TRABALHO ESCRAVO: Força-tarefa liberta seis homens em uma fazenda no oeste da Bahia
TRABALHO ESCRAVO: Força-tarefa liberta seis homens em uma fazenda no oeste da Bahia
Uma força-tarefa libertou seis homens que eram mantidos em condições análogas à escravidão na zona rural do município de Riachão das Neves no oeste da Bahia.
Os empregados dormiam em alojamentos improvisados, sem energia elétrica e água potável, sem sanitários, condições mínimas de higiene. Eles também não tiveram as carteiras de trabalho assinadas. Além disso, aplicavam agrotóxicos sem qualquer tipo de treinamento e sem os EPIs (equipamentos de proteção) adequados.
A carne que consumiam era conservada em sal e ficava dependurada em um varal ao relento, informou Mário Diniz, auditor-fiscal do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia.
Os trabalhadores foram contratados há uma semana por Sandiney Ferreira de Souza, proprietário da Agropecuária Aroeira do Oeste, para desmatar a área que seria utilizada para criação de gado para corte bovino em uma vila a cerca de 40 km do centro de Riachão das Neves. Por cada árvore derrubada e transformada em toco para cerca, os trabalhadores tinham a promessa de receber R$ 3.
Em razão da precariedade do alojamento, os trabalhadores foram retirados do local e conduzidos pela Polícia Rodoviária Federal, retornando às suas casas com segurança, explica Marcus França, inspetor da PRF.
Apesar do pagamento das rescisões, o fazendeiro recusou-se a indenizar a sociedade pelo crime cometido. O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU) vão mover uma ação civil pública na Justiça do Trabalho de Barreiras. O procurador do trabalho Ilan Fonseca estima que o pedido de indedização a ser paga pela Fazenda para a sociedade será de R$ 1 milhão.
Ontem, (19/2), o empresário efetuou o pagamento das rescisões de contrato dos trabalhadores na sede do Ministério do Trabalho em Barreiras, bem como comprometeu-se a assinar a carteira de trabalho dos empregados libertados. As rescisões somaram o valor de R$ 15 mil, como esclarece Atila Ribeiro, defensor público da união, que prestou assessoria jurídica aos trabalhadores.
Apesar do pagamento das rescisões, o fazendeiro recusou-se a indenizar a sociedade pelo crime cometido. O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU) vão mover uma ação civil pública na Justiça do Trabalho de Barreiras. O procurador do trabalho Ilan Fonseca estima que o pedido de indenização a ser paga pela Fazenda para a sociedade será de R$ 1 milhão.