros atos que atentem contra a honra e dignidade humana".
Aratu On entrou em contato com a loja SD Presentes para pedir um posicionamento sobre o caso, mas, até a publicação desta matéria, não havia resposta.
Confira o pronunciamento da Prefeitura de Caetité, na íntegra:
Diante do fatídico caso de racismo, misoginia e machismo praticado por lojista da cidade de Caetité-BA, ao anunciar vaga de emprego para o seu estabelecimento em sua redes sociais, o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité, vem a público repudiar todo e qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito, ou quaisquer outros atos qdue atentem contra a honra e dignidade da pessoa humana, bem como para reafirmar o seu compromisso com a promoção da igualdade racial, zelando pela defesa do povo Caetiteense e pelo enfrentamento de toda forma de intolerância ou tentativa de supremacia racial praticada contra quem quer que seja.
O Estado Democrático de Direito não comporta esse tipo de ataque, objetivando sempre a reprovação e prevenção dos crimes, especialmente os crimes de racismo e de injúria racial, notadamente porque são crimes que atingem, direta ou indiretamente, uma coletividade indeterminada de indivíduos.
Discursos e postagens conforme veiculam nas redes sociais só reforçam a necessidade de continuarmos conclamando nossa sociedade a refletir sobre os fundamentos e os princípios que norteiam a nossa República, que vão na contramão de qualquer ato de intolerância, racismo, discriminação ou preconceito.
Este Conselho estará de pé e atuante frente ao caso supramencionado, tomando todas a medidas legais e cabíveis para que a justiça seja feita e o culpado seja punido, seremos sempre contrários às práticas discriminatórias, enfileirando-nos em defesa dos direitos constitucionalmente resguardados.
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