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Tecnologias sociais de estoque de água atendem mais de 700 famílias no interior da BA

Tecnologias sociais de estoque de água atendem mais de 700 famílias no interior da BA

Por Da Redação

Tecnologias sociais de estoque de água atendem mais de 700 famílias no interior da BAManu Dias/GOVBA

Água limpa e de qualidade para a população e animais. No interior da Bahia, o dia da água, comemorado nesta sexta-feira (22/3), tem mais um motivo para ser celebrado. Isso por conta dos sistemas das cisternas – de enxurrada e de calçadão -, barreiros trincheira e aguadas. As tecnologias, que captam água da chuva, são implantadas pelo Governo do Estado e servem para os períodos de estiagem.


Os novos sistemas, ampliados pela autarquia estadual, tem transformado a vida dos agricultores familiares, que participam ativamente de todo o processo e desenvolvido o semiárido de forma sustentável. Para participar do “Projeto Mais Água”, como foi nomeado, é formada uma comissão em cada município, formada por lideranças e representantes de instâncias, como igrejas.


A seleção das famílias seguem critérios pré estabelecidos: ter perfil produtivo ligado a agricultura ou com pré disposição para o plantil, integrantes mulheres, cadastro no Bolsa Família, idosos ou deficientes e crianças de 0 a 14 anos matriculados em escolas. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), desde quando surgiu, em 2015, a ação atendeu oito municípios, quatro no Piemonte da Chapada Diamantina e quatro em Território Norte do Itapicurú. Ao todo, foram 747 famílias beneficiadas.


A coordenadora técnica da  Cooperativa de Trabalho e Assistência à Agricultura Familiar Sustentável do Piemonte (Cofaspi), entidade conveniada pela CAR para implementação de tecnologias sociais, Nara Lígia Almeida, explica os dois tipos de sistemas adotados pelo projeto. “O primeiro é a escavação trincheira familiar, que tem capacidade de 600 m³ . O outro é a cisterna calçadão, com 52 mil m³. Ambos atendem uma família de aproximadamente cinco pessoas, e a ideia é não só contribuir para o processo produtivo, mas também para a dessedentação dos animais”,


TRANSFORMAÇÃO SOCIAL


Para a representante do Água para Todos/CAR, Kamilla Santos, as tecnologias sociais de armazenamento e captação de água da chuva possibilitam a garantia do direito humano à alimentação adequada, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional e na potencialização no desenvolvimento rural. ?A água é direito fundamental para o ser humano. Nessa perspectiva, vale lembrar que, segundo a ONU, existem ainda R$ 1,9 bilhão de pessoas no mundo que vivem em áreas onde há escassez de água e, por isso, temos que ter a preocupação quanto ao gerenciamento do recurso hídrico, utilizando a água de forma adequada?.


Além da implantação das tecnologias, a SDR se preocupa também com o processo formativo das famílias beneficiadas, que passa por capacitação sobre, por exemplo, manejo da água e do solo, construção de canteiros econômicos e intercâmbio de experiências.


Após a seleção, um integrante de cada família participa de dois cursos: o Gerenciamento de Água na Produção de Alimentos (Gapa), que tem como objetivo ajudar na gestão da água; e o Sistema Simplificado de Manejo da Água (Sisma), que ensina como trabalhar com o produto final do projeto.


Essa política tem o enfoque também na formação. Isso quer dizer que as famílias participam por meio de uma metodologia participativa de diversas capacitações quanto ao uso e manejo da água, do solo, do planejamento da propriedade, de intercâmbios de experiências possibilitando o desenvolvimento rural e sobretudo promovendo o direito fundamental à vida humana: o acesso à água.


Quem pode garantir o sucesso do projeto é Marli Maria, beneficiária do Cisterna Calçadão. “O melhor do ‘Mais Água’ é que nós conseguimos contribuir o tempo todo. Depois da escavação somos nós que limpamos tudo e nossos parentes trabalharam como serventes na instalação da cisterna. Ajuda muito a gente porque a água é limpa e serve para todas as nossas necessidades”, contou.


Outra notícia boa: com a implantação da tecnologia, houve uma redução na insegurança alimentar grave, caracterizada pela restrição severa na quantidade e qualidade dos alimentos, conforme uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Mais de 3735 pessoas foram atendidas com a instalação das tecnologias sociais de água, com investimento de R$ 103.717.645,60 milhões.


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